Discurso durante a 168ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Destaque para o importante papel do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), no desenvolvimento econômico e social do país.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMERCIO EXTERIOR. ENSINO PROFISSIONALIZANTE.:
  • Destaque para o importante papel do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), no desenvolvimento econômico e social do país.
Publicação
Publicação no DSF de 29/09/2007 - Página 33448
Assunto
Outros > COMERCIO EXTERIOR. ENSINO PROFISSIONALIZANTE.
Indexação
  • ANALISE, SITUAÇÃO, ECONOMIA INTERNACIONAL, PREDOMINANCIA, GLOBALIZAÇÃO, CONCORRENCIA, AUMENTO, EXIGENCIA, CONSUMIDOR, QUALIDADE, PRODUTO, COMENTARIO, HISTORIA, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, BRASIL, COMERCIO EXTERIOR.
  • ELOGIO, SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI), IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, MELHORIA, INDUSTRIA NACIONAL, RECONHECIMENTO, PAIS ESTRANGEIRO, QUALIDADE, TRABALHO, INSTITUTO NACIONAL.
  • COMENTARIO, PLANEJAMENTO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDUSTRIA (CNI), INVESTIMENTO, EDUCAÇÃO BASICA, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, PRETENSÃO, INSERÇÃO, CIDADÃO, MERCADO DE TRABALHO.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, o panorama econômico atual se caracteriza pela globalização e competitividade cada vez mais acirrada entre países e empresas, o que obriga uma revisão de muitos paradigmas econômicos do passado.

As chamadas vantagens comparativas certamente devem ser revistas, em função do desenvolvimento científico e tecnológico que permite a diversas empresas, muitas vezes localizadas a milhares de quilômetros umas das outras, concorrer de forma efetiva e vantajosa.

As exigências crescentes dos consumidores, em termos de produtos, preços e qualidade, e uma oferta de bens e serviços mundial e diversificada obrigam empresas e trabalhadores a adotar políticas permanentes de modernização, aperfeiçoamento de métodos e processos, redução de custos e treinamento contínuo de pessoal. Os países, empresas e fornecedores que não atendem a esses requisitos e exigências são simplesmente excluídos dos mercados globais, por absoluta falta de condições de competir nesse novo mundo econômico que se está formando e consolidando, tendo a China como o ator de maior destaque.

Historicamente, o Brasil tem sido um participante ativo do comércio internacional, apesar de sua participação nunca ter atingido um nível elevado no total de exportações mundiais. Nossa tradição, como se sabe, é de país exportador de matérias-primas e produtos primários e de importador de produtos industrializados, com maior nível de tecnologia, pois ainda não conseguimos nos firmar como exportadores de produtos e serviços com elevado valor agregado. Mas isso tende a mudar.

As lideranças empresariais brasileiras têm consciência dessa situação e, desde a década de 40 do século passado, procuram adotar políticas modernas de treinamento de recursos humanos.

A criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), pelo Presidente Getúlio Vargas, em 1942, contribuiu decisivamente para nosso desenvolvimento econômico e social, propiciando as condições necessárias para nosso processo de industrialização, de substituição de importações e nos preparando para o atual momento de competição econômica em nível mundial.

O Brasil ainda não é um grande exportador de produtos de alta tecnologia, mas já não somos apenas exportadores de produtos primários. Isso vem mudando, ao longo das últimas décadas. Temos consciência da necessidade de produzirmos e exportarmos produtos com maior valor agregado. Estamos a meio caminho, nessa longa estrada de desenvolvimento econômico e social: exportamos aviões e veículos automotores modernos. Não mais exportamos as chamadas “carroças”.

O ingresso definitivo do Brasil e sua inserção mais adequada no mercado global certamente só ocorrerá com a melhoria de nosso sistema educacional, o que nos permitirá agregar mais conhecimento e mais tecnologia aos nossos métodos e processos produtivos.

Nosso sistema educacional ainda representa um ponto de estrangulamento nesse processo, pois não tem sido capaz de oferecer educação de qualidade elevada, como exige a economia globalizada.

Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em 1942, representa um marco importante em nosso processo de desenvolvimento industrial, pois nos deu as precondições necessárias para que o Brasil pudesse construir um importante parque industrial, a partir da segunda metade do século passado.

O Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, com seu programa de desenvolvimento econômico, com o seu desenvolvimentismo e suas metas governamentais, nos tirou da condição de país eminentemente agrícola e nos transformou no maior parque industrial do chamado Terceiro Mundo e no país que mais cresceu em grande parte do século XX. O Senai contribuiu para a concretização dessas metas governamentais, pois forneceu mão-de-obra especializada e desempenhou um papel importante e contribuiu para o êxito do Governo do Presidente Kubitschek. Não há dúvida de que seria praticamente impossível a implantação, no prazo extremamente curto de apenas três anos, de uma indústria automobilística, se não contássemos com uma instituição como o Senai, especializada em treinamento de mão-de-obra dedicada à produção industrial.

Atuante há mais de seis décadas, o Senai não parou no tempo, não se tornou obsoleto nem se conformou com os êxitos desses 65 anos de trabalho. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial está preparado para acompanhar as demandas e oferecer soluções para o desenvolvimento de nossa indústria, como é o caso da TV digital, pois cumpre fielmente sua missão de promover a educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologia para melhorar os padrões de eficiência, produtividade e competitividade da indústria brasileira.

Para tanto, desenvolve metodologias, linguagens inovadoras e programas de vídeo educacionais para a formação de profissionais nessa nova tecnologia.

Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, eu gostaria de ressaltar, neste momento, as atividades desenvolvidas pelo Senai, no ano de 2006, conforme Relatório Anual recentemente publicado, e que reafirma o papel dessa importante entidade na vanguarda da Educação Profissional.

O processo de planejamento estratégico adotado pelo Senai, ao longo dos últimos dez anos, tem contribuído para traçar rumos seguros para que a instituição cumpra sua missão e atinja suas metas e objetivos.

Mais ainda, a sincronia do Senai com o Plano Estratégico do Sistema Indústria contribuiu para um melhor alinhamento com a realidade social e econômica do País e para a definição de políticas globais e metas específicas e coordenação de ações.

Quero citar, Sr. Presidente, como exemplo dos êxitos obtidos pelo Senai, o desenvolvimento de uma tecnologia para transformar tornos convencionais em equipamentos computadorizados, dando apoio a indústrias localizadas em nove Estados, o que exigiu uma série de ações e parcerias com empresas de desenvolvimento de softwares, com o objetivo de reduzir custos para a conversão dos equipamentos. Com essa conversão de equipamentos, a escola do Senai, em Porto Velho, dará suporte à instalação de duas hidrelétricas no Rio Madeira, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico da Região Norte do Brasil.

Mas não é só no Brasil, Sr. Presidente, que o Senai se destaca.O Senai apresentou três projetos desenvolvidos em suas unidades durante a II Feira e Congresso Internacional de Nanotecnologia - Nanotec Expo 2006, cujo tema foi A Nanotecnologia como Fator Estratégico de Inovação e de Competitividade. Mas a participação do Senai nesses fóruns vem de mais longe.

Desde 1983, o Brasil é representado pelo SENAI na Worldskills, uma mostra internacional especializada em tecnologias aplicadas ao mundo do trabalho.

Com relação aos planos para o futuro, o programa Educação para a Nova Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê investimentos de R$10,45 bilhões na educação básica e profissional de 16,2 milhões de brasileiros, com o objetivo de aumentar a oferta de oportunidades para a formação de profissionais que atendam aos requisitos do mercado de trabalho, em consonância com o Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015, que propõe uma agenda para o desenvolvimento do Brasil apoiada em dois pilares: educação e conhecimento.

Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, o Senai certamente continuará a prestar relevantes serviços ao País, ao nosso processo de industrialização e de desenvolvimento econômico e social, contribuindo para dar mais cidadania a nossos trabalhadores da indústria.

Quero, neste momento, congratular-me com o Presidente da Confederação Nacional da Indústria, Deputado Federal Armando de Queiroz Monteiro Neto, e todos os seus colaboradores, que fazem do Senai uma instituição respeitada em todo o Brasil e no exterior.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/09/2007 - Página 33448