O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao assomar a esta tribuna, para, juntamente com todos os Senadores e convidados, homenagear o saudoso Senador Antonio Carlos Magalhães, queremos tão-somente lembrar-lhe uma qualidade única, que todos nós, não importa a convicção ou a ideologia partidária, temos de reverenciar. Queremos lembrar que o Senador era, acima de tudo, um baiano de corpo, alma e coração e - talvez como poucos políticos na história de seu Estado - foi incansável defensor do povo e dos interesses dos eleitores.

            Antonio Carlos Magalhães ressaltou em sua trajetória política um compromisso inequívoco de colocar a Bahia em evidência no cenário nacional. Sempre se reconheceu o papel de Salvador como primeira capital do Brasil e da Bahia como origem do processo de miscigenação racial que fez florescer nova gente nestas terras de além mar, hoje, a maior nação negra fora da África, como nos ensina o Senador Marco Maciel.

Mas a pujança do folclore, a imagem do Pelourinho a lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim começam a ganhar projeção nacional e internacional a partir do Governo de Antonio Carlos Magalhães, que transformou Salvador num canteiro de obras, abrindo a beleza, a graça e os contornos da magnífica cidade para o olhar do brasileiro e do estrangeiro.

E nosso saudoso Antonio Carlos Magalhães, ao decidir repintar a imagem de Salvador o fez com um projeto voltado para o futuro, porque, como visionário que o foi, enxergou no potencial turístico um dos mais importantes mecanismos de geração de renda - o que, diga-se de passagem, poucos governantes neste país já conseguiram perceber na devida proporção.

Ainda prefeito de Salvador, abriu as artérias da cidade para dar fluxo ao trânsito e movimento livre aos turistas que, desde então, adotaram a Bahia como um mimo, não só pela gente receptiva e calorosa, mas pelo cuidado com a preservação da arquitetura, dos valores e das raízes locais.

Como costumava dizer nosso saudoso homenageado: era preciso livrar Salvador da pecha de cidade suja, sem a presença do Poder Público. Mas, acima de tudo, era necessário respeitar a fisionomia de ontem ao se voltar a cidade para o futuro.

Que o diga o povo baiano, a quem o Senador Antonio Carlos Magalhães dedicou a vida e a carreira política; que o diga a Bahia, que tem nesse bravo guerreiro um divisor de águas entre o passado e o futuro, entre o relativo esquecimento e a permanente lembrança no cenário nacional.

O Senador Antonio Carlos Magalhães sempre revelou esta característica em que todos nós devemos buscar inspiração ao exercer os mandatos como representantes do povo e dos Estados; O Senador Antonio Carlos Magalhães sempre transpirou uma paixão desatinada a serviço da Bahia.

E foi uma paixão em todos os sentidos, não só ao preservar o patrimônio histórico e cultural, mas, também, ao lançar as bases para a indústria baiana e para um governo a serviço do povo.

As sucessivas eleições para o Parlamento e para o Governo explicam-se pelo caráter, tenacidade e obstinação que o levaram, de forma permanente e diuturna, a envidar esforços na construção do futuro da Bahia, sem ignorar a raízes do passado.

É sob a batuta do saudoso Antonio Carlos Magalhães que o Pelourinho foi reformado pela primeira vez; é sob a regência desse bravo e aguerrido baiano que se duplicou o pólo petroquímico de Camaçari e criou-se o Centro Administrativo; é sob o comando do Senador que se fizeram mais de 1300 km de rodovias no Estado.

As realizações do Senador Antonio Carlos Magalhães na saga em defesa do seu povo e de sua gente não caberiam nas poucas páginas deste pronunciamento, mas há dois pontos que, antes de encerrarmos, não poderíamos deixar de ressaltar, como atributo singular.

Foi na Bahia que se realizou o Congresso de reestruturação da União Nacional dos Estudantes; foi na Bahia que nasceram diversos programas sociais com o intuito de melhorar a qualidade de vida da população, como a Farmácia do Povo e o Serviço de Atendimento ao Cidadão.

Essa condição de ardoroso defensor do povo e do Estado da Bahia é decerto uma das maiores lições que nos deixou o Senador Antonio Carlos Magalhães, que servirá como fonte de inspiração para todos os políticos desejosos de manterem, de forma permanente e duradoura, a fidelidade aos interesses dos eleitores, o compromisso com os objetivos maiores do Estado e do Brasil.

O Senador Antonio Carlos Magalhães deixa-nos saudades pelo espírito tenaz e pela infindável e incansável vontade de debater idéias e servir ao seu povo a sua gente ao seu Estado e ao Brasil.

Muito obrigado!