Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelos 164 anos da cidade de Parnaíba, no Estado do Piauí.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Homenagem pelos 164 anos da cidade de Parnaíba, no Estado do Piauí.
Publicação
Publicação no DSF de 15/08/2007 - Página 27480
Assunto
Outros > HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, PARNAIBA (PI), ESTADO DO PIAUI (PI).
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, CAMARA MUNICIPAL, MUNICIPIO, PARNAIBA (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), COMENTARIO, REGISTRO HISTORICO, GUERRA, INDEPENDENCIA, IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO CULTURAL, REGIÃO.
  • CRITICA, INEFICACIA, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), SOLICITAÇÃO, EMPENHO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CUMPRIMENTO, PROMESSA, CAMPANHA ELEITORAL, OBRA PUBLICA, PORTO DE LUIS CORREA, FERROVIA, AEROPORTO INTERNACIONAL.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Efraim Morais, que preside esta sessão, Senadoras, Senadores, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, Senador Renan, antes de Cristo, um filósofo, Sêneca, nos deixou um dos ensinamentos mais importantes. Disse que, se você não sabe para onde vai, vento algum o ajudará. Recordo aqui, porém, Kátia, o que ele disse em relação à sua cidade natal. Senador Efraim, ele é grego, mas não é da grandiosa Atenas nem de Esparta, ele é de uma pequena cidade, e ele disse: “Não é uma pequena cidade. É a minha cidade”. 

            Então, Jarbas, vou falar da minha cidade, Parnaíba. Não é Rio de Janeiro, não é São Paulo, não é Brasília, mas é Parnaíba. Hoje, 14 de agosto, ela faz aniversário: 164 anos.

            Queria dizer o seguinte: existiu, Presidente Sarney - Parnaíba e Pinheiros começam com “p”, tem muito a ver -, um embaixador, filho da Parnaíba e de raízes inglesas: Frederico Clark. Senador Jonas, ele foi muito importante, porque ele gozou da amizade de Oswaldo Aranha. Ele auxiliou no reconhecimento de Charles de Gaulle. Devido a essa sua importância, às suas raízes inglesas, ele só ficou - ô Arthur Virgílio, V. Exª, que é embaixador - em cidades grandes. O Embaixador Frederico Clark ficou em Roma, em Londres, em Washington, em Buenos Aires. No fim de sua carreira, ele teve um câncer e resolveu passar os seus últimos dias na cidade de Parnaíba, onde ele nasceu.

            Ele escreveu, então, um livro. Senador Flexa Ribeiro, o Embaixador foi morrer na cidade onde nasceu, Parnaíba. Senador Escórcio, ele dizia em seu livro: “As melhores cidades do mundo começam com a letra “p”: Paris e Parnaíba”. Isso disse o Embaixador.

            Aqui queremos fazer homenagem àquela cidade que, quis Deus, hoje faz aniversário. Na sessão anterior homenageávamos os cursos jurídicos e, como Deus escreve certo por linhas tortas, eu buscava um dos filhos seus para encaixar nessa data: Evandro Lins e Silva. Senador Augusto Botelho, Sófocles disse que são muitas as maravilhas da natureza, mas a mais maravilhosa é o ser humano. Evandro Lins e Silva simboliza a capacidade, a obstinação do povo da Parnaíba.

            Senador Jonas, quero dizer do orgulho que tenho de sua Câmara Municipal. Senador Renan, é muito oportuno que V. Exª, que lidera este Congresso, inspire-se no exemplo da Câmara Municipal de minha cidade.

            Há um fato que envolve a Câmara Municipal de nossa cidade, aconteceu em agosto de 1822 - antes de 7 de setembro portanto. Aquele que Portugal colocara no Piauí, em Oeiras, Fidié, afilhado e sobrinho de D. João VI, para garantir o Norte, para garantir que o Maranhão ficasse ligado a Portugal, mandou demitir o delegado de Parnaíba. Um parnaibano, talvez o maior dos brasileiros, Simplício Dias da Silva, não aceitou o ato de demissão do delegado. José Agripino, Simplício Dias não aceitou, reuniu a Câmara e fez a independência do Piauí, independente do grito de D. Pedro I.

            Os portugueses quiseram sufocar esse movimento e invadiram Parnaíba. O homem, o rico empresário Simplício Dias da Silva, que estudara em Portugal, no Porto, e na Espanha, em Barcelona, tendo vivido com Simón Bolívar, buscou reforços no Ceará. Fizemos, então, a Batalha do Jenipapo, em 13 de março, e expulsamos os portugueses do solo piauiense e, conseqüentemente, do Brasil. Mesmo vencendo a batalha, o herói português, o militar, não voltou à capital Oeiras, porque o povo de Oeiras tomou o seu palácio.

            Então ele foi para o Maranhão, que era aliado de Portugal.

            Essa é a história da bravura de nossa gente. Nossa Câmara Municipal, Senador Renan, teve, em 19 de outubro, a coragem de tornar o Piauí independente dos desejos de Pedro II. Essa mesma Câmara Municipal de Parnaíba, quando eu era prefeito, várias vezes, José Agripino, derrubou meus vetos às leis. A derrubada de vetos ocorria também quando eu era Governador do Estado do Piauí e vetava determinado dispositivo, a Assembléia Legislativa derrubava meu veto.

            Então, Presidente Renan, nós queremos - inspirados na coragem da Câmara Municipal de Parnaíba, que garantiu a unidade deste País, o Brasil ser uno, não-dividido - que V. Exª mande votar e analisar os vetos da Sudene, os vetos daquela lei na qual nós, legisladores, ô Jonas, conseguimos para os velhinhos aposentados 16,4% e o Presidente Luiz Inácio vetou o trabalho deste Congresso. Tudo é concebível, mas essas decisões têm de ser discutidas. Agora nós temos é que aumentar o índice que foi concedido aos aposentados, porque o mesmo Luiz Inácio deu recentemente 140% de aumento para os aloprados que estão nos cargos de confiança da República do Brasil. São quase 24 mil pelas portas largas assumindo essas posições. Eles tiveram aumento de 140%. Jonas, o nosso foi de 16,4%. José Agripino, vamos analisar o veto presidencial.

            Presidente Renan, a Sudene... Juscelino criou isso tudo, Juscelino imaginou o sul industrializado; o centro do País, com Brasília; e a Sudene e a Sudam como um tripé para diminuir a diferença de renda per capita.

            A Sudene está enterrada. Fizemos uma lei boa e justa, buscando os recursos necessários. Sua Excelência, o Presidente da República, fez as festas e o anúncio, mas da natimorta Sudene. Então, vamos discutir e analisar o veto do Presidente nesta Casa.

            Mas Parnaíba, digo orgulhosamente, é a cidade natal de João Paulo dos Reis Velloso. Nestes anos de República, não conheço Ministro mais competente. Fez o primeiro e o segundo PND e deu um grande ensinamento para os dias de hoje. Foram vinte anos sendo luz do progresso do período revolucionário. Nenhuma indignidade, nenhuma imoralidade, nenhuma corrupção, traduzindo as virtudes das pessoas de Parnaíba.

            Parnaíba, abençoada por Deus, Senador José Agripino, tinha um bispo. Mas o bispo aposentado D. Joaquim Rufino do Rego, um santo, decidiu ficar lá. Assim, Parnaíba é uma cidade de dois bispos. Três filhos de Parnaíba chegaram ao governo do Estado: Francisco das Chagas Caldas Rodrigues, que foi Senador desta Casa, dando exemplo de espírito público, de honradez e dignidade; Alberto Silva, que governou duas vezes o Estado, representando o movimento revolucionário; e eu que, por obra de Deus, pude governar aquele Estado por seis anos, dez meses e seis dias, e, agora, representar a grandeza do povo do Piauí nesta Casa.

            Senador Heráclito Fortes, V. Exª também tem raízes na cidade de Parnaíba, também é líder da cidade. Senador Heráclito Fortes, vi muitos Presidentes irem a Parnaíba. Médici foi lá e inaugurou o Polivalente e a estrada de asfalto BR-343; Geisel fez a ponte da Ilha Santa Isabel; José Sarney, Presidente, levando a Embrapa, os tabuleiros litorâneos e obras sociais; e o Presidente Luiz Inácio, Senador Jonas Pinheiro, vai lá e anuncia o porto de Luiz Correia, que está inacabado; também anuncia a estrada de ferro, iludindo Alberto Silva, engenheiro rodoferroviário, que queria fazer os trens funcionarem, mas nenhum dormente foi trocado, Senador Jonas Pinheiro.

            Sua Excelência levou os votos do Piauí e da Parnaíba, num verdadeiro estelionato eleitoral. Aeroporto internacional, uma mentira. O aeroporto que tem lá foi levado pelo piauiense Ministro João Paulo dos Reis Velloso, com a diferença que agora, Geraldo Mesquita, nenhum avião teco-teco circula mais, pois não tem gasolina, só mentira.

            Então, aproveitamos este dia da Parnaíba para agradecer ao Presidente da República, juntamente com todos os piauienses, as obras prometidas. Essas são as nossas palavras finais, pedindo ao Presidente da República o cumprimento da sua palavra na conclusão do porto de Luiz Correia, da estrada de ferro, na conclusão dos tabuleiros litorâneos iniciados por Sarney, e, sobretudo, o cumprimento da sua palavra em relação à Universidade Federal, hoje um campus avançado.

            Neste dia, termino aqui dizendo a todos os brasileiros e brasileiras, Senador Jonas Pinheiro, que vamos morrer. Mas quando isso acontecer diga que morri como nasci e como vivi: orgulhoso de ser parnaibano, parnaibano, parnaibano! Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/08/2007 - Página 27480