Discurso durante a 135ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem ao Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) e o Conselho Editorial do Senado Federal pelos dez anos de existência, e a Universidade do Legislativo Brasileiro (UNILEGIS), pelo transcurso dos seis anos do início de suas atividades.

Autor
Romeu Tuma (DEM - Democratas/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SENADO.:
  • Homenagem ao Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) e o Conselho Editorial do Senado Federal pelos dez anos de existência, e a Universidade do Legislativo Brasileiro (UNILEGIS), pelo transcurso dos seis anos do início de suas atividades.
Publicação
Publicação no DSF de 29/08/2007 - Página 28741
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SENADO.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, INSTITUTO BRASILEIRO, LEGISLATIVO, CONSELHO, EDITORA, SENADO, UNIVERSIDADE DO LEGISLATIVO BRASILEIRO (UNILEGIS), ELOGIO, EX PRESIDENTE, PRESIDENTE, INVESTIMENTO, MODERNIZAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO, INTEGRAÇÃO, SOCIEDADE CIVIL.
  • COMENTARIO, COLABORAÇÃO, SENADO, JUDICIARIO, REALIZAÇÃO, CONFERENCIA, CRIMINOSO, DIVERSIDADE, PRESIDIO, UTILIZAÇÃO, INTERNET, ELOGIO, INICIATIVA, PUBLICAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, LIVRO, CODIGO BRAILLE.
  • IMPORTANCIA, INTEGRAÇÃO, LEGISLATIVO, CIDADÃO, NECESSIDADE, PREPARAÇÃO, SERVIDOR, ELOGIO, EVOLUÇÃO, SENADO.

            O SR. ROMEU TUMA (DEM - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ainda bem que o Senador Efraim Morais deixou na tribuna a composição da Mesa, porque estou meio enrolado.

            Quero saudar o ilustre Senador Renan Calheiros, Presidente do Senado Federal e Reitor da Unilegis; o Senador Efraim Morais, 1º Secretário do Senado Federal; o Senador José Sarney, Presidente do Conselho Editorial do Senado Federal, com quem compus a Mesa Diretora dos trabalhos como 1º Secretário, à época citada pelos Senadores Efraim Morais e Renan Calheiros; Denise Ramos de Araújo Zoghbi, Diretora Executiva do Instituto Legislativo Brasileiro - ILB; Vânia Maione, Vice-Reitora da Unilegis; Agaciel da Silva Maia, Diretor-Geral do Senado, que muito apoio meu deu quando no exercício da 1ª Secretaria e que, com certeza, foi escolhido pelo Presidente Renan Calheiros por suas qualidades de administrador; Professor - ele não quer que o chamemos de professor, Presidente José Sarney; ele não gosta que o chamemos de professor - Campelo, Vice-Presidente do Conselho Editorial, que muita força nos deu, principalmente nas exposições de livros, como disseram o Presidente e o Senador Efraim, por este Brasil afora; Márcio Sampaio Leão, Diretor do Interlegis, Srªs e Srs. Senadores, Srªs e Srs. Deputados, demais convidados, membros de todos os órgãos que aqui estão sendo homenageados hoje pelos dez anos de vida do ILB, do Conselho Editorial e da Unilegis e pelos seis anos da Universidade do Senado Federal.

            É engraçado, Presidente Sarney, eu trouxe aqui escrita alguma coisa, Presidente Renan, porque sempre é mais confortável a leitura de um texto, do improviso escrito, porque no improviso de coração, normalmente, a emoção nos leva a algumas dificuldades no pronunciamento que fazemos.

            E estava lembrando aqui e perguntando: mas os dois Presidentes são José? José Sarney e José Renan? Aí, lembrei-me de São José. Por quê? Porque São José era um marceneiro, um homem que sabia construir e que preparava a madeira para que desse futuro àqueles que necessitavam de uma construção, de um teto, ou de uma mesa para poder comer. E, provavelmente, Deus deu esta virtude a esta Casa, de ser presidida por dois José, um seguido do outro, para representarem aquilo que é mais bonito na vida do cidadão: poder construir em benefício de terceiros.

            Eu não poderia repetir aquilo que falou o Senador Efraim, porque ele fez um histórico perfeito e profundo de toda a evolução da tecnologia que foi absorvida por esta Casa. Senador Efraim, eu sempre o chamava como um setor de inteligência da Casa. E a minha luta era para que houvesse um trabalho conjunto, irmanado, de todos esses órgãos, com um resultado forte, para que os Senadores tivessem uma infra-estrutura, com colunas mestras, que pudesse dar a tranqüilidade de um trabalho dedicado à sociedade, que, através de seus órgãos, também pudesse tomar conhecimento do que aqui ocorresse.

            O Presidente José Sarney investiu muito em vários segmentos durante o período em que estava no lugar de V. Exª, e V. Exª, hoje, deu uma virtude muito maior do que aquela ao meu tempo. Mas o Presidente José Sarney sempre acreditou nos projetos que foram desenvolvidos por esta Casa.

            E lembro-me aqui de um fato de que talvez poucos se lembrem e que foi muito importante: a videoconferência de um julgamento, de uma oitiva de uma quadrilha de presos de alta periculosidade. Os depoentes estavam em três presídios diferentes, o juiz e o advogado, no foro. O advogado tentou impedir que houvesse aquela audiência por videoconferência, e a juíza não aceitou e fez um belo pronunciamento a respeito da importância do ato, que, tenho certeza, Senador Efraim, deve estar nos Anais do ILB ou do Interlegis e deveria ser distribuído a todos os membros do Senado.

            Ao ser rejeitado um projeto, isso trouxe uma frustração muito grande. O Presidente acreditou e o resultado foi eficiente. Não houve uma falha naquela audiência provocada pelo Senado, com aceitação no Judiciário e com sucesso absoluto, e em tantas outras videoconferências que foram feitas. O Agaciel sabe e, quando faz discurso, é assim: “Agora temos que pensar no público interno”.

            Criou-se a Unilegis para aperfeiçoar o cidadão que aqui trabalha, e, depois, abriu para o público em geral. Hoje, há uma disputa por uma vaga na Universidade do Legislativo. Todos esses segmentos têm uma importância vital.

            Júlio - há uma cena que não esqueço, o Senador Efraim falou de quando fizemos algumas exposições de livros -, o senhor se lembra, no Rio de Janeiro, da primeira vez, Presidente Sarney e Presidente Renan, em que foram distribuídos livros em braille? Lembro-me daquela alegria, daquele agradecimento das entidades dos deficientes visuais com lágrimas nos olhos. Os olhos dos cegos choram também, sentem na alma e no coração quando alguém pensa nas virtudes que eles possam ter com o apoio do cidadão que enxergou e que enxerga. Eu vi, Senador Renan, Senador Efraim, Senador Sarney, uma menina com deficiência visual pegar o livro, até assustei-me com o volume. Tínhamos feito, com o Campelo, um dicionário em braille. Pela primeira vez, no Brasil, o Senado fez um dicionário com dez mil verbetes. Ela abriu o dicionário - parece-me que na letra A - e o pôs contra o coração, abraçou o livro como se sentindo na alma o que representava aquilo e, com os olhos do dedo, leu um verbete e a sua descrição. Isso, sem dúvida nenhuma, foi uma das virtudes do Senado Federal, livro feito e elaborado com a coragem do Professor Campelo e do Júlio, botando as máquinas para trabalhar. E, hoje, praticamente, em todas as exposições, são distribuídos quatro ou cinco livros da cidadania, em que o deficiente visual pode tomar conhecimento de todos os direitos que o cidadão tem.

            O Efraim tem dado continuidade a isso com uma coragem e com uma virtude imensa.

            Sou torcedor permanente deste trabalho maravilhoso para o público externo. O Senado trabalha para produzir leis que dêem tranqüilidade e segurança ao cidadão, mas está pensando naqueles que estão lá fora, disponibilizando a televisão, o Interlegis, o ILB.

            O convênio com o BID, Senador Efraim, que V. Exª renovou agora, com o apoio do Presidente Renan - à época que se encerrava o convênio, eu estava praticamente no fim da minha gestão -, leva às Câmaras Municipais, às Assembléias, como descreveu V. Exª, essa interligação forte político-partidária. O cidadão pode tomar conhecimento do que se passa aqui. Os legisladores municipais, os vereadores, que, às vezes, não tinham conhecimento da grande envergadura do ordenamento jurídico brasileiro que se renovava a cada dia, foram tomando conhecimento e trocando idéias entre as Câmaras Municipais, no Brasil inteiro, buscando, sem dúvida nenhuma, aprimorar cada vez mais a sua legislação, sem sobrepor um projeto a outro que já estava em vigor em determinados Municípios.

            Há uma virtude maravilhosa deste Senado que a sociedade por inteiro deveria tomar conhecimento - e tem tomado. Somos passageiros aqui, Efraim. Estamos aqui apenas porque uma parte da população acreditou no nosso trabalho. Um dia, teremos de ir embora, ou pela vontade de Deus, ou porque se encerra o nosso ciclo no Legislativo, mas os funcionários desta Casa são permanentes. Eles são o esteio de tudo aquilo que podemos realmente produzir em benefício dessa sociedade sofrida, amargurada, esperançosa, na busca de melhores dias.

            Estou aqui mais, Senador Renan, Senador Sarney, Senador Efraim e senhores diretores, para homenagear o público interno. Quem foi administrador público, quem trabalhou no Executivo, como eu o fiz, sabemos da importância do público interno. Não podemos pensar que estamos apenas fazendo um trabalho para o público externo; sem o público interno, jamais poderia o trabalho progredir.

            Cumprimento em especial os três Senadores que estão nesta Mesa e que acreditam no público interno: Senador José Sarney, Senador Renan Calheiros e Senador Efraim Morais. Que Deus os proteja para continuarmos a dar um pouco da nossa vida em benefício daqueles que mais precisam.

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/08/2007 - Página 28741