A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mais uma vez, ocupo esta tribuna para falar um pouco do meu Estado de Mato Grosso.

Mato Grosso, uma das 27 unidades federativas do nosso País, está localizado na Região Centro-Oeste e parte de seu território é ocupado pela Amazônia Legal, sendo o extremo sul do Estado pertencente ao Centro-Sul do País.

Tem como limites: Amazonas, Pará, Tocantins, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Bolívia e ocupa uma área de 906.806,9km², pouco menor que a Venezuela. Tem como capital a nossa querida Cuiabá.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é neste Estado de dimensão continental que percorro os Municípios praticamente todos os finais de semana, de carro, sentindo na pele o que sentem milhares de brasileiros e brasileiras que por lá trafegam. A cada viagem de final de semana percorro de 2 mil quilômetros a 3 mil Km de estradas, muitas delas de trafegabilidade muito difícil.

Na semana anterior, entre os dias de 14, 15, 16 e 17 de setembro, estive nos Municípios de Diamantino, São José do Rio Claro, Ipiranga do Norte, União do Sul, Cláudia, Sinop.

Neste final de semana, de 21, 22, 23 e 24, visitei o Município de Jangada, onde estive no Vaquejador, nos Municípios de Denise, Nova Olímpia, Porto Estrela, Barra dos Bugres, Jaciara, Juscimeira, São Pedro da Cipa e muitos outros Municípios.

Estive ainda em Cuiabá, na segunda-feira, dia 24, onde participei - e isso está no Jornal do Senado de hoje e de ontem também -, na Assembléia Legislativa de Mato Grosso, de uma sessão para debater o Orçamento Geral da União e detalhar aspectos importantes para toda a Região Centro-Oeste.

Quero, nesta oportunidade, agradecer ao Senador José Maranhão, Presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, ao Deputado José Pimentel, Relator do Orçamento da União para 2008, ao Deputado Cláudio Vignatti, Relator do PPA, que lá estiveram.

A solenidade na Assembléia Legislativa de Mato Grosso foi extremamente importante e esclarecedora sobre o Orçamento da União para 2008.

É importante, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, a descentralização da discussão do Orçamento da União, que ocorreu segunda-feira passada, na Assembléia Legislativa no nosso Estado de Mato Grosso.

Mais uma vez, digo da importância da presença do Senador José Maranhão, bem como a do Deputado José Pimentel, Relator do Orçamento, e do Deputado Cláudio Vignatti, Relator da PPA.

Mas voltando ao dia 15 de setembro, participei da inauguração do Parque de Exposição da nossa promissora Diamantina, juntamente com o Prefeito Chico Mendes, o Presidente da Câmara e diversos Vereadores, produtos rurais, empresários e moradores. Participei ainda de reunião política com o Partido dos Trabalhadores de São José do Rio Claro, encontrei-me com posseiros da Fazenda Mercedez, em União do Sul, que estão ainda acampados em busca de um pedaço de terra da reforma agrária.

Sinop é uma cidade promissora, distante de Cuibá 500km, e União do Sul fica a praticamente 200km de Sinop por estrada de chão, uma estrada de terra de mais de 100km, a qual se leva mais de 4 horas para percorrer.

Realmente, são desbravadores os que lá se encontram. Desbravadores da agropecuária, da agricultura. São os pequenos agricultores que lá produzem, que lá trabalham, que lá fazem um esforço gigantesco para sobreviver, mas que, de lá, têm muita dificuldade para retirar o que produzem.

Os senhores imaginem, nos dias de hoje, percorrer 100km em quatro horas, cinco horas na seca; na chuva, é muito mais tempo e, talvez, a estrada seja intransitável. Essa aqui é uma estrada estadual, cuja infra-estrutura é muito precária, o que nos traz muitas dificuldades.

Mas quero destacar, ainda, nessa viagem, dois eventos especiais, Num deles, fui homenageada com o título de Cidadã Ipiranguense, em Ipiranga do Norte, no outro, como Cidadã Claudiense, na cidade de Cláudia. Foram dois grandes momentos que guardarei para sempre em minha memória. Agradeço, sensibilizada, aos Vereadores tanto de Cláudia quanto de Ipiranga do Norte.

De Cláudia, senhores e senhoras, eu gostaria de falar um pouco. O Município de Cláudia passou, como a maioria dos Municípios do meu Estado de Mato Grosso, há dois anos, por uma grande a crise na agricultura. E nós discutimos à época com esses produtores lá de Mato Grosso que vieram a Brasília em movimentos de protesto - todos nós ouvimos falar do “caminhonaço”, do “tratoraço” -, pelas dificuldades que viviam na agricultura, que eles não podiam continuar plantando apenas soja no Estado de Mato Grosso, que havia a necessidade da diversificação da produção.

Quero registrar brevemente, porque tenho outros assuntos a tratar neste momento - voltarei ao assunto em outro momento -, que, no Município de Cláudia, sob a liderança de seu Prefeito, vimos a busca da diversificação da produção: a produção de frango caipira, o abatedouro, a produção de frutas, a fábrica de polpa de frutas e o resgate, a busca da restauração das nascentes, trabalho sob a liderança da Coordenadora do Gapa, mulher extremamente determinada que exerce uma liderança séria. Estão tentando não só diversificar a produção, mas também fazê-lo buscando o desenvolvimento com sustentabilidade, ou seja, com proteção ao meio ambiente. É uma coisa fantástica!

O Município é novo, tem dificuldade de acesso por falta de estrada asfaltada, mas é grande a determinação de seu povo, uma sociedade organizada. Lá eles têm mais de dez projetos de produção absolutamente diversificada, ou seja, acredito que este é o caminho da melhoria da qualidade de vida do povo de Cláudia e de outros Municípios.

Em Ipiranga do Norte não é diferente. Estivemos lá em uma reunião, acompanhados do Presidente da Câmara, Chico Casarotto, em que todos os Vereadores estiveram presentes, buscando alternativas para aquele Município. Houve uma discussão aprofundada e grande, da qual participou também o Prefeito.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, neste ano de 2007, venho fazendo incursões ao interior do meu Estado, dedicando quase todo o meu tempo para viajar de carro a todos os Municípios de Mato Grosso.

Assim, poderemos ver realmente o estado em que se encontram nossas estradas, a necessidade de infra-estrutura logística, principalmente na área de transporte.

Felizmente, Sr. Presidente, estão previstas no PAC obras estruturantes que, uma vez concretizadas, farão diferença em nossa competitividade no Estado de Mato Grosso.

Queríamos ainda dizer - e já tive oportunidade de dizer várias vezes ao Brasil - que estamos buscando uma solução para a logística de Mato Grosso, que passa pelo transporte multimodal: boas ferrovias, hidrovias e estradas trafegáveis. A Ferronorte está chegando, já está em Alto Araguaia, encaminhando-se para Rondonópolis e terá de chegar até nossa Cuiabá.

Defendemos ainda que entre no PAC o Projeto Brasil Central, possibilitando a construção do ramal que chega a Lucas do Rio Verde. Acredito que, com essas obras estruturantes, nosso Mato Grosso dará o grande salto de qualidade.

Encerrando, gostaria de dizer que criticamos a situação das estradas no Brasil, não só em Mato Grosso. As chuvas estão chegando e, em determinadas regiões, faltam ferrovias, rodovias e hidrovias. No entanto, há bilhões praticamente semiparados no Dnit, a nível central, em nosso País. A gestão do Dnit está semiparalisada.

São bilhões que lá estão e, no entanto, estamos aqui há quatro, cinco meses, e não conseguimos votar a indicação do nome do Sr. Luiz Antônio Pagot, para gestor do Dnit.

Temos de votar o gestor do novo Dnit, sob pena de não termos mais o direito de dizer que nossas estradas estão com problemas, porque o recurso está parado na Direção Central, em um Dnit com a gestão praticamente paralisada.

Portanto, faço o apelo aqui de que é chegado o momento, é chegada a hora de dizermos que queremos criticar, sim, que as estradas estão com problemas, mas estaremos viabilizando as condições com o gestor que deverá chegar lá com competência para usar os recursos que estão semiparalisados para que se toquem as obras neste País.

Infelizmente, não posso terminar a minha fala, mas voltarei em outro momento porque o meu tempo acabou.

Obrigada, Sr. Presidente.