Discurso durante a 169ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração do quinquagésimo aniversário do jornal Diário da Borborema, pertencente aos Diários Associados, criado pelo jornalista Assis Chateaubriand, na cidade Campina Grande/PB. Homenagem aos 100 anos do nascimento do Padre Manoel Vieira, político e educador do estado da Paraíba.

Autor
Efraim Morais (DEM - Democratas/PB)
Nome completo: Efraim de Araújo Morais
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do quinquagésimo aniversário do jornal Diário da Borborema, pertencente aos Diários Associados, criado pelo jornalista Assis Chateaubriand, na cidade Campina Grande/PB. Homenagem aos 100 anos do nascimento do Padre Manoel Vieira, político e educador do estado da Paraíba.
Aparteantes
Cícero Lucena, Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 02/10/2007 - Página 33489
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, ESTADO DA PARAIBA (PB), FUNDADOR, ASSIS CHATEAUBRIAND (PR), EX SENADOR, COMENTARIO, NOTICIARIO, ISENÇÃO, IDEOLOGIA, POLITICA, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, INFORMAÇÃO, CONSCIENTIZAÇÃO, POPULAÇÃO, RECEBIMENTO, PREMIO, QUALIDADE, SERVIÇO GRAFICO, IMPORTANCIA, FAVORECIMENTO, CRIAÇÃO, IDENTIDADE, CAPITAL DE ESTADO, DETALHAMENTO, HISTORIA, IMPRENSA, REGIÃO, ELOGIO, FUNCIONARIOS.
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, SACERDOTE, IGREJA CATOLICA, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, EDUCAÇÃO, ATUAÇÃO, POLITICA, QUALIDADE, DEPUTADO FEDERAL, ELOGIO, CONDUTA, DESENVOLVIMENTO, ESTADO DA PARAIBA (PB), ANUNCIO, CAMARA MUNICIPAL, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, REALIZAÇÃO, HOMENAGEM POSTUMA.

O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero, hoje, fazer o registro de uma celebração muito significativa para o meu Estado, a Paraíba, em especial para a cidade de Campina Grande. Trata-se, Sr. Presidente, da passagem do 50º aniversário de fundação do Jornal Diário da Borborema, que será comemorado amanhã, dia 2 de outubro.

Como tantos outros importantes meios de comunicação, o Diário da Borborema é fruto da visão empreendedora do grande Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, paraibano de Umbuzeiro, que ganhou o mundo e nele deixou uma marca indelével, até hoje perceptível, especialmente na forma das empresas de comunicação que semeou por todo o País.

Assis Chateaubriand era Senador pela Paraíba quando prometeu criar, em Campina Grande, um jornal diário à altura da importância da cidade, que, apesar do seu status de segunda maior cidade do Estado e de pólo de referência não só para a Paraíba, mas para boa parte do nosso querido Nordeste, não possuía um diário.

Desde o fim do Império, diversos periódicos, ainda que não diários, foram editados em Campina Grande: A Gazeta do Sertão; O Alfinete; O Prelúdio; O Correio de Campina; A Voz da Borborema, entre outros. Mas nenhum deles durou muito. Coube ao Diário de Chateaubriand, que agora completa meio século de existência, resistir ao teste implacável do tempo.

Como parte dos Diários Associados, o Diário da Borborema já nasceu grande. O próprio Chatô, assim como outros renomados jornalistas dos Associados, escrevia para o jornal que, assim, levava os grandes temas e debates nacionais diretamente para Campina Grande.

Mas o Diário nunca perdeu a sua ligação com a terra, as gentes e as questões locais. Faz parte da história do jornal, por exemplo, a figura de Manoel Alexandrino Leite agricultor, Senador Mão Santa, semi-analfabeto que aproveitava suas viagens pelo sertão para coletar fatos e informações, que relatava, em seguida, a um repórter do jornal.

Sr. Presidente, essa aliança do jornal com a cidade, sua marca desde o início, é, sem dúvida, uma das razões mais básicas para o seu sucesso e para a sua longevidade. Embora tenha sido criado por um político - e um político de projeção nacional -, ele não nasceu, como tantos outros, como porta-voz ideológico ou como veículo partidário. Sua vocação era a de se tornar um veículo da e para a comunidade local, sem, no entanto, desperdiçar aqueles vínculos com o resto do País que o fato de pertencer à rede de diários de Chateaubriand garantia.

Desde o início, Srªs e Srs. Senadores, o Diário da Borborema esteve envolvido nas lutas e nas campanhas que mobilizavam a cidade - desde aquelas de interesse mais local até as de amplo impacto econômico, social e regional, como a campanha pela criação da Universidade Federal de Campina Grande e da Universidade Estadual da Paraíba -, sem, contudo, tornar-se provinciano no sentido mais limitado que a palavra pode ter.

O Diário da Borborema herdou ainda a tendência inovadora e moderna que Assis Chateaubriand imprimia a seus jornais. Desde sua fundação, sempre se manteve na vanguarda da técnica jornalística e da tecnologia de comunicação. Sua preocupação com a qualidade gráfica, aliás, já lhe rendeu o reconhecimento de um Prêmio Esso, em 2001, na modalidade Primeira Página.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, com seu meio século de existência, o Diário da Borborema já conseguiu realizar o feito reservado aos grandes veículos de comunicação de ser, ao mesmo tempo, testemunha e personagem da história. Sua influência na formação das opiniões e das consciências dos paraibanos, em especial dos campinenses, é inestimável.

Ao longo dessas cinco décadas, exercendo a função articuladora que é própria dos meios de comunicação, o Diário ajudou a construir a identidade de Campina Grande, permitindo que a comunidade dessa grande cidade tomasse consciência de si mesmo e de seu valor, além de se inserir mais plenamente neste mundo cada vez mais integrado.

Por tudo isso, fiz questão, Sr. Presidente, de trazer a esta tribuna esta pequena homenagem ao Diário da Borborema na passagem de seus 50 anos.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Efraim, permite-me V.Exª um aparte?

O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB) - Pois não, Senador Mão Santa. Com o maior prazer.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Efraim, eu estava fazendo uma reflexão sobre a grandeza do seu povo. Mesmo com o poderio de imprensa ímpar de Assis Chateaubriand em todo o País, o povo da Paraíba não o reelegeu, mostrando coragem e independência. Não é sem razão que está escrito na bandeira do Estado: “Nego”. Nego o comunismo, não é? E a Paraíba tem feito o melhor da História do Brasil. Epitácio Pessoa, na nossa concepção, foi um dos melhores Presidentes da República. E naquela eleição em que Washington Luiz usou o poder para impor o candidato dele, paulista, Júlio Prestes - e está aí o representante de São Paulo -, só havia três Estados contra: o Rio Grande do Sul, a Paraíba e Minas. E Getúlio acabou ganhando aquela farsa eleitoral montada pelo Presidente Washington Luiz. Então, esse povo da Paraíba é bravo, e essa cidade merece um respeito extraordinário. Campina Grande e a minha cidade de Parnaíba são as duas cidades que não são capitais e onde a sede da Federação da Indústria está. Um bem nunca vem só, como diz Padre Antônio Vieira, e Campina Grande trouxe também esse jornal que comemora seu cinqüentenário. E a grandeza do jornal, sobretudo, é pela verdade que diz. V. Exª está então prestando uma homenagem, porque é um jornal que enriquece o Nordeste e o Brasil.

O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB) - Agradeço, Senador Mão Santa, a V. Exª, primeiro, como paraibano, pelas referências que V. Exª faz ao meu querido Estado, relembrando grandes nomes da história paraibana e se referindo a essa extraordinária cidade, de um povo trabalhador, de um povo que realmente zela por Campina Grande e pela Paraíba. Os nossos irmãos campinenses se orgulham de ter em Campina Grande a cidade considerada como o interior que mais cresce neste País; em termos proporcionais, é a cidade de Campina Grande a que mais cresce.

E faço esta homenagem hoje ao jornal Diário da Borborema, que é um dos responsáveis, um dos maiores responsáveis pela história dessa querida cidade de Campina Grande. Por isso, Sr. Presidente, repito, fiz questão de trazer a esta tribuna esta homenagem ao Diário da Borborema na passagem dos seus 50 anos.

Quero concluir congratulando-me com todos os jornalistas e demais profissionais que tornam possível a existência desse veículo tão importante para Campina Grande e para a Paraíba, desejando mais sucesso e felicitando-os pelo excelente trabalho que realizam.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, concluo dizendo, mais uma vez homenageando esse extraordinário jornal, parabéns ao Diário da Borborema, parabéns a Campina Grande e à minha querida Paraíba.

Sr. Presidente, essa é a primeira parte do meu pronunciamento, em que faço homenagem justa, repito, a um jornal que há 50 anos estava sendo inaugurado na cidade de Campina Grande sob a orientação e, acima de tudo, sob a inteligência de Assis Chateaubriand. Chatô fez a sua parte não só no Brasil, mas em toda a nossa Paraíba.

Senador Cícero Lucena, nosso conterrâneo paraibano, com muita alegria, escuto V. Exª.

O Sr. Cícero Lucena (PSDB - PB) - Senador Efraim Morais, quero me somar a V. Exª no sentido da justa homenagem que acaba de fazer ao Diário da Borborema, dos Diários Associados, relatando de forma simples, mas objetiva, a trajetória de Assis Chateaubriand, que ainda hoje tem marca na comunicação nacional, na própria Paraíba, com o jornal O Norte, além de engrandecer a cidade de Campina Grande. Sabemos da sua importância para o desenvolvimento econômico, para o crescimento do nosso Estado, daquele povo trabalhador, daquele povo que, em muitos instantes, deu a sua contribuição, quer seja na área do comércio, quer seja na tecnologia, na ciência, na educação e, sem dúvida alguma, é um dos pólos mais promissores para que ajude este Brasil a ser mais justo, mais humano e mais solidário. Meus parabéns e eu me somo a V. Exª em todas essas homenagens.

O SR. EFRAIM MORAIS (DEM - PB) - Agradeço a V. Exª, Senador Cícero Lucena. Tenho certeza de que esta homenagem ao Diário da Borborema está fazendo justiça a um veículo de comunicação sério que busca, acima de tudo, bem informar não só aos campineiros como toda a Paraíba.

É claro que, em nome de todos aqueles que fazem o Diário da Borborema, congratulamo-nos e o parabenizamos pelos 50 anos de fundação desse extraordinário jornal.

Queria, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aproveitando os meus oito minutos que faltam, fazer uma outra homenagem, a um paraibano extraordinário.

Venho prestar homenagem também pela passagem dos 100 anos de nascimento do Padre Vieira, Monsenhor Manoel Vieira, de Patos, cidade do sertão da Paraíba.

O sacerdote, educador e político Manoel Vieira, que nasceu em 1907 e morreu em 1994, foi uma das figuras de maior destaque no cenário religioso e político da Paraíba. Após anos de estudo e sacrifícios, foi ordenado padre aos 23 anos, na Diocese de Cajazeiras, onde atuou como sacerdote e educador. Seu primeiro destaque em assuntos públicos se deu em 1935, ao ser designado para a paróquia de Princesa Isabel, ocasião em que atuou como pacificador entre a família do Coronel José Pereira e seus adversários, em lutas que ficaram conhecidas em todo o País.

De volta à paróquia de Cajazeiras, em 1937, continuou atuando como sacerdote e educador. Cinco anos depois, tornou-se Diretor do Ginásio Diocesano de Patos (PB), função que desempenhou até o início do ano de 1966.

Sabe V. Exª, Senador Cícero Lucena, que foi exatamente ali, na cidade de Patos, como Diretor do Ginásio Diocesano, que ele realizou seu extraordinário trabalho como educador, como líder, enfim, recebendo aquela comunidade da nossa querida cidade de Patos, que tem a convergência de várias regiões do sertão da Paraíba, bem como de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. E ali educou milhares e milhares de jovens que saíam do Rio Grande do Norte, de Pernambuco, do Ceará e da própria Paraíba para estudar no Colégio do Padre Vieira.

Naquele ano, 1966, exerceu por sete meses o cargo de Secretário de Educação do Estado, pois logo em seguida foi eleito para o cargo de Deputado Federal.

Na Câmara dos Deputados, permaneceu até 24 de novembro de 1970, quando renunciou por motivo de saúde. Daí, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, passou a residir em João Pessoa, realizando atividades religiosas junto ao sistema penitenciário, ao Colégio João XXIII e a uma Paróquia em Tambaú.

Faleceu de acidente de automóvel, em Campina Grande, no dia 4 de outubro de 1994, aos 87 anos de idade.

Portanto, Sr. Presidente, por suas virtudes e por sua inegável contribuição ao desenvolvimento da Paraíba, Padre Vieira receberá, a partir de amanhã, homenagens da Câmara de Vereadores de João Pessoa e da Assembléia Legislativa da minha querida Paraíba.

Celebro, pois, Srªs e Srs. Senadores, a memória de uma grande figura política, mas também, simultaneamente, homenageio o povo paraibano.

Era o que tinha a dizer Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/10/2007 - Página 33489