Discurso durante a 110ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao teatrólogo Hermilo Borba Filho, que se vivo fosse, completaria 90 anos no último dia 8.

Autor
Marco Maciel (PFL - Partido da Frente Liberal/PE)
Nome completo: Marco Antônio de Oliveira Maciel
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao teatrólogo Hermilo Borba Filho, que se vivo fosse, completaria 90 anos no último dia 8.
Publicação
Publicação no DSF de 12/07/2007 - Página 23168
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, DATA, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, AUTOR, TEATRO, PROFESSOR UNIVERSITARIO, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, CULTURA, REGIÃO NORDESTE, BRASIL, DETALHAMENTO, OBRA ARTISTICA, COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, HOMENAGEM.

            O SR. MARCO MACIEL (PFL - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Ilustre Senador Papaléo Paes, que preside esta sessão, Srªs e Srs. Senadores, venho, hoje, à tribuna registrar uma data significativa para o teatro brasileiro e, de modo especial, para o teatro do Nordeste. O objetivo de minha presença, hoje, aqui, é justamente lembrar a memória de Hermilo Borba Filho.

            A arte e a cultura no Brasil reverenciam esta semana a memória de Hermilo Borba Filho, um dos mais expressivos teatrólogos e romancistas nordestinos, e extraordinário animador cultural.

            Se ainda entre nós, Hermilo completaria este mês, no dia 8 passado, noventa anos de amor e dedicação ao teatro e às letras.

            Pernambucano de Palmares, teve a sua primeira peça - A Felicidade - levada à cena na Sociedade de Cultura de Palmares.Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, nunca advogou. Seus interesses sempre foram o teatro e a literatura. Marca presença no Teatro de Amadores de Pernambuco, traduzindo peças e atuando em espetáculos. Em meados da década de 40, cria, em conjunto com Ariano Suassuna, o Teatro de Estudante de Pernambuco, sempre voltado para o fortalecimento de uma estética nordestina.

            Aliás, falar em Hermilo e em Ariano Suassuna é também falar em Luiz Marinho, amigo de Hermilo Borba Filho, que muito o ajudou no desenvolvimento de suas iniciativas.

            Impressiona o vigor de Hermilo Borba Filho. Na Escola de Belas Artes criou o Curso de Formação de Ator e fundou o Teatro Popular Nacional que profissionalizou o movimento teatral do Recife. Ao fazer surgir, nos anos 60, o Teatro de Arena, Hermilo deu origem a um importante centro cultural.

            Hermilo foi também professor de Arte Dramática nas Universidades Federais de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, crítico teatral e jornalista em jornais e revistas de São Paulo e do Nordeste.

            A par dessa impressionante atividade, Hermilo não descuidou de sua produção dramatúrgica e literária. “A Margem das Lembranças” (1966), “A Porteira do Mundo” (1967), “O Cavalo da Noite” (1968) e “Deus no Pasto” (1972), que compõem os quatro romances da tetrologia “Um Cavaleiro de Segunda Decadência”, respeitada como a sua obra mais importante e também a mais conhecida. Além dos romances, a fértil produção de Hermilo deu-nos peças teatrais, inclusive para o mamulengo, contos e novelas.

            O conjunto da obra de Hermilo Borba Filho contribuiu sobremaneira para a renovação do teatro brasileiro e na criação de uma sólida dramaturgia nordestina.

            Sr. Presidente, falar de teatro é ressalvar uma arte tão antiga quanto apreciada.

            Antes de concluir, Sr. Presidente, gostaria de lembrar que Hermilo Borba Filho está sendo homenageado em Pernambuco e no Nordeste. Os três principais jornais de meu Estado registraram reportagens a respeito de sua vida e de sua obra.

            O Diário de Pernambuco, com a matéria “Luzes na cena hermiliana”, de autoria de Carolina Leão, no caderno Viver e ainda queria mencionar um artigo de Juarez Correya, intitulado “Hermilo 90 anos”.

            A Folha de Pernambuco também tratou do homenageado através de uma matéria de Andréa Cortez, também exaltando o trabalho que ele realizou.

            Finalmente, o não menos importante, Jornal do Commercio fez, no seu caderno “C”, dedicado à cultura, excelentes trabalhos, valendo destacar trabalhos de Bruna Cabral, de Shneider Carpegiani e de Paulo Sérgio Scarpa, intelectual que tem uma coluna no JC e muito bem conhece a obra de Hermilo, pessoa também preocupada, embora não nascida em Pernambuco, com o desenvolvimento da cultura em nosso Estado.

            Sr. Presidente, solicitaria a V. Exª que se dê ciência da homenagem que ora prestamos a sua família, na pessoa de Leda Alves, sua segunda esposa, atual Diretoria do Teatro Santa Isabel de Pernambuco, que ele chamava de Léo minha, e aos filhos dele: Alfredo Borba, Liane Freire Borba e Márcia Borba.

            Por fim, Sr. Presidente, pediria que fosse apensado ao meu pronunciamento artigo intitulado “Hermilo Borba Filho”, de autoria de Moisés Neto. Trata-se de uma resenha da obra e de toda uma vida dedicada ao desenvolvimento cultural do Nordeste e do Brasil e ao florescimento do teatro, arte tão importante para os povos que desejam desenvolver essa antiga manifestação de sensibilidade artística.

            Meus agradecimentos a V. Exª, Sr. Presidente.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MARCO MACIEL EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Hermilo Borba Filho”, de autoria de Moisés Neto.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/07/2007 - Página 23168