Discurso durante a 109ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Cumprimentos ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural pela contribuição para o desenvolvimento sustentaval do Espírito Santo.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.:
  • Cumprimentos ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural pela contribuição para o desenvolvimento sustentaval do Espírito Santo.
Publicação
Publicação no DSF de 11/07/2007 - Página 22932
Assunto
Outros > POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.
Indexação
  • ELOGIO, PESQUISADOR, TECNICO, CONTRIBUIÇÃO, INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, ASSISTENCIA TECNICA, EXTENSÃO RURAL, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), CRIAÇÃO, TECNOLOGIA, AGRICULTURA, SAUDAÇÃO, ASSINATURA, CONTRATO, EMPRESA ESTRANGEIRA, AREA, GENETICA, REPRODUÇÃO, VARIANTE, FRUTA, CAFE, AUMENTO, PRODUTIVIDADE.
  • DETALHAMENTO, MELHORAMENTO, FEIJÃO, AMPLIAÇÃO, PRODUÇÃO, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), ELOGIO, DIVULGAÇÃO, TECNOLOGIA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), PAIS SUBDESENVOLVIDO.

            O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, durante mais de meio século, o Incaper, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, tem prestado uma inestimável contribuição para o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo, com as ações no âmbito da pesquisa, assistência técnica e extensão rural. Seus pesquisadores e técnicos realizam um trabalho elogiável que vem resultando na geração de tecnologia de ponta na área do agronegócio.

            Na semana passada, o Instituto firmou um contrato, que confirma a excelência de suas pesquisas científicas, com o grupo holandês SBW International, para a multiplicação de variedades de plantas geneticamente melhoradas que o Incaper desenvolveu nos últimos anos.

            É o primeiro contrato assinado com uma empresa internacional, e permitirá a reprodução em laboratório de variedades como as bananas Japira e Vitória, o abacaxi Vitória e o café conilon Vitória.

            A primeira variedade a ser multiplicada será o abacaxi, resistente a fusariose, doença que é o principal problema da cultura no País, causando, em média, 30% a 40% de perdas na produção de frutos. O abacaxi desenvolvido pelo Incaper resulta de dez anos de pesquisas, não é um produto transgênico, mas dispensa o uso de fungicidas, permitindo a redução do impacto ambiental e dos custos de produção por hectare. Além disso, há um aumento de no mínimo 30% de produtividade.

            Nos últimos anos, além do abacaxi, o Incaper desenvolveu duas variedades de bananas resistentes à sigatoka, uma praga que ataca lavouras de bananas em todo o mundo, e uma variedade de café conilon resistente à ferrugem, com alta tolerância para a seca e de produtividade elevada.

            Com sede na Holanda e laboratórios na Europa, na África e no Brasil, o grupo holandês já tem demanda para a produção de 400 mil mudas do abacaxi Vitória, que serão vendidas para vários países em vários continentes. As bananas geneticamente aperfeiçoadas também serão comercializadas em todo o mundo.

            Com os royalties que receberá pelas operações comerciais, o Incaper poderá aperfeiçoar ainda mais as suas pesquisas para a geração e transferência de tecnologias nas principais áreas do agronegócio capixaba, além de ampliar acordos de cooperação técnica internacional.

            Desde 2003, o Instituto vem passando por uma reestruturação que inclui maior ênfase em projetos de pesquisa, e hoje está presente em todos os Municípios do Espírito Santo, por meio de 96 escritórios técnicos, 12 fazendas experimentais e nove laboratórios. Sua competência em melhoramento genético, hoje um fator crítico para o crescimento da produção agrícola, ganha agora o merecido reconhecimento internacional.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é interessante frisar também - e aproveito o tempo que me resta - que o Incaper, esse instituto capixaba de pesquisa, desenvolveu, há algum tempo, o chamado feijão capixaba precoce. É um feijão que se desenvolve e fica pronto para a colheita em setenta dias, enquanto o feijão normal demora noventa dias. Essa diferença de vinte dias parece representar pouco economicamente, mas ela é muito importante porque o feijão - os técnicos agrícolas e aqueles que lutam no campo sabem disso - só pode levar três águas: uma na planta, uma na flor e uma na panela. Como esse feijão tem um ciclo de apenas setenta dias, ele pode livrar-se de uma chuva, por exemplo, na hora da colheita, que vai fazer, como dizem os agricultores, com que ele “mele” e a colheita seja perdida.

            Há outra vantagem: um produtor normalmente planta dois eitos de feijão, o feijão de noventa dias e o capixaba precoce de setenta dias. Assim, a mesma mão-de-obra que colhe o feijão setenta dias depois de plantado, quando terminar, colherá o feijão normal cuja colheita é feita noventa dias após a plantação. Houve um incremento substancial da produção de feijão no Espírito Santo com essa variedade.

            Estive em Cuba e, numa certa noite, jantando com o Presidente Fidel Castro, contei-lhe sobre essa pesquisa. Ele ficou tão interessado que mandei sessenta quilos de sementes desse feijão, que também em Cuba está se desenvolvendo com muita valia para a economia da região. O feijão preto faz parte dos hábitos alimentares praticamente diários dos latinos, sejam brasileiros, cubanos ou mexicanos.

            Portanto, cumprimento a direção e os técnicos do Incaper do Espírito Santo pelos avanços tecnológicos que têm desenvolvido, repartindo-os com institutos de todo o Brasil, com a Embrapa e com organismos internacionais, principalmente de países subdesenvolvidos.

            Era o que eu queria dizer, Sr. Presidente. Agradeço a V. Exª pelo tempo que me foi oferecido.

            Muito obrigado.

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/07/2007 - Página 22932