Discurso durante a 160ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A luta de S.Exa. pela extensão da rodovia BR-282, que nasce em Florianópolis e termina em São Miguel do Oeste, SC, até a Argentina.

Autor
Neuto de Conto (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Neuto Fausto de Conto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • A luta de S.Exa. pela extensão da rodovia BR-282, que nasce em Florianópolis e termina em São Miguel do Oeste, SC, até a Argentina.
Aparteantes
Ideli Salvatti.
Publicação
Publicação no DSF de 20/09/2007 - Página 32150
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, DESTINAÇÃO, PROGRAMA, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, RECURSOS, ASFALTAMENTO, RODOVIA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), LIGAÇÃO, OCEANO ATLANTICO, FRONTEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA, REGISTRO, HISTORIA, GESTÃO, ORADOR, BENEFICIO, OBRA PUBLICA, EXPECTATIVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DETERMINAÇÃO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT), LIBERAÇÃO, VERBA, INICIO, OBRAS, FAVORECIMENTO, COMERCIO EXTERIOR, TURISMO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), PREVISÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna nesta tarde para falar de uma rodovia, a BR-282, que nasce em Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, e termina na minha querida São Miguel do Oeste, no extremo oeste do Estado barriga-verde.

Há mais de 30 anos, lutamos para que ela chegasse até a divisa com a Argentina, no rio Peperiguaçu. Quando Deputado Federal, em outubro de 1991, apresentei um projeto de lei, que levou o nº 2.058, para que essa rodovia chegasse, se complementasse, tivesse a sua extensão prorrogada até a Argentina. O projeto, depois de ter tramitado nas comissões e no plenário da Câmara dos Deputados, foi aprovado e sancionado, em 1995, pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. E hoje essa rodovia passou a fazer parte do sistema viário nacional.

Começou a segunda etapa de trabalho: a busca do asfaltamento. Houve um sem-número de reuniões em todos os exercícios de nosso mandato. Colocamos no Orçamento da União recursos para que se pudesse fazer o projeto, a concorrência pública e, principalmente, a sua conclusão, o seu asfalto.

Essa rodovia - e essa Lei aprovada com o número 9.078/95 - nos deu essa oportunidade, e o trabalho passou a ser constante. Hoje, tenho a alegria, a satisfação de poder dizer aos catarinenses, e em particular aos oestinos da minha querida cidade de São Miguel do Oeste, que essa rodovia que corta o Brasil, só em chão catarinense, do Oceano Atlântico à divisa com a Argentina, recebe pelo PAC recursos para o seu asfaltamento. E nessa data em que foram empenhados R$25.380.000,00 para que se inicie a obra, sem dúvida alguma, sinto-me satisfeito por um trabalho de três décadas, de uma luta incessante daquela sociedade para conquistar tão importante rodovia.

Pelo seu empenho, certamente Sua Excelência o Senhor Presidente da República determinará ao Ministro dos Transportes, ao Dnit, que imediatamente conduza a ordem de serviço, já que os ganhadores da concorrência lá estão para realizar importante obra.

Essa rodovia tem um significado muito importante. Além de abrir um corredor de importação e de exportação com os vizinhos países do Mercosul, está abrindo um corredor de turismo para as populações dos países que fazem divisa com o Brasil. Há importação e exportação pelos portos de Santa Catarina para o Mercosul, principalmente os de Itajaí e de São Francisco. Há o encurtamento das distâncias do oceano Pacífico ao oceano Atlântico ou do oceano Atlântico ao oceano Pacífico. Certamente esse encurtamento na saída das mercadorias do Brasil para a Ásia será de exatamente 12 mil quilômetros.

Considerando ainda o movimento que trará ao longo da rodovia por toda Santa Catarina, concluímos que o Mercosul está recebendo uma obra importante, uma obra significativa, uma obra que nos enche de satisfação neste momento, por tudo aquilo que foi feito, pelo que se trabalhou e pelo que se lutou.

A eminente Senadora Ideli Salvatti, parceira neste trabalho, solicita um aparte que tenho a honra de ouvir.

A Srª Ideli Salvatti (Bloco/PT - SC) - Senador Neuto de Conto, em primeiro lugar, a questão da Rodovia 282 é emblemática para Santa Catarina, porque, para o nosso Estado, é um sonho de quase meio século. Aguarda-se há tanto tempo o término da obra no trecho serrano e no extremo oeste que, quando falamos para as pessoas sobre o ritmo da obra no trecho para o qual já há ordem de serviço, de que conseguimos destrinchar toda a questão do problema no Tribunal de Contas da União, da repactuação do preço e da licitação, as pessoas não acreditam. Terminei de falar com o Prefeito de Ponte Alta, Paulinho, que está impressionado. Quem está na região vendo o ritmo da obra e acompanhando-a no cotidiano está realmente conseguindo acreditar que, finalmente, abre-se perspectiva de, até o final do ano que vem, termos aquele trecho serrano inaugurado. A ordem de serviço para o extremo oeste é de fundamental importância, porque, além de completar este nosso sonho de quase meio século, essa rodovia será muito importante pelo fato de ser a primeira rodovia interoceânica.

Será a primeira vez na América Latina que teremos uma infra-estrutura rodoviária permitindo sair do oceano Atlântico e chegar ao oceano Pacífico. A economia e o aumento de competitividade dos produtos brasileiros, argentinos e chilenos será algo fantástico. Para os produtos brasileiros chegarem à Ásia, saindo pelo porto chileno, economizaremos em torno de 10 a 15 dias de transporte marítimo. E, para os produtos chilenos e argentinos saírem por portos brasileiros, e nesse caso sairão pelos portos catarinenses, o que, para nós, é um grande orgulho, também haverá uma maior facilidade, com a conseqüente diminuição dos custos para chegarem ao mercado europeu. Então, é uma obra de grande magnitude, vindo exatamente ao encontro do que o Presidente Lula sempre defende: ou a América Latina terá essa integração, essa estrutura, para poder competir em melhores condições nesse mercado globalizado, ou então vamos continuar sempre sendo apêndice dos Estados Unidos, dos interesses da União Européia e de outros setores. Senador Neuto de Conto, para nós, de Santa Catarina, é um orgulho termos o primeiro corredor bioceânico do nosso continente. Por isso, é uma obra que estamos aguardando com ansiedade. Tenho a expectativa de que, efetivamente, possamos ter a ordem de serviço rapidamente, de preferência feita com a presença do Presidente Lula em nosso Estado. E como acabamos de sair da reunião em que se fez o acerto final do Besc e dos títulos do Ipesc, também muito importante para nosso Estado, talvez possamos fazer rapidamente isso tudo com a presença do Presidente Lula em nosso Estado, como conversamos anteriormente.

O SR. NEUTO DE CONTO (PMDB - SC) - Realmente, eminente Senadora Ideli Salvatti, é um momento de satisfação, é um momento de júbilo, porque aqui vão aportar os recursos empenhados, a ordem de serviço e a obra em andamento.

Há ainda, contudo, algumas questões em que temos de continuar trabalhando. Na Argentina, para a ligação bioceânica, ainda falta algo em torno de 40 quilômetros entre a divisa do Brasil e a Ruta 27. Esperamos que, nas próximas reuniões entre os Presidentes, possa essa questão ser tratada e que a conclusão daquela obra chegue junto com a nossa.

Por isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, deixo esta tribuna satisfeito e agradecendo pela oportunidade que nos dão de anunciar para Santa Catarina esse importante feito de lutas e trabalho que hoje se concretiza para todos os catarinenses.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/09/2007 - Página 32150