O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com muita emoção que ocupo a tribuna do Senado da República, porque a minha cidade natal, Três Lagoas, e Mato Grosso do Sul perderam um grande homem público. Perderam Stênio Congro, advogado militante, ex-Promotor de Justiça, membro do meu Partido, o PMDB, e talvez o decano da imprensa sul-mato-grossense.

     Stênio Congro partiu há uma semana, deixando saudade imorredoura no coração de todos aqueles que o conheceram. Seu passamento foi pranteado por toda a população da cidade onde ele morou por quase toda a sua vida.

     Eu, particularmente, perdi um amigo insubstituível, Senadora Heloísa Helena, um desses homens públicos cuja marca poucos têm hoje, porque Stênio Congro pautou sua vida pública no ideal de servir a coletividade. Era um homem que tinha sentimento partidário, que não abriu mão dos seus postulados, que soube ser amigo dos seus companheiros e que, sobretudo, tinha uma marca que serve de exemplo nesses dias tortuosos que estamos vivendo: a lealdade aos seus amigos e, sobretudo, aos seus ideais.

     O seu enterro foi comovente na cidade onde nasci. Embora não tenha nascido em Três Lagoas, ele a adotou como se fora sua, ao longo de mais de setenta anos, tenho certeza, de convivência com a população daquela cidade. De tal ordem que, quando o féretro de Stênio Congro ia sendo conduzido ao cemitério - e isso foi importante -, alguém me disse: “Senador, as homenagens são inesquecíveis; não cabem tantas coroas de flores aqui. Já ouvi V. Exª, na tribuna, prestar homenagens póstumas a muitos homens públicos. Não se esqueça” -disse-me esse nosso amigo - “de registrar a morte de Stênio Congro no Senado da República, até mesmo porque a Pátria começa no solo onde nós habitamos”. Ao falar, vi o quanto nossa instituição é respeitada, mas vi também o quanto Stênio Congro era querido e estimado por tantos quantos tiveram o privilégio de conhecê-lo.

     Falando aqui da tribuna do Senado, lembro-me até da sua lealdade, da amizade que ele dedicava a uma pessoa que passou pelo Senado da República. Refiro-me a um sul-mato-grossense que teve a honra de presidir o Senado da República, José Fontanilhas Fragelli, que hoje mora em Aquidauana.

     Stênio partiu deixando sua esposa, Julieta Salum Congro, e seus filhos, Rosário Congro Neto, advogado militante, atualmente dedicado à comunicação social em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, e suas irmãs, Maria das Graças, Carmem e Andréia. Esses são hoje os herdeiros maiores dos ideais de Stênio Congro, e tenho certeza de que saberão levar avante esse legado.

     Senador Marco Maciel, concedo, com muita honra, um aparte a V. Exª.

     O Sr. Marco Maciel (PFL - PE) - Senador Ramez Tebet, associo-me às palavras de V. Exª e apresento, por seu intermédio, os sentimentos à família do ilustre falecido. O testemunho de V. Exª certamente é um conforto para os amigos, admiradores e familiares de Stênio Congro. Este é o aparte que gostaria de fazer ao encaminhamento de V. Exª.

     O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS) - Agradeço a V. Exª.

     Sr. Presidente, sei que meu tempo é curto e vou encerrar, mas gostaria de explicar por que estou falando assim: é que não tive oportunidade, uma vez que não sou dado a falar à beira de um túmulo, ainda mais no passamento desse grande amigo, que deixa imorredoura saudade no meu coração. Assim, falo da tribuna do Senado, atendendo aos anseios da população de Três Lagoas e, por que não dizer, da população sul-mato-grossense.

     Não suportaria deixar passar em branco o registro que faço, com emoção, para os anais do Senado da República, desse que foi um grande homem público e, para mim, um amigo praticamente insubstituível.

     Muito obrigado a V. Exª por me ter permitido usar desta tribuna assim rapidamente.