Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre as pesquisas e atividades desenvolvidas pelo Instituto Nacional do Câncer.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • Considerações sobre as pesquisas e atividades desenvolvidas pelo Instituto Nacional do Câncer.
Publicação
Republicação no DSF de 23/08/2007 - Página 28463
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • REGISTRO, DADOS, AGRAVAÇÃO, MORTE, CANCER, BRASIL, MOTIVO, AUMENTO, NUMERO, IDOSO, PERDA, QUALIDADE DE VIDA, ZONA URBANA, NECESSIDADE, ANTECIPAÇÃO, DIAGNOSTICO, TRATAMENTO, ELOGIO, COLABORAÇÃO, MEDICO, CIENTISTA, PESQUISADOR, INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, LANÇAMENTO, POLITICA, PREVENÇÃO, INCLUSÃO, PUBLICAÇÃO, PERIODICO, CAMPANHA, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO, DOENTE.

              O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o câncer é a segunda doença que mais mata no Brasil. Todos os anos, surgem, no País, mais de 300 mil novos casos de câncer, com mais de 100 mil mortes.

              É um problema da mais alta gravidade para o futuro de nosso País, com tendência de agravamento, com o aumento da expectativa de vida, com o crescimento do número de pessoas idosas em nossa população e com um maior controle de doenças infecto-contagiosas.

              O intenso processo de urbanização, a industrialização, o sedentarismo, o tabagismo e os hábitos alimentares não-saudáveis são fatores fortemente correlacionados com o aumento de doenças crônico-degenerativas e, particularmente, do câncer.

              No passado, o câncer era uma doença rara, praticamente incurável. Hoje, esse panorama mudou: o número de casos cresceu de forma exponencial, atingindo praticamente todas as faixas de idade, com números alarmantes de óbitos.

              Apesar desse agravamento da situação em anos recentes, houve também consideráveis progressos nas descobertas científicas em busca da cura dessa doença.

              Hoje, o câncer tem cura, principalmente quando é estabelecido um diagnóstico precoce e adotado um tratamento médico correto e adequado.

              Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nossos pesquisadores, nossos médicos e cientistas têm participado ativamente da luta contra o câncer, enfrentando dificuldades técnicas e restrições orçamentárias.

              Há 70 anos, foi criado o Centro de Cancerologia do Serviço de Assistência Hospitalar do Distrito Federal, o que representou uma iniciativa pioneira no campo da medicina.

              Hoje esse importante papel é desempenhado pelo Instituto Nacional Do Câncer (INCA), que prossegue nessa caminhada de 70 anos de história na luta contra uma das mais graves doenças que afligem a humanidade.

              Em dezembro de 2005, o INCA lançou a Política Nacional de Atenção Oncológica, que permitiu a promoção de ações integradas do governo com a sociedade, com a criação de uma Rede de Atenção Oncológica.

              Já se pode constatar o início de uma mudança na sociedade, com um novo paradigma: o câncer visto como problema de saúde pública e a implementação de uma política nacional, com ênfase na prevenção, na descentralização e na informação.

              O INCA está lançando uma nova publicação trimestral, a Rede Câncer ¾ a qual tive o prazer de receber em meu gabinete ¾, que tem como objetivo informar e desestigmatizar os problemas decorrentes do câncer, que hoje não é mais uma doença incurável.

              A Rede Câncer será uma fonte confiável de informação sobre ações bem-sucedidas e pesquisas na área da saúde, utilizando uma linguagem objetiva e acessível para a maioria de nossa população.

              O médico e professor de medicina Luiz Antonio Santini, Diretor-Geral do INCA, é o responsável pela coordenação da nova Política Nacional de Atenção Oncológica, que estabelece as diretrizes que norteiam as ações de combate e prevenção do câncer em todo o território nacional.

              O Brasil muito espera das pesquisas e atividades desenvolvidas pelo Instituto Nacional Do Câncer, a fim de propiciar tratamentos médicos capazes de assegurar recuperação e melhores condições de vida a esses pacientes.

              Eu gostaria de destacar um ponto da mais alta importância na luta contra o câncer: o preconceito.

              Como afirmou o professor Luiz Antonio Santini, em entrevista à Rede Câncer: “Muito mais que a mudança de atitude, a luta contra o câncer é uma luta contra o preconceito. Persiste a idéia de que o câncer é uma doença fatal. Certa vez, um motorista de táxi me falou: ‘Ih, doutor, disseram pra minha mulher que ela tinha que fazer o exame de colo de útero, mas ela disse que não vai fazer de jeito nenhum porque tem medo de ter a doença’. Isso tem de acabar! Hoje, concentramos nossos esforços para mudar esse paradigma e abordar o câncer como um problema de saúde pública”.

              Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, queremos apoiar com todas as nossas forças o trabalho desenvolvido pelo Instituto Nacional Do Câncer e participar ativamente da luta contra o preconceito, sentimento hediondo que vitima não apenas o corpo, mas também a alma.

              O câncer já foi uma doença fatal. Hoje não é mais.

              Todos nós que temos responsabilidade política devemos nos unir, reunir esforços, colocar os meios de comunicação oficiais e não-oficiais para apoiar essa luta e salvar muitas vidas de nossos irmãos brasileiros.

              Deixo aqui o meu apelo para que a TV Senado, a TV Câmara e TV Justiça e todos os demais instrumentos de comunicação social contribuam para que a sociedade possa mudar de atitude em relação ao câncer.

              Diagnóstico precoce e tratamento adequado são as melhores armas para vencermos esse combate.

              Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/08/2007 - Página 28463