O SR. EDISON LOBÃO (DEM - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, desde logo agradeço, sensibilizado, as homenagens de V. Exª e os encômios seguramente imerecidos, mas sinceros.

            Fala V. Exª sobre a sabedoria, e isso me faz lembrar uma expressão política e histórica deste País proferida por Milton Campos, que foi Governador de Minas Gerais e Senador da República. Ele nos dizia que o técnico é o dono do saber, e o político, o detentor da sabedoria.

            Sr. Presidente, nesta manhã, falaram sobre os seus Estados os Senadores Geraldo Mesquita, Adelmir Santana e V. Exª e quero eu também fazê-lo em relação ao meu. Nós somos eleitos Senadores para legislar para o País, mas não estamos impedidos, ao contrário, de nos interessarmos pelos nossos Estados. É o que faço nesta manhã.

            Quero falar sobre uma das belezas naturais do meu Estado, tão exuberante ela quanto o que há de mais belo em qualquer parte do mundo. E desta tribuna já me referi, mais de uma vez ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Trata-se, na verdade, de um dos mais fascinantes espetáculos oferecidos ao ser humano pela mãe-natureza: 155 mil hectares de areias brancas que compõem dunas de até 40 metros de altura, que se movimentam ao vento como o balançar de um lençol gigante. E nesse maior campo de dunas costeiras das Américas, multiplicam-se espaçadamente as centenas de lagoas de água doce e cristalina formadas no período chuvoso.

            Não é de surpreender, portanto, o encantamento com que os Lençóis Maranhenses seduzem os que vão conhecer esse parque criado em 2 de junho de 1981.

            Até o período em que governei o Estado do Maranhão, o turismo nacional brasileiro, e mesmo o regional, praticamente desconheciam a importância ecológica e turística dos Lençóis Maranhenses. No meu Governo, damos a ele a importância que havia de ser dada e, no governo seguinte, da minha amiga e querida Senadora Roseana Sarney, essa ação foi também ampliada, prosseguida e consolidada.

            Fernando César Mesquita, então meu Secretário de Turismo, que vinha da Presidência do Ibama, especialista em meio ambiente, foi o operador que indiquei para dar divulgação nacional e internacional a esse, à época ignorado, presente da natureza. Com o integral apoio do Governador, semanalmente levava agentes de turismo e jornalistas às dunas que se tornaram famosas. Numa dessas aventuras, conduziu até lá o Presidente do Bid, Enrique Iglesias, em pessoa.

            Essas visitas e a divulgação interna e externa que se seguiram transformaram-se em absoluto sucesso, dando origem às avalanches de turistas que passaram a procurar o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.

            Parece-me bastante oportuno hoje registrar o fato de o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses constituir-se num dos mais destacados do Concurso Internacional Sete Maravilhas Naturais do Mundo, da Fundação New Seven Wonders. Essa Fundação foi a que também organizou, com grande êxito, a eleição das Sete Novas Maravilhas do Mundo Moderno, o qual, despertando o interesse de milhares de brasileiros e estrangeiros, teve o monumento Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, com um dos vencedores. A nova votação para selecionar os sete monumentos naturais do Planeta se estenderá até o dia 8 de julho de 2008.

            Quanto aos Lençóis Maranhenses, a mobilização no Brasil aconteceu recentemente, com o objetivo de fortalecer a participação no concurso mundial. A idéia dos organizadores foi inscrever apenas uma maravilha que sintetizasse toda a beleza da paisagem natural do País. Nesse sentido, foram oferecidos para a escolha dos brasileiros, em votação pela Internet, além do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses - vencedor da enquête, com 30% dos votos -, as Cataratas do Iguaçu, a Floresta Amazônica, o arquipélago de Fernando de Noronha, a Gruta do Lago Azul (em Bonito/ MS), a Chapada Diamantina e o Pantanal. A votação dessa seletiva nacional foi por intermédio da revista Época on-line, no período de 28 de julho a 02 de agosto, da qual participaram 4.040 pessoas.

            A inclusão do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses como uma das sete maravilhas naturais do mundo, possibilidade na qual eu acredito pela justeza da escolha, será um fato muito importante para o Brasil e toda a humanidade e, em especial, para o meu querido Estado do Maranhão.

            Na verdade, é imprescindível que incentivemos o turismo em nosso País, quer investindo na divulgação de nossas belezas naturais, quer na infra-estrutura para receber os turistas com segurança, bons hotéis, estradas e informações.

            O ecoturismo é uma atividade ambientalmente limpa e sustentável de desenvolvimento econômico e social. Não gera poluição, amplia divisas, multiplica empregos e cria consciência ecológica na população e no empresariado. Tal turismo no Brasil contribui para a preservação da nossa rica biodiversidade e dos aspectos físicos da geografia nacional, tais como rios, nascentes, praias, florestas, campos e solo.

            Aqui no Senado Federal tive a oportunidade de relatar o projeto de lei complementar que regulamentou dispositivos constitucionais para instituir o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Tal projeto gerou a Lei 9.985, que, desde então, regula a criação, a administração e as normas legais para eventuais expansões de unidades de conservação em nosso País, como os parques nacionais, as reservas biológicas, as florestas nacionais e as áreas de proteção ambientais.

            Os parques nacionais, interagindo com a natureza, são áreas de grande beleza cênica e importância ecológica, especialmente protegidos por lei, e têm como objetivo principal a conservação dos ecossistemas naturais, embora neles sejam permitidas atividades de pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo.

            Os Lençóis Maranhenses, Sr. Presidente e Srªs. e Srs. Senadores, além de seu inexcedível cenário, apresentam áreas de restinga onde se concentra biodiversidade - manguezais e uma faixa marinho costeira com cerca de 70 km de extensão e praia de um quilômetro adentrando o mar.

            No local, como relata o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), existem muitas espécies de plantas e endêmicas como a tartaruga-pininga. Ali há uma grande diversidade de répteis e anfíbios além de aves, destacando-se as migratórias e pássaros como tetéu, garça, marrecas-de-asa-azul, paturi, gaivotas e tantas outras.

            Sr. Presidente, foi bastante feliz a revista Folha do Meio Ambiente, prestigiosa publicação editada aqui em Brasília, quando destaca, em sua edição de agosto passado, com o título “Lugar de ver Deus”, a reportagem sobre a disputa do nosso querido Parque Nacional maranhense ao título das sete maravilhas naturais do Mundo. Tal concurso, por certo, estimulará ainda mais o desejo de que todo o Brasil se movimente para conhecer e usufruir essa bela parte da nossa terra, situada no Maranhão, inserida como uma das sete maravilhas naturais de todo o Mundo.

            Eu me orgulho do meu Estado, do meu povo e das belezas naturais que tanto ornamentam a nossa paisagem.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.