Discurso durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre os 50 anos da Era Espacial e cumprimentos à Agência Espacial Brasileira.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.:
  • Considerações sobre os 50 anos da Era Espacial e cumprimentos à Agência Espacial Brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 13/07/2007 - Página 23898
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.
Indexação
  • REGISTRO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, INICIO, ATIVIDADE ESPACIAL, COMENTARIO, HISTORIA, PAIS ESTRANGEIRO, UNIÃO DAS REPUBLICAS SOCIALISTAS SOVIETICAS (URSS), LANÇAMENTO, SATELITE, INCENTIVO, DISPUTA, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, PESQUISA ESPACIAL, FAVORECIMENTO, CIENCIA E TECNOLOGIA.
  • REGISTRO, INICIATIVA, BRASIL, PARTICIPAÇÃO, ATIVIDADE ESPACIAL, CRIAÇÃO, GRUPO DE ORGANIZAÇÃO DA COMISSÃO NACIONAL DE ATIVIDADES ESPACIAIS (GOCNAE), OBJETIVO, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, INAUGURAÇÃO, CAMPO DE LANÇAMENTO DE FOGUETES DA BARREIRA DO INFERNO (CLFBI), FUNDAÇÃO, INSTITUTO DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE), COMISSÃO BRASILEIRA DE ATIVIDADES ESPACIAIS (COBAE), INCENTIVO, ELABORAÇÃO, PROJETO, MISSÃO ESPACIAL COMPLETA BRASILEIRA (MECB), DESENVOLVIMENTO, SATELITE, COMUNICAÇÃO DE DADOS, CONSTRUÇÃO, CENTRO DE LANÇAMENTO DE ALCANTARA (CLA), LOCALIZAÇÃO, FAVORECIMENTO, LANÇAMENTO, MATERIAL AEROESPACIAL.
  • COMENTARIO, GOVERNO FEDERAL, LIBERAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, PROGRAMA, ATIVIDADE ESPACIAL, INCENTIVO, PESQUISA CIENTIFICA E TECNOLOGICA, POSSIBILIDADE, ALCANCE, AUTONOMIA, ATIVIDADES AEROESPACIAIS, IMPORTANCIA, PARCERIA, PAIS ESTRANGEIRO, LANÇAMENTO, FOGUETE.
  • REGISTRO, ACIDENTES, VITIMA, TECNICO, CENTRO DE LANÇAMENTO DE ALCANTARA (CLA), MOTIVO, EXPLOSÃO, EQUIPAMENTOS, LANÇAMENTO, MATERIAL AEROESPACIAL, COMENTARIO, CONTINUAÇÃO, BRASIL, PROGRAMA, ATIVIDADE ESPACIAL, IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, BENEFICIO, SOBERANIA NACIONAL, COMPETIÇÃO INDUSTRIAL.
  • CUMPRIMENTO, FUNCIONARIOS, AGENCIA ESPACIAL BRASILEIRA (AEB), EMPENHO, PROGRESSO, CIENCIA E TECNOLOGIA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, BRASIL.

            O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB-RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no dia 4 de outubro de 1957, o mundo inteiro teve uma grande surpresa: a antiga União Soviética lançou o primeiro satélite artificial em órbita da Terra, ultrapassando, em plena Guerra Fria, o poderio norte-americano.

            Os Estados Unidos, ultrapassados na conquista espacial, passaram a usar todas as suas forças, todo o seu poderio econômico, político, científico e tecnológico para recuperar o terreno perdido nos primeiros cinco anos da chamada “Corrida Espacial”.

            A luta das duas grandes potências pela hegemonia espacial despendeu muitos recursos econômicos, muita energia e, até mesmo, algum desperdício orçamentário, mas teve como benefício um grande desenvolvimento científico e tecnológico, comparável à época dos grandes descobrimentos da História.

            Muito da ciência e da tecnologia, dos instrumentos, dos equipamentos e dos recursos tecnológicos de que hoje dispomos, devemos aos efeitos benéficos da chamada corrida espacial.

            Nesses 50 anos da chamada Era Espacial, tivemos um grande número de conquistas, de produtos e serviços de alta tecnologia, como a Internet, a transmissão de dados via satélite, e outros grandes avanços em diversas áreas científicas: física, química, metalurgia, medicina, nanotecnologia, informática, telemática, robótica e astronomia.

            O Brasil não se omitiu, não fugiu ao seu destino de grande nação, pois procurou participar do desenvolvimento científico e tecnológica da Era Espacial.

            Em 1961, foi criado o primeiro órgão governamental com o objetivo de preparar o Brasil para ingressar no grupo de países que dominam as tecnologias espaciais: o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE).

            Em 1963, foi criada a Comissão Nacional de Atividades Espaciais e, em 1965, foi inaugurado o primeiro centro de lançamento de foguetes do País, a Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, o que permitiu o lançamento, em 1967, do primeiro foguete brasileiro, o Sonda I.

            Em 1971, foi fundado o Instituto de Pesquisas Espaciais e, também, a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais, o que possibilitou a criação, em 1979, do projeto da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), que compreende o desenvolvimento de satélite de coleta de dados e sensoriamento remoto, veículo lançador de satélite e um centro de lançamento brasileiro.

            Em 1983, o Brasil constrói o Centro de Lançamento de Alcântara, cuja aproximação com a linha do Equador lhe confere vantagens locacionais inigualáveis em todo o mundo, permitindo o lançamento de satélites com as vantagens de menor consumo de combustível e, em conseqüência, menor peso total.

            Certamente não existe, Senhor Presidente, em todo o mundo, outro centro de lançamentos de foguetes que supere as condições favoráveis existentes em Alcântara, fato evidenciado pela atratividade que o Centro exerce sobre os programas espaciais de outros países.

            O Centro de Lançamento de Alcântara, além de permitir o lançamento de todos os tipos de órbita, oferece a segurança das áreas de impacto do mar, uma baixa densidade demográfica da área circunvizinha, estabilidade meteorológica, com ventos e regime de chuvas bem definidos e outras condições climáticas estáveis.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, apesar das dificuldades técnicas e das fortes restrições orçamentárias decorrentes da crise das finanças públicas brasileiras, desde os anos 80, o Programa Espacial Brasileiro conseguiu se estruturar, criar uma infra-estrutura física de alto nível, capacitar recursos humanos e gerar todas as condições técnico-estruturais para a utilização racional do conhecimento científico na área espacial.

            O Programa Espacial Brasileiro está incorporado no elenco de prioridades nacionais, como programa de Estado, independentemente de mudanças de Governo.

            Em 2006, o Governo Federal destinou ao Programa Espacial Brasileiro recursos orçamentários que ultrapassaram 250 milhões de reais, o que permite ao Brasil desenvolver atividades científicas, tecnológicas e de pesquisa aplicada de forma contínua e programada.

            O Brasil tem como objetivo atingir a autonomia no acesso ao espaço, e está desenvolvendo um projeto de um primeiro lançador nacional.

            Para tanto, mantemos parcerias internacionais, destacando-se o Acordo com a Ucrânia, para lançamentos comerciais de foguetes no Centro de Lançamento de Alcântara.

            Já atingimos autonomia na geração de imagens de satélite de média resolução, utilizadas para controle de planejamento urbano e agrícola, mensurar o desmatamento na Amazônia, dentre outras aplicações. 

            Todavia, um triste fato marcou a história de nosso programa espacial. No dia 22 de agosto de 2003, o Veículo Lançador de Satélites (VLS-1 VO3) explodiu no Centro de Lançamento de Alcântara, três dias antes do lançamento programado, matando 21 técnicos.

            Apesar desse acidente, o Brasil não abandonou seu programa espacial, pois temos convicção de que o futuro do País depende do desenvolvimento científico e tecnológico, da incorporação de novas tecnologias ao processo produtivo e da geração de produtos de alto valor agregado, para criarmos um círculo virtuoso capaz de nos assegurar soberania, capacitação tecnológica, competitividade industrial e um lugar de destaque no cenário internacional.

            Neste ano de 2007, em que se comemora o cinqüentenário da Era Espacial, queremos destacar o esforço realizado por cientistas, técnicos e pesquisadores brasileiros que, até mesmo com o sacrifício das próprias vidas, tudo fizeram para que conquistássemos autonomia, soberania e desenvolvimento nessas importantes áreas do saber humano.

            Quero, neste momento, cumprimentar a diretoria e todos os servidores da Agência Espacial Brasileira, pelo muito que fizeram e farão, pelo progresso da ciência, da tecnologia e pelo desenvolvimento econômico e social do Brasil.

            Muito obrigado.

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/07/2007 - Página 23898