Discurso durante a 136ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Justificação do Requerimento 979, de 2007, que solicita voto de pesar pelo falecimento do Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Roraima, Ademir Pinheiro Viana.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Justificação do Requerimento 979, de 2007, que solicita voto de pesar pelo falecimento do Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Roraima, Ademir Pinheiro Viana.
Aparteantes
Augusto Botelho.
Publicação
Publicação no DSF de 29/08/2007 - Página 28913
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, LIDER, MAÇONARIA, ESTADO DE RORAIMA (RR), ADVOGADO, EMPRESARIO, LEITURA, TRECHO, DISCURSO, HONRAS FUNEBRES, APRESENTAÇÃO, SOLIDARIEDADE, FAMILIA.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco/PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, encaminhei à Mesa um requerimento solicitando homenagem pelo falecimento do Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Roraima, o nosso querido irmão Ademir Pinheiro Viana.

            Na justificativa, sintética, disse que Ademir é um roraimense, nascido na cidade de Boa Vista, no dia 07 de abril de 1948, advogado, empresário e Grão-Mestre Geral da Grande Loja Maçônica do Estado de Roraima. Faleceu no domingo, 26 de agosto, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, vítima, Senador Tião Viana, de um câncer que o atacou. De forma muita penosa, ele enfrentou com bravura esse período. Conscientemente, ele deixou uma carta para os maçons de Roraima, incentivando-os a continuar a luta pelo soerguimento da humanidade, pela atenção aos excluídos e, principalmente, pela batalha incessante de levarmos a todas as brasileiras e a todos os brasileiros nosso grande lema de igualdade, liberdade e fraternidade para com todos.

            Peço, Sr. Presidente, que quatro documentos sejam transcritos em seu inteiro teor como parte deste meu pronunciamento que faço em homenagem ao Grão-Mestre da Grande Loja de Roraima. Leio apenas alguns trechos do pronunciamento feito pelo orador da Grande Loja, por ocasião da cerimônia fúnebre, na Loja Maçônica, evidentemente com a presença do corpo do nosso Grão-Mestre.

            “Para os que não tiveram a oportunidade de conviver com o nobre Irmão Ademir Pinheiro Viana, registramos que ele era roraimense, nascido em Boa Vista no dia 07 de abril de 1948. Era filho do senhor Anderson Viana dos Santos e da senhora Raimunda Pinheiro Viana.

            Ademir Viana começou a trabalhar aos 6 anos de idade para ajudar a família e, posteriormente, se tornou o primeiro empresário no ramo de limpeza pública-privada...” no Estado de Roraima.

            “Também atuou no ramo de sinalização e marketing, na confecção de placas de veículos e de endereços.”

            (...)

            “Foi membro ativo e realizador de obras sociais no Rotary Club de Boa Vista.

            Depois de casado, com filhos, cursou Direito na Universidade Federal de Roraima, tornando-se Bacharel em Direito. Em seguida, submetido às provas da OAB, foi aprovado e tornou-se advogado de pleno direito, exercendo a atividade.

            Na infância e na adolescência, foi aluno do Ginásio Euclides da Cunha e da Escola Monteiro Lobato. Ao término do seu curso, foi convidado para ministrar aulas nessas unidades de ensino, tendo sido professor da disciplina de Contabilidade.

            Na Maçonaria, foi um expoente do saber e da vivência maçônica.

            Estava ele, em 1972, na cidade de Parintins, no Amazonas, quando foi convidado para ingressar na nossa Ordem. Sua iniciação se deu no dia 14 de outubro de 1972, na augusta e respeitável Loja União Paz e Trabalho. Posteriormente, foi elevado ao Grau de Companheiro, em 1972.

            No seu retorno a Boa Vista, Roraima, seu Estado natal, filiou-se à Loja Liberdade e Progresso, a primeira loja maçônica a ser criada no então Território Federal de Roraima, que veio a transformar-se no nosso atual Estado de Roraima.

            Foi exaltado a Mestre Maçom no dia 2 de março de 1974.

            Ingressou, depois, na augusta e respeitável Loja Sílvio Lôfego Botelho nº 03. Sílvio Botelho, quero deixar claro aqui, era o pai do Senador Augusto Botelho. O Dr. Sílvio foi o mestre de todos os médicos de Roraima.

            Posteriormente, por sua dedicação e conhecimento maçônico, foi eleito Venerável Mestre da Loja Sílvio Botelho nº 3, tendo ocupado esse cargo no período de 4 de julho de 1990 a 24 de junho de 1992. Ao término do mandato, foi convidado para ocupar cargo na administração da Grande Loja, passando a fazer parte do Conselho de Justiça Maçônica da Grande Loja de Roraima.

             Por último, foi eleito Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de Roraima, em dois períodos: de 2002 a 2005; e de 2005 com término previsto para 2010, quando foi chamado, como dizemos, para o Oriente Eterno, quer dizer, para o outro plano, onde tem sua nova morada - na Jerusalém Celeste, como o chamamos.

            Por fim, Sr. Presidente, depois de ler trechos deste pronunciamento sobre o orador da Grande Loja, quero abraçar a esposa do irmão Ademir, a viúva, a nossa cunhada Maria das Graças; os filhos, que já são irmãos maçons, Alex e Sandro; e a nossa sobrinha Alessandra Moura Viana, por esse momento de dor por que passam.

            Quero ressaltar também, Sr. Presidente, que estive presente aos funerais, principalmente à sessão fúnebre, e foi uma demonstração, realmente, de muita solidariedade. Os maçons de Roraima em peso lá estavam, como também muitos não-maçons, que tinham no Ademir o exemplo de um homem que sempre se procurou pautar nos princípios maçônicos do ser livre e dos bons costumes e, principalmente, de luta contra os males, como nós dizemos, muito claramente, “Cavando masmorras aos vícios e levantando templos à virtude.”

            Ouço, com muito prazer, o Senador Augusto Botelho.

            O Sr. Augusto Botelho (Bloco/PT - RR) - Senador Mozarildo Cavalcanti, peço um aparte a V. Exª, para me solidarizar com a família do companheiro Ademir e dizer que, realmente, ele cavou masmorras paras as injustiças e construiu templos. A Maçonaria, durante esse período dele, multiplicou os templos em muitos Municípios e em Boa Vista, nos quais ele tinha participação ativa em todas as solenidades que ocorriam. Ademir também é um exemplo. Começou a trabalhar bem cedo, estudava, trabalhava, ajudou a criar suas irmãs. Gostaria só de lembrar que, quando cheguei a Roraima, como médico, dois anos depois de formado, a mãe dele estava em estado terminal por causa de uma doença maligna. Eu a acompanhei. Foi aí que fiquei ainda mais fã do Ademir, que conheci menino; depois voltei, e ele era homem. Ele e a Graça cuidaram muito bem daquela senhora, a D. Raimundinha; vi o tamanho do coração, da dedicação deles. Até brincava, dizendo que, se eu tivesse uma nora, gostaria que ela fosse como a Graça. Eu brincava, porque ela se dedicou muito. E o Ademir, Deus o chamou muito rápido. Não foi, Senador Mozarildo? Ele desfilou no dia 7 de setembro, no ano passado, durante os festejos da Pátria, e este ano não chegou a ver novamente os festejos. Tenho certeza de que os filhos dele seguirão o exemplo do pai, homem honrado e trabalhador, que sempre respeitou a liberdade e os mais fracos.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco/PTB - RR) - Obrigado, Senador Augusto Botelho. V. Exª, embora não seja maçom, é filho de um grande maçom, seu pai, Dr. Sílvio Botelho. Como V. Exª tem dito, não é maçom ainda; está perdendo tempo, pensando, decidindo entrar.

            De qualquer forma, quero terminar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mandando um abraço a todos os irmãos maçons de Roraima, dizendo do nosso luto por essa perda, que não é só da Maçonaria de Roraima, mas da Maçonaria brasileira e da Maçonaria universal.

            Muito obrigado. 

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e 2º, do Regimento Interno.)

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            Matérias referidas:

     “Homenagem ao Sereníssimo”;

     Prece de Cárita;

     “Ademir Pinheiro Viana, Sereníssimo Grão-Mestre;

     “Maçonaria se despede de grão-mestre Ademir Viana”;

     “Adeus, sereníssimo”.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/08/2007 - Página 28913