O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao contrário do cristianismo, que propõe a aceitação da obra redentora de Jesus Cristo, como o filho de Deus, a fé maçônica, sem a qual não se pode ingressar na irmandade, exige apenas a crença na existência de um arquiteto supremo do universo. Contudo, é importante ressaltar que a maçonaria não é um credo ou seita religiosa, visto que não se apóia nem se desenvolve sobre dogmas ou preceitos de cunho religioso.

            Assim como o ente supremo que o inspira, tem o maçom o objetivo de buscar, a todo o custo, a construção de um universo melhor. A terminologia empregada - desde a própria denominação “maçom” que, em francês, traz a imagem do edificador - até os símbolos que o representam - como o compasso, o esquadro, etc - remetem a esse objetivo, o da a edificação de um mundo melhor em que possamos habitar com mais eqüidade e justiça.

            Muitas críticas se fazem à maçonaria pelo fato de ser uma sociedade secreta e ritualística. A verdade não é outra senão que qualquer um está habilitado a fazer pesquisas na própria rede mundial de computadores e conhecer sobre a instituição.

            Além disso, as exigências à iniciação do pretendente a maçom se justificam justamente devido ao caráter elevado dos objetivos que fazem parte do arcabouço teórico-ideológico da irmandade. Não se poderia exigir menos do iniciante, visto que se busca dele a progressão em direção à perfeição.

            A maçonaria é uma sociedade iniciática, filantrópica, progressiva e nacionalista. Onde quer que se instale, promove o desenvolvimento local e o aumento dos valores éticos e morais do meio social em que se encontra.

            Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores,

            A história do Brasil é pródiga em nos fornecer exemplos de importantes acontecimentos em que os maçons estiveram presentes e suas participações foram de grande relevância.

            Consta que foi em 1800 que os primeiros maçons, até então dispersos pelo extenso território nacional, se reuniram para fundar a primeira loja brasileira, chamada União. Nas duas décadas seguintes, a maçonaria foi perseguida pelo poderio imperial, o que a levou à clandestinidade. Com o surgimento da Grande Loja do Oriente do Brasil e com a elevação de José Bonifácio de Andrada, então Ministro de Estado, ao cargo de Grão-Mestre, o movimento saiu da clandestinidade e outras lojas foram surgindo vinculadas ao Grande Oriente Do Brasil, como a União e Tranqüilidade e a Esperança de Niterói.

            Como é bem conhecido, a atuação destacada dos maçons levou-os a nada menos do que ter uma participação decisiva na independência do Brasil. E outros períodos ou episódios marcantes de nossa história, como a regência, a abolição da escravatura e a proclamação da república, sempre puderam contar com maçons ilustres.

            Em tempos mais recentes, podemos visualizar a maçonaria como uma confraria, em que se aglutinam pessoas em busca de um ideal comum de fraternidade, progresso e nacionalismo.

            Em uma época em que os modelos ideológicos sofrem com uma pluralidade e fragilidade tais que levam qualquer ser humano a verdadeiras crises de consciência, o movimento maçônico revela-se um firme dossel onde aqueles que desejam uma vida condigna e um mundo mais coerente podem encontrar amparo e refúgio.

            Por tudo isso, fica aqui registrada nossa homenagem e nossa esperança em um mundo melhor, graças à importante contribuição da maçonaria.

            Muito obrigado.