Discurso durante a 154ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento da jornalista Marlize Braga, no último dia 7 do corrente.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL. HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento da jornalista Marlize Braga, no último dia 7 do corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 12/09/2007 - Página 30940
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • APOIO, PRONUNCIAMENTO, PAULO PAIM, SENADOR, IMPORTANCIA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, BENEFICIO, APOSENTADO.
  • HOMENAGEM POSTUMA, JORNALISTA, JORNAL, ESTADO DO ACRE (AC), LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, VOTO DE PESAR, DETALHAMENTO, BIOGRAFIA, ELOGIO, CONDUTA.

            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Senador Paim, pegando carona em seu pronunciamento, quero aqui me solidarizar com V. Exª e com as companheiras e os companheiros que estão se retirando das galerias. A oportunidade se aproxima e devemos considerar seriamente o que o Senador Paim propôs a esta Casa: a apreciação e aprovação sem delongas, sem choramingos, do dispositivo que favorece os idosos. Que isso seja feito sem discursos, sem esticar muito a corda. É o que vocês merecem. De todo coração digo isso.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não costumo registrar nesta Casa falecimento de ninguém, transmito os meus sentimentos às famílias enlutadas sempre de forma reservada. Hoje, porém, abro uma exceção a essa regra que me impus para registrar o falecimento de uma jornalista da minha terra, Marlize Braga. Ela é tida como a madrinha do colunismo social na nossa terra.

            Há pessoas que, mesmo sem exercer função pública, cargo público ou mandatos públicos, são pessoas públicas, Senador Paim. Nesse sentido, a sua vida diz respeito a uma população inteira e a sua morte também. Creio que o povo acreano sentiu muito o falecimento da jornalista Marlize Braga.

            A forma que achei de expressar publicamente o meu sentimento à família da Marlize, às suas centenas de milhares de fãs e leitores que sentem a sua falta, foi reproduzir aqui um texto escrito por um outro jornalista e publicado hoje em sua coluna. Refiro-me ao jornalista Antonio Muniz, do jornal O Rio Branco. Ele escreveu um texto sobre a Marlize que me tocou. A forma que eu tenho de registrar o falecimento da Marlize, que foi no dia 7 de setembro último, é pedindo permissão a este Plenário para ler o texto do Muniz que eu achei muito tocante.

            Diz ele:

A exemplo dos demais jornais do Acre, O Rio Branco não circulou no feriadão, aliás, Rio Branco é a única capital do Brasil onde seus jornais param nos fins de semana, dia santo e feriados. Mas o assunto não é este e sim a justa homenagem que este jornal presta à colunista social e bibliotecária Marlize Braga, vítima de ataque cardíaco fulminante na manhã do dia 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil. Claro que todo ser humano é dependente, direta ou indiretamente, mas Marlize sempre buscou sua independência. Apesar de ela nunca ter sido candidata a nada, sempre dava “pitaco” na vida dos políticos. Por isso, resolvemos escrever algo sobre a mãe do colunismo social do Acre. Além disso, ela também era uma grande amiga da gente.

Nosso amigo Raimundo Fernandes, outro veterano do jornalismo acreano, afirma que a primeira coluna de Marlize foi publicada em O Rio Branco em janeiro de 1983, mas nosso objetivo aqui não é descrever, com precisão, essas datas e sim falar algo sobre Marlize. Seu comportamento ético e moral conquistou muitos amigos, mas também acabou construindo inimigos. Ela jamais se preocupou em tentar agradar a todos. Quem conhecia Marlize sabe que ela sempre fez seu trabalho sem se preocupar em massagear o ego de quem quer que seja. Como exemplo disso podemos citar a “loura sinistra”, personagem que ela criou para infernizar a vida de algumas mulheres, e do “chique perde”, quando queria elogiar alguém.

Acreana de Sena Madureira, Marlize conhecia como ninguém os bastidores do poder, talvez até mais que muitos colunistas políticos. Atrevida, extrovertida, irônica e bem informada, Marlize, por muitas vezes, tirou o sono de muita gente metida a besta. Escreveu sua coluna social em outros jornais, mas foi em O Rio Branco onde escreveu a primeira e a última. Quando ela queria falar mal, falava mesmo, sem medir as conseqüências. Em 2003, por exemplo, a TV Rio Branco transmitiu o Baile do Havaí ao vivo do ginásio do Sesc e uma queda de energia elétrica acabou prejudicando a qualidade do trabalho. Marlize não perdoou e desceu a marreta na TV Rio Branco, mesmo trabalhando no mesmo grupo empresarial. Falando bem de uns e mal de outros, o certo é que Marlize fará muita falta.

            E fará mesmo. Minhas condolências à família de Marlize Braga, condolências extensivas ao acreanos, que se habituaram e gostavam imensamente de ler sua coluna social.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/09/2007 - Página 30940