Discurso durante a 148ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relato de reunião realizada com representantes do BNDES e da Petrobrás, juntamente com lideranças políticas do Rio Grande do Norte, onde se discutiu projetos para o Estado.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Relato de reunião realizada com representantes do BNDES e da Petrobrás, juntamente com lideranças políticas do Rio Grande do Norte, onde se discutiu projetos para o Estado.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2007 - Página 29898
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, PRESENÇA, PRESIDENTE, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), REUNIÃO, COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, DEFINIÇÃO, PLANO, INVESTIMENTO, FINANCIAMENTO, PROGRAMA, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO.
  • DEFESA, IMPORTANCIA, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), BRASIL, REGISTRO, DADOS.
  • REGISTRO, ENCONTRO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), PRESENÇA, ORADOR, DEPUTADO FEDERAL, DEPUTADO ESTADUAL, REPRESENTANTE, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), COMERCIO, INDUSTRIA, AGRICULTURA, TRABALHADOR RURAL, DIRETORIA, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), DEFESA, PROJETO, INTERESSE, AMBITO REGIONAL, INDUSTRIA PETROQUIMICA, DERIVADOS DE PETROLEO, Biodiesel, CRITICA, DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, EMPRESA ESTATAL, INVESTIMENTO.
  • DEFESA, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), IMPORTANCIA, CONSTRUÇÃO, AEROPORTO, MUNICIPIO, SÃO GONÇALO (RJ), ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), VANTAGENS, PROXIMIDADE, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), EUROPA, AFRICA.
  • COMENTARIO, ENTREVISTA, JAIME LERNER, CONSULTOR, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), URBANISMO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DEFESA, IMPORTANCIA, AEROPORTO, PROXIMIDADE, ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO (ZPE).
  • CONVOCAÇÃO, SENADOR, POPULAÇÃO, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), COBRANÇA, CUMPRIMENTO, PROMESSA, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), INVESTIMENTO, INDUSTRIA, CRESCIMENTO ECONOMICO.

            O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, agradeço o Senador Mão Santa por esse conselho. Aliás, ele tem dito que me ouve muito. Mas não posso dizer a V. Exª, Senador Mão Santa, que sou um daqueles Senadores que o ouvem muito. Mas fico muito grato a V. Exª pelo conselho, por esse elogio a meu pai. Num determinado instante, quando estava ao lado do Senador Mão Santa, ele na Presidência como hoje, tive a oportunidade de passar o telefone ao Senador. Era uma ligação do meu pai para mim, e aí se deu o contato dele com o meu pai. Daí esse desejo do Senador Mão Santa de que eu fique cada vez mais próximo de meu pai. Senador Mão Santa, esse conselho que V. Exª nos dá agora deve estar sendo ouvido por dezenas, centenas e milhares de filhos que, a partir deste momento, deverão ouvir cada vez mais os pais.

            Venho à tribuna no dia de hoje para dizer que, na última terça-feira, o Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, compareceu à reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Na oportunidade, traçou um panorama dos investimentos e financiamentos do Banco e de sua fundamental importância para o chamado PAC - Programa de Aceleração do Crescimento -, do Governo Federal.

            Na verdade, Sr. Presidente, o PAC é uma espécie de condensamento de investimentos de várias esferas. São investimentos do Orçamento-Geral da União, de estatais, das unidades federativas, dos Municípios, das parcerias público-privadas, como também através de financiamentos de instituições financeiras.

            É imprescindível que, depois da presença do Presidente do BNDES aqui nesta Casa, Sr. Presidente Mão Santa, se faça uma reflexão, uma análise sobre esse Banco, que é tão importante. Um Banco que chega a investir por ano mais do que o Banco Interamericano de Desenvolvimento; um Banco que chega a investir quase tanto quanto o Banco Mundial no que toca a investimentos voltados para áreas deprimidas, áreas subdesenvolvidas.

            Em 1997, os financiamentos do BNDES no Brasil foram superiores a R$17 bilhões. No ano passado, esse valor praticamente triplicou, alcançando a cifra de R$51 bilhões. De janeiro a julho deste ano, já foram investidos R$31 bilhões para financiar projetos em todo o País. Está clara a importância do BNDES. Sr. Presidente, está evidente que os nossos empreendedores precisam de instituições que financiem suas idéias e sua força de trabalho.

            Mas hoje, quando retorno do meu Estado, Senador Mão Santa, trago outra reflexão a ser feita sobre o BNDES. Hoje, pela manhã, nós estivemos reunidos - o Rio Grande do Norte inteiro -, e não faltou nenhuma representação, seja ela política, econômica ou social. Os Senadores pelo Rio Grande do Norte foram representados por mim, diante da impossibilidade do comparecimento do Senador José Agripino e da Senadora Rosalba Ciarlini, que me delegaram a oportunidade de fazer intervenções em nome deles. Estiveram lá quase todos os Deputados Federais de todos os Partidos, Deputados Estaduais em grande número, entidades do comércio, da indústria, da agricultura. Não faltaram representantes dos trabalhadores rurais. Diria, Sr. Presidente, presidida esta reunião pela Governadora do Estado, que não faltou ninguém. Não se sentaram à mesa Governo ou Oposição. Sentou-se à mesa quem estava, Senador Mão Santa, decidido a defender o Rio Grande do Norte, os grandes projetos do Rio Grande do Norte.

            A essa reunião compareceram representantes do BNDES, como o Sr. Antônio Tovar; o gerente-geral da Petrobras para a área de produtos químicos e de projetos de pólos petroquímicos; ao mesmo tempo, estava presente no Centro de Convenções do Estado, onde se realizou a reunião, o Diretor de Abastecimento da Petrobras, Dr. Paulo Roberto.

            E, graças a Deus, Sr. Presidente - graças a Deus! -, não tivemos mais uma discussão inócua, daquelas discussões que começam e terminam marcadas pela frustração de quem tem dinheiro demais para emprestar a quem não tem dinheiro nem projeto para receber financiamento.

            O Rio Grande do Norte estava lá com seus projetos, projetos esses que vêm sendo defendidos por mim, pelo Senador José Agripino, pela Senadora Rosalba Ciarlini e pelos Deputados federais, como o projeto da refinaria de petróleo e o projeto do PVC - aliás, a refinaria de petróleo já não entrou na discussão, porque foi destinada a Pernambuco. V. Exª sabe muito bem da história dessa refinaria que foi para Pernambuco, e o Rio Grande do Norte ficou a ver navios, assim como os outros Estados do Nordeste.

            Ora, o projeto do PVC era um sonho, era uma esperança que ia se tornar realidade para o Rio Grande do Norte, para que pudéssemos vendê-lo ao mundo inteiro! Mas o gerente-geral, o representante da Petrobras se levanta, Senador Mão Santa, e diz que o PVC não mais será fabricado no Rio Grande do Norte porque a nossa produção de gás está decadente - quando digo “nossa”, refiro-me à produção de gás do Rio Grande do Norte, e o PVC seria extraído do gás -, que a China está aí para produzir o eteno com muito mais facilidade, e que a Venezuela do Presidente Chávez também está disposta a abarrotar os mercados com a produção de eteno. Ora, Sr. Presidente, por outro lado, disse o representante da Petrobras que o mercado também já não apresenta a mesma capacidade de absorção desses produtos. E agora não era mais só a refinaria não; agora era o PVC. O representante da Petrobras sacou imediatamente da possibilidade agora do FCC, que era uma novidade. Todos se entreolharam e quase perguntaram: “Mas que danado é esse FCC?”

            Segundo ele, o FCC será extraído do petróleo, ou melhor, dos resíduos atmosféricos da produção de petróleo, que invadem a atmosfera e que terão uma utilidade muito grande para a fabricação de produtos petroquímicos. E disse mais: “Seis meses e nós estaremos sabendo da verdadeira viabilidade do FCC”.

            Depois disso, Sr. Presidente, veio também o anúncio do investimento em uma área de biodiesel, um grande projeto de biodiesel, uma usina de biodiesel para o Estado do Rio Grande do Norte.

            Sr. Presidente, como eu já disse, além da Petrobrás, estava lá o BNDES, que foi motivo da minha abordagem no início do seu discurso. E o BNDES estava lá para dizer a nós, rio-grandenses-do-norte reunidos naquela sala do Centro de Convenções do Estado, que o aeroporto de São Gonçalo é estratégico, porque ele fica no ponto mais próximo dos Estados Unidos, da Europa e da África. Sendo assim, poderia promover a redistribuição de cargas e de passageiros.

            Ora, o que estamos esperando, se ele é considerado tão importante por homens, como eu já disse, com conhecimento técnico como Jaime Lerner, que deu uma entrevista à revista ISTOÉ, apontando o aeroporto de Rio Grande do Norte como uma das soluções para a crise aérea, mostrando todas as suas vantagens? Sr. Presidente, o que era de se esperar era a adesão do BNDES a um projeto dessa natureza. Houve a adesão, mas ela vai passar por um estudo de viabilidade por meio de uma consultoria internacional, que vai realmente dizer qual é o fluxo de passageiros, qual é o fluxo de cargas e qual é a possibilidade desse aeroporto. E aí está a grande vantagem de esse aeroporto ficar próximo de uma ZPE - foram aprovadas aqui no Senado as ZPEs, para que se produza para o exterior, por meio de uma ZPE.

            Meu caro Presidente Mão Santa, não vim aqui me queixar nem do BNDES nem da Petrobras simplesmente por me queixar; vim apenas dizer que vamos novamente acreditar que possamos sonhar com projetos importantes como este que criará, sobretudo, milhares de empregos para nossa população. Mas não queremos mais sonhar sozinhos. Queremos sonhar juntos. Queremos que a Petrobras e o BNDES não apelem para promessas que se desfaçam, como se desfizeram essas outras promessas da refinaria, do PVC.

            Há um ditado que diz que sonhar sozinho não passa de um sonho e que sonhar com outros termina constituindo-se realidade. Estamos, Senador Mão Santa, sonhando sozinhos há muito tempo, freqüentando assembléias como essas, ouvindo promessas, ouvindo elogios. Mas cadê a realidade?

            Agora chegou a hora de dizer desta tribuna: “Vamos acreditar de novo, mas vamos cobrar muito mais, vamos cobrar muito mais, muito mais mesmo, porque, afinal de contas, o nosso Estado não pode mais esperar, não pode mais ficar na expectativa de que esses projetos se viabilizem, de que estudos possam ser realizados e de que o tempo passe e eles não se transformem em realidade”.

            Sr. Presidente, façamos desta tribuna um apelo só: já é hora de o Rio Grande do Norte, com suas potencialidades, que serão mostradas na Fiesp - como ocorreu no meu Governo -, na próxima semana, ser mais respeitado. Já é hora de o Rio Grande do Norte ser mais visto. Já é hora de o Rio Grande do Norte merecer aquilo que é seu. Vamos dar a César o que é de César, como dizia Jesus Cristo. Vamos dar ao Rio Grande do Norte o que é do Rio Grande do Norte.

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2007 - Página 29898