Discurso durante a 148ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro do comparecimento de S.Exa. à solenidade de transmissão do comando da Polícia Federal. Homenagem ao Dia do Soldado, que transcorreu em 25 de agosto último.

Autor
Romeu Tuma (DEM - Democratas/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.:
  • Registro do comparecimento de S.Exa. à solenidade de transmissão do comando da Polícia Federal. Homenagem ao Dia do Soldado, que transcorreu em 25 de agosto último.
Aparteantes
Magno Malta.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2007 - Página 29895
Assunto
Outros > HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • REGISTRO, PRESENÇA, ORADOR, ALTERAÇÃO, COMANDO, POLICIA FEDERAL, EXPECTATIVA, LEITURA, SESSÃO, SENADO, INDICAÇÃO, NOME, PRESIDENCIA, AGENCIA BRASILEIRA DE INTELIGENCIA (ABIN).
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, EXERCITO, DIA NACIONAL, SOLDADO.
  • LEITURA, DOCUMENTO, HISTORIA, TRECHO, CARTA, ENDEREÇAMENTO, REI, PAIS ESTRANGEIRO, PORTUGAL, HOMENAGEM, SOLDADO, BRASIL, ELOGIO, PATRIOTISMO, ATUAÇÃO, PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.
  • ELOGIO, VIDA PUBLICA, LUIS ALVES DE LIMA E SILVA, VULTO HISTORICO, PATRONO, EXERCITO, DEFESA, INTEGRIDADE, TERRITORIO NACIONAL.
  • ANALISE, ATUAÇÃO, EXERCITO, FRONTEIRA, BRASIL, REGIÃO AMAZONICA, PESQUISA TECNOLOGICA.

            O SR. ROMEU TUMA (DEM - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

            Quero informar que estou vindo da passagem de comando da Polícia Federal do Dr. Paulo Lacerda para o Dr. Luiz Fernando Corrêa, que era o Diretor da Secretaria Nacional de Segurança. Espero que V. Exª ainda possa ler, durante esta sessão, a indicação do Dr. Paulo Lacerda para assumir a Agência Brasileira de Informações, que tem de passar por sabatina, já marcada para o dia de amanhã, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

            Sr. Presidente, foi feita, na Câmara dos Deputados, no dia 19 de agosto, uma homenagem ao Exército Brasileiro e a do Dia do Soldado foi no dia 25 de agosto. Assim, peço licença para ler um pequeno pronunciamento em homenagem ao Dia do Soldado.

            Dia 25 de agosto é a data em que o Brasil comemora o Dia do Soldado para homenagear seus militares e a memória do Patrono do Exército, Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, que foi Senador. Aliás, o Presidente do PT quer acabar com o Senado...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Na época dele, eram 42 Senadores brasileiros: 20 da área jurídica, 10 militares, 7 da Igreja, 2 médicos e 1 da área da agricultura.

            O SR. ROMEU TUMA (DEM - SP) - V. Exª sempre admirável conhecedor da História.

            Tem alguém que quer acabar com o Senado. V. Exª já reagiu a isso hoje, assim como o Senador Tião Viana e outros que eu, infelizmente, por não estar aqui, não pude ouvir.

            Caxias encarna, em nossa história, uma figura decisiva para a manutenção da unidade nacional. Poucos textos conseguem descrever os militares com tanta precisão e objetividade quanto um já mencionado nesta tribuna, inclusive por mim, em outra homenagem. Refiro-me ao trecho da carta enviada por Moniz Barreto ao Rei de Portugal - acho que V. Exª já tem conhecimento dela -, que diz: “Senhor, umas casas existem, em vosso Reino, onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Vou pedir a permissão para interromper V. Exª, visto que, regimentalmente, o término da sessão seria às 18 horas e 30 minutos, para prorrogar o tempo da sessão por 30 minutos, a fim de que V. Exª conclua seu pronunciamento à vontade e, depois, o País ouvirá o Senador Garibaldi Alves.

            O SR. ROMEU TUMA (DEM - SP) - De manhã, a um toque de corneta, se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam, obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida. Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a morte e o sofrimento físico. Seus pecados mesmo são generosos, facilmente esplêndidos. A beleza de suas ações é tão grande que os poetas não se cansam de a celebrar. Quando eles passam juntos fazendo barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. A gente conhece-os por militares”.

            Era essa a descrição da caserna durante a época colonial. É isso que continua a caracterizar o papel desempenhado com estoicismo e galhardia por nossos soldados, sempre a postos para defender a Pátria de agressões externas, para zelar pela paz interna e, se preciso for, para se imolar nessa nobre missão.

            Mesmo nos períodos de incerteza institucional, a figura do soldado paira acima de interesses mesquinhos causadores de angústia ao povo brasileiro. Mas até por isso ele paga alto preço. Vê-se como alvo permanente de quem deseja forçá-lo à indigência em vãs tentativas de suprimir a fidelidade, a hierarquia e a disciplina. Vãs tentativas de alquebrar o seu amor à Pátria, mais ardente que o instinto de autopreservação.

            Caxias, intransigente quanto à unidade nacional, sufocou revoltas, mas estendeu a mão aos vencidos. Tratou-os com dignidade e chegou a premiá-los com o perdão. Procurou fazê-los sentirem-se novamente irmãos e compatriotas. Conquistou-lhes a lealdade, o que lhe valeu a antonomásia de “O Pacificador”. Graças a ele, o Brasil continuou íntegro como nos foi legado.

            Nascido a 25 de agosto de 1803, já era Capitão com pouco mais de 25 anos de idade e, aos 40, atingia o posto de Marechal de Campo. O Congresso Nacional inscreveu seu nome no Livro dos Heróis da Pátria. Nada mais justo, portanto, do que escolher o dia 25 de agosto para homenagear o soldado brasileiro, sempre fiel a Caxias no culto à Pátria, na prática do amor ao Brasil e no exemplo de coragem, arrojo e determinação que transcendeu nossas fronteiras.

            Na I e na II Guerra Mundial, nossos militares verteram o próprio sangue em feitos vitoriosos no solo europeu. Depois, às ordens das Nações Unidas, garantiram a segurança e salvaram vidas em Suez, República Dominicana, Timor Leste, Honduras, Nicarágua, Moçambique e Angola. Como observadores, estiveram na Índia e no Paquistão, além do conturbado Oriente Médio. No momento, mostram heroísmo e sacrifício na missão de manter a paz no Haiti.

            No território pátrio, atuam permanentemente em prol da segurança de nossas fronteiras e da integridade da Amazônia. Nos quartéis, ajudam a bem formar novos cidadãos, num trabalho de alto significado social, que molda o caráter de milhares de jovens recrutas.

            Ao mesmo tempo, pesquisam novas tecnologias e assim agregam conhecimentos a um País poderoso, mas devotado ao amor e à paz.

            Pergunto se o Senador Magno Malta ainda se encontra em plenário. (Pausa.)

            Senador Magno Malta, estou aqui fazendo minha homenagem ao Exército Brasileiro, e V. Exª, em emotivo discurso, fez referência à salvação dos jovens, abrindo as portas de sua casa por mais de uma vez. Sabemos, Senador Francisco Dornelles, que o Exército, hoje, agasalha os jovens com pouca capacidade de serem agregados ao mercado de trabalho e procura, por meio do ensinamento da hierarquia, da disciplina e da ordem, ministrar-lhes algum curso que possa servir-lhes de futuro na cadeia de emprego.

            Digo isso em homenagem a V. Exª e ao Dia do Soldado, que foi em 25 de agosto, a Caxias e ao Comando do Exército, que tem feito de sua missão honra e respeito ao Brasil. Precisamos ajudar as Forças Armadas a se recuperarem e a terem, sem dúvida alguma, meios para continuarem em sua nobre missão.

            Concedo o aparte ao Senador Magno Malta.

            O Sr. Magno Malta (Bloco/PR - ES) - Senador Romeu Tuma, fico muito orgulhoso de aparteá-lo neste pronunciamento, tendo ao fundo estes jovens estudantes de Cachoeiro de Itapemirim. Quero parabenizá-lo. Não precisa ser muito inteligente para pensar no que vou dizer. O Exército Brasileiro - de igual modo, as outras forças, mas, hoje, especificamente, o Exército - é dotado de muita capacidade, desde a engenharia até à parte esportiva, atlética, de pára-quedistas, de pelotões de elite, de atiradores, de intendentes, mecânicos, músicos. O Governo Federal deveria melhorar o orçamento do Exército e das outras Forças - falemos especificamente do Exército -, levando para dentro delas - não sei se é preciso fazer uma lei para isso; se for necessário, faremos - jovens adolescentes que possam vestir as fardas. A mão-de-obra já existe, tem que se pensar em melhorar o orçamento do Exército, e lá já existem os professores de educação física, os mecânicos, os professores de música; isso, o Exército tem aos milhares. E V. Exª sabe que música é um grande instrumento para tirar as pessoas da marginalidade. Se cada unidade do Exército levasse para dentro dela 200 meninos, para dar a eles alojamento, comida, escola e prepará-los como mão-de-obra qualificada para o mercado de trabalho... E o Governo não precisaria contratar nem professor de educação física, nem professor de basquete, nem professor de natação, porque o Exército tem tudo; não precisaria contratar mecânico, porque o Exército tem; precisaria apenas melhorar um pouco o orçamento da Força. E eu duvido que uma proposta dessa natureza, feita pelo Ministro da Defesa, não fosse aceita pelos Comandantes do Exército, de igual modo da Aeronáutica e da Marinha. Seria a grande contribuição e a revolução para tirar as crianças da rua no Brasil, Senador Tuma. V. Exª está de parabéns pelo seu pronunciamento.

            O SR. ROMEU TUMA (DEM - SP) - Muito obrigado.

            O Sr. Magno Malta (Bloco/PR - ES) - Desculpe-me por ter me alongado e feito essa infiltração com esse viés, mas acho que, se o Governo pensasse só um pouquinho em melhorar o orçamento com essa proposta, com tanta gente preparada nas Forças, teríamos grande contribuição no combate à violência e na formação dos meninos de rua no Brasil.

            O SR. ROMEU TUMA (DEM - SP) - Muito obrigado, Senador. Acredito que o Exército brasileiro e as outras Forças têm feito um trabalho social intenso e, nós, aqui, precisamos tratar com mais dignidade, com melhores meios, financeiramente, para que realmente se realize esse sonho de V. Exª, que é o nosso também.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2007 - Página 29895