Discurso durante a 121ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à memória do Senador Antônio Carlos Magalhães.

Autor
Lúcia Vânia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Lúcia Vânia Abrão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória do Senador Antônio Carlos Magalhães.
Publicação
Publicação no DSF de 09/08/2007 - Página 26988
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, SENADOR, EX-DEPUTADO, EX GOVERNADOR, ESTADO DA BAHIA (BA), ELOGIO, VIDA PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, INICIATIVA, FUNDO ESPECIAL, COMBATE, POBREZA, APROVAÇÃO, SENADO, MATERIA, MELHORIA, SEGURANÇA PUBLICA, CRIAÇÃO, COMISSÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna, hoje, movida por um sentimento de tristeza muito grande. A perda do Senador Antonio Carlos Magalhães foi também a perda de um amigo e conselheiro.

A firmeza com que conduzia a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, as suas decisões sempre corretas, e, principalmente, a sua dedicação ao Colegiado e a esta Casa foram exemplos que nunca esquecerei.

Sua morte deixa uma lacuna na história política de nosso país que será difícil preencher. Sua ausência enche-me de preocupação, ao pensar o quanto estamos carentes de homens públicos que tenham a determinação e o amor à política do Senador Antonio Carlos, para enfrentar os desafios que a Nação impõe.

Ele foi capaz de superar, como poucos, os dramas pessoais em nome de seu país. Voltou ainda de luto, mas fez da dor que o consumia mais uma motivação para seguir em frente.

Mesmo aqueles que o enfrentavam não podiam deixar de reconhecer seus grandes méritos. O líder baiano ultrapassou as fronteiras do seu Estado e ganhou dimensões nacionais.

Foi assim em agosto de 1999, quando anunciou a Emenda do Fundo de Combate à Pobreza, dividindo o Congresso e assustando a equipe econômica do governo.

O projeto do Senador Antonio Carlos obriga o investimento de cerca de R$4 bilhões anuais para programas voltados para populações de baixa renda, com vigência até 2010.

Em seu segundo mandato nesta Casa, iniciado em 2003, o Senador Antonio Carlos voltou determinado a lutar contra a violência.

Como membro da Comissão de Constituição e Justiça, pude sentir, de perto, a sua angústia com o aumento desenfreado da criminalidade, que já não respeita mais nem as crianças inocentes nem mesmo mulheres grávidas.

Em fevereiro deste ano, depois da comoção que tomou conta do país com a morte do menino João Hélio, o Senador apresentou a proposta para a criação do Fundo de Combate à Violência e Apoio Às Vítimas da Criminalidade, e a batizou de Fundo João Hélio.

A brutalidade daquele caso fez com que o Congresso se mobilizasse para votar projetos contra a violência.

O pacote anti-violência, com mais de 40 proposições, foi votado na CCJ, sob a presidência do Senador Antonio Carlos.

Sua determinação e agilidade foram a garantia para que as reuniões pudessem ser realizadas e as propostas votadas.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Congresso Nacional vive um momento difícil.

A sociedade nos cobra explicações diariamente.

Nossa responsabilidade é dar respostas.

Mas é muito mais do que isso.

Precisamos continuar a trabalhar pelo bem de nosso país, com propostas firmes e capazes de garantir as mudanças que o Brasil tanto necessita para seu desenvolvimento social e econômico.

Nessa encruzilhada em que o Legislativo se encontra, o Senador Antonio Carlos haveria de encontrar a palavra certa para orientar a todos nós sobre o caminho a seguir.

Sua vasta experiência política e sua lucidez seriam um norte para encontrarmos uma solução a esta crise que tanto desalento nos traz.

Antonio Carlos Magalhães foi um dos grandes homens públicos que o Brasil já conheceu.

Sua participação no processo de redemocratização do Brasil foi fundamental.

Enfrentou com firmeza o regime militar e soube a hora certa para fazer as articulações que mudariam os destinos do país.

Mesmo entre seus adversários, raros são os que não admiravam sua coragem, sua eloqüência, sua maneira de expressar seu pensamento.

Tenho a certeza de que o Senador Antonio Carlos deixa um vazio que será difícil de preencher.

Cabe-nos honrar sua memória lutando para que esta Casa mantenha firmes seus preceitos de defender a Nação e o povo brasileiro.

Antes de encerrar, senhor presidente, gostaria de lembrar que foi o Senador Antonio Carlos quem apresentou a proposta de criação da Comissão de Desenvolvimento Regional.

Ao assumir como seu primeiro presidente, o Senador Tasso Jereissati homenageou o Senador Antonio Carlos como presidente de honra da CDR.

Uma homenagem que agora, neste momento, eu gostaria de tornar eterna.

Obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/08/2007 - Página 26988