Discurso durante a 121ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à memória do Senador Antonio Carlos Magalhães.

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória do Senador Antonio Carlos Magalhães.
Publicação
Publicação no DSF de 09/08/2007 - Página 26923
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, SENADOR, EX-DEPUTADO, EX GOVERNADOR, ESTADO DA BAHIA (BA), ELOGIO, VIDA PUBLICA, CONTRIBUIÇÃO, POLITICA NACIONAL, LIDERANÇA, PARTIDO POLITICO, ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL (ARENA), PARTIDO DEMOCRATICO SOCIAL (PDS), PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), DEMOCRATAS (DEM).

O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Presidente Senador Renan Calheiros, Exmº Sr. Senador Antonio Carlos Magalhães Júnior, nossa respeitada amiga D. Arlete, Deputado Federal ACM Neto, em nome dessas autoridades saúdo a Mesa aqui composta. Srªs e Srs. Senadores, convidados, amigos, meus senhores e minhas senhoras:

Para um homem público o paraíso está localizado no coração de sua gente, no respeito e no amor do povo. Antonio Carlos Magalhães conheceu o paraíso ainda em vida. Poucos políticos brasileiros foram depositários de tanta admiração e de tanto carinho de seus conterrâneos como ele.

De temperamento cristalino e vibrante, Antonio Carlos sintetizou a doçura e a energia de seus concidadãos. A Bahia de alma mulata aprendeu a reconhecer, naquele rosto largo e alvo, a firmeza e a postura de um homem que fez do exercício da defesa de seu Estado a própria razão de sua vida.

A política cunhou a legenda ACM. Um símbolo de devoção dos baianos, uma marca de modernismo administrativo e agressividade eleitoral. Antonio Carlos e seu forte carisma alargaram as fronteiras da Bahia e ele se tornou uma figura de expressão nacional.

Desde os tempos do Presidente Juscelino Kubitschek, influenciou nas grandes decisões do País. Era pragmático, sincero e objetivo.

Extremamente afável com os companheiros, duro mas leal com os adversários, ACM construiu sua trajetória no campo eleitoral. Nas urnas baianas edificou uma história recheada de disputas e embates heróicos. O “carlismo”, inspirado em sua atuação, converteu-se na mais poderosa facção política da região, arrastando a Bahia para um tempo de desenvolvimento econômico e social.

Antonio Carlos era firme na contenda política, polemista e árduo debatedor. Nunca fugiu de uma luta, por mais difícil que ela se apresentasse. Porém, nem o mais feroz dos inimigos jamais duvidou de seu amor à Bahia e ao Brasil.

Por isso mesmo, ele possuía um incontestável espírito agregador, principalmente no tocante à cultura regional. Arregimentava em torno de si artistas e intelectuais. Era entusiasta das manifestações populares. O povo via nele o “painho”: o patrono, o protetor dos pobres e desvalidos.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para nós Democratas, ACM foi mais que um líder digno e firme; foi sim, a bússola que orientou as decisões partidárias ainda nos tempos do PFL, em momentos delicados da vida nacional. Sua visão iluminava as atitudes, e sua coragem alimentava nossos corações.

Tive a honra, Sr. Presidente, de militar ao lado do Senador Antonio Carlos Magalhães desde o tempo da Arena, do PDS e, mais recentemente, do PFL. Ele sempre foi um exemplo para os mais jovens, por sua determinação e por sua crença inabalável nos destinos do Brasil. Foi um guerreiro que muito nos inspirou. Sua garra e sua vontade de transformar o País estimulavam seus novos partidários a encarar com determinação e ousadia o futuro. Portanto, uma grande geração de políticos foi influenciada por seu estilo aguerrido e valente.

Sim, sentiremos saudades do Senador Antonio Carlos Magalhães. Sua morte é uma perda irreparável para esta Casa e para o País. Mas não se trata de uma saudade lamuriosa, mas de um sentimento de admiração e de respeito por alguém que construiu sua reputação com lutas e sacrifícios. ACM fará falta ao Senado, à Bahia e ao Brasil. Mas seus exemplos se transformarão em caminhos: uma trilha de destemor, de obstinação e serviços ao povo.

Antonio Carlos saiu da cena, mas sua biografia servirá de esteio para as futuras gerações. Ergue-se agora uma nova flâmula, um bandeira que traz bordada a saga dos brasileiros que confiam no País; hasteiam-se os mais puros ideais democratas. Antonio Carlos Magalhães agora será a estrela que nos guiará a uma nação mais justa.

Ao finalizar, cumprimento com afeto especialmente o nosso colega Senador Antonio Carlos Júnior, herdeiro não apenas de um nome, mas sim de toda uma tradição de vigor e responsabilidade política com a Bahia e com o Brasil. Dirijo também uma saudação especial ao povo baiano. Sei que agora o Senador Antonio Carlos está feliz, ao lado de seu filho Luís Eduardo.

Sr. Presidente, quero fazer uma pequena reflexão para concluir a minha fala. Tenho o hábito de discutir política com um ex-Senador, ex-Governador, ex-Deputado e um velho amigo do Senador Antonio Carlos Magalhães. Reiteradas vezes, quando estamos discutindo política em minha residência, ele pondera e diz: "Jayme, você é o ACM de Mato Grosso e eu sou o Marco Maciel". Com certeza, muito me honra ser o ACM de Mato Grosso, porque ACM vive em nossos corações!

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/08/2007 - Página 26923