Discurso durante a 172ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à Governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius.

Autor
Marisa Serrano (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Marisa Joaquina Monteiro Serrano
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Homenagem à Governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius.
Publicação
Publicação no DSF de 05/10/2007 - Página 34205
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • ELOGIO, COMPROMISSO, GOVERNADOR, MINISTERIO DA SAUDE (MS), DEMONSTRAÇÃO, EFICACIA, ATUAÇÃO, MULHER, POLITICA, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO, PAIS, COMENTARIO, EMPENHO, SOLUÇÃO, CRISE, REGIÃO, REALIZAÇÃO, AJUSTE FISCAL, REDUÇÃO, RECEITA, COMBATE, DIVIDA, GOVERNO ESTADUAL, REGISTRO, INICIATIVA, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, APRECIAÇÃO, LEGISLAÇÃO, RESPONSABILIDADE, NATUREZA FISCAL, DEFINIÇÃO, COMPETENCIA, PODERES CONSTITUCIONAIS, AMBITO ESTADUAL, APRESENTAÇÃO, PROJETO, REORGANIZAÇÃO, FOLHA DE PAGAMENTO, APOSENTADO, PENSIONISTA, IMPORTANCIA, MELHORIA, ECONOMIA, POSSIBILIDADE, CONTENÇÃO, SONEGAÇÃO FISCAL, AUMENTO, INVESTIMENTO.
  • IMPORTANCIA, HISTORIA, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), CONTRIBUIÇÃO, FORMAÇÃO, NACIONALIDADE, BRASIL, EXPECTATIVA, EFICACIA, MANDATO, GOVERNADOR, FAVORECIMENTO, DESENVOLVIMENTO, CRESCIMENTO ECONOMICO, GARANTIA, ESTABILIDADE, REGIÃO.

            A SRª MARISA SERRANO (PSDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, minha fala de hoje vai reportar-se ao Rio Grande do Sul.

            A princípio pode parecer estranho que uma Senadora do Mato Grosso do Sul volte o seu olhar para o Rio Grande.

            Mas três fatores me levam a isso. Meus avós, gaúchos, vieram de Santana do Livramento, lá da fronteira com o Uruguai, atravessaram o Paraguai e chegaram ao sul de Mato Grosso naquela época, no final do século XIX. Portanto, sou o que se chama de “matucha”: mato-grossense com gaúcho.

            Segundo, porque meu Estado deve muito aos que vieram dos pampas e nos ajudaram a criar uma economia diversificada, principalmente com a utilização de alta tecnologia na agropecuária, riqueza maior de Mato Grosso do Sul. Hoje, os CTGs (Centro de Tradições Gaúchas) estão em todos os Municípios do Estado.

            E, por fim, mas não menos importante, falo do Rio Grande porque há uma mulher corajosa, destemida, determinada, que encontrou na política a forma de ajudar mais o Estado que ama e que escolheu para viver. Yeda Crusius é um exemplo para as mulheres que encontram na política a maneira de transformar suas idéias em fatos, de contribuir na construção de um País melhor visto da ótica feminina e de incentivar outras tantas mulheres a dividirem com os homens o poder político, a condução dos destinos de nossa Pátria.

            Nunca vi Yeda transigir naquilo que era essencial para o Brasil e para o Rio Grande. Como economista, professora, Deputada federal e agora Governadora de todos os gaúchos, Yeda sempre colocou o interesse coletivo acima de questões menores. Ela sempre teve visão macro, uma visão maior de tudo e de todos.

            Então, ser eleita Governadora com 3,4 milhões de votos foi o reconhecimento, pela população, de suas qualidades, da sua têmpera, de sua garra para enfrentar os problemas e resolvê-los. Foi também a convicção do eleitorado gaúcho de que chegara a hora de uma mulher comandar o Rio Grande do Sul.

            E governar com a sensibilidade, com a argúcia, com a habilidade, com a franqueza e com a firmeza, que são características muito próprias de nós, mulheres - desculpem-me os meus Senadores -, dá alegria a todas nós.

            Yeda foi eleita dizendo ao povo gaúcho que iria fazer uma mudança estrutural, uma verdadeira revolução no Rio Grande do Sul, em particular nas contas públicas do Estado, que vive uma situação crônica, crítica, quase desastrosa há mais de 30 anos.

            Em Mato Grosso do Sul, estamos convivendo com uma situação econômica semelhante. Somos o quarto Estado mais endividado do País e somos testemunhas do esforço hercúleo do nosso Governador para colocar nosso Estado na rota do desenvolvimento.

            Essa crise estrutural das finanças do Estado do Rio Grande do Sul levou a que o Estado tivesse a pior situação fiscal do País, comparando com os outros Estados e com o Distrito Federal. É o Estado que ocupa o primeiro lugar com gasto pessoal: 67% da sua receita corrente líquida é para pagar pessoal. Gastar 67% de receita corrente líquida é inviabilização de um Estado.

            Outros números revelam a gravidade da crise financeira do Rio Grande do Sul: é o Estado que gasta 52% de sua folha de pessoal com aposentados e pensionistas. É o Estado que menos realiza investimento no País. Houve, ao longo de décadas, uma redução sistemática e perigosa do investimento público, comprometendo o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

            A ótima qualidade de vida da população gaúcha, decantada em verso e prosa, construída pelas políticas do passado, está seriamente ameaçada e é preciso que esta Casa saiba disso.

            Mas todo este dramático quadro não assustou nem assusta a nossa caríssima Yeda Crusius. Preocupou-a, mas não a impediu de adotar medidas sérias, duras, firmes, corajosas, ousadas.

            O Rio Grande do Sul inova, ao apresentar para a apreciação do Legislativo gaúcho, no dia de hoje - soube isso pela imprensa -, uma pioneira Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual - é o primeiro Estado que ouço dizer que manda para a Assembléia uma lei de responsabilidade -, com o objetivo de definir regras claras para todos os Poderes em relação às despesas com custeio e pessoal. Encaminha ainda a proposta de um projeto de lei para um novo órgão gestor de previdência para os novos servidores, atacando um dos mais graves problemas do Estado, que consome, como já disse, 52% de sua folha com aposentados e pensionistas.

            A Governadora está enfrentando a realidade dos números com a coragem de uma gestão pública que tem princípios socialdemocratas e se espelha em homens da estirpe de Franco Montoro, José Richa e Mário Covas.

            Yeda foi eleita dizendo ao povo que iria realizar um duro ajuste fiscal nas contas públicas do Estado. E eu estava lá para a sua campanha no segundo turno e acompanhei aquilo que ela disse ao povo gaúcho. Muitos não acreditaram, poucos perfilaram com as propostas de ajuste, mas, gradativamente, Yeda foi conquistando os aliados, novos parceiros e, por fim, a maioria dos gaúchos e das gaúchas.

            Bem ao modo tucano de governar, agiu rapidamente no sentido de reduzir as despesas da máquina pública estadual e aumentar as receitas para reduzir o monumental déficit previsto de R$2,4 bilhões para 2007.

            O mesmo fizeram Aécio Neves, em Minas Gerais, e José Serra, em São Paulo, exemplos de governos tucanos baseados numa gestão eficiente, estruturante e séria, que visa garantir uma qualidade de vida boa para toda a população, com perspectiva de um futuro de crescimento e desenvolvimento.

            Quando vejo o Presidente Lula dizer, como fez na semana passada no Rio, que “é preciso parar com a mania de achar que contratar gente é inchaço da máquina”, sinto que Governadores como Aécio, Serra, Yeda e André Puccinelli, do meu Estado, e tantos outros, terão que trabalhar dobrado para que o Brasil do futuro não naufrague num mar de dívidas, pela incompetência do presente.

            Reduzir, gastos com cargos em comissão, na contramão do Governo Federal, promover corte das despesas de custeio, melhorar a receita com medidas inteligentes, modernizadoras e inovadoras, combater a sonegação fiscal, reduzir o déficit e aumentar o superávit primário são atitudes que demonstram um governo transparente, corajoso e eficiente, como estamos acompanhando no Rio Grande do Sul.

            É fácil para a população assimilar essas mudanças? Há medidas duras, amargas? Há incompreensão? Há receios? É claro que há. Não se produzem mudanças sem rearrumar a casa.

            O que for preciso para colocar o nosso Rio Grande nos eixos, Yeda fará, como já vem fazendo.

            Às vezes, medidas impopulares necessitam serem tomadas para que todos possam ser beneficiados e que não venham a sofrer mais do que contingências do dia-a-dia. É o mesmo que acontece com uma mãe ou com um pai que, para que os filhos andem pela senda da ética, da moralidade e das virtudes - o que todos queremos para nossos filhos -, precisam tomar medidas duras. Às vezes, naquele momento, os filhos não entendem, mas são medidas importantes para a formação futura deles.

            Por isso, quero dizer que apenas estadistas corajosos e com visão de futuro são capazes de assumir posições que momentaneamente ofereçam desgaste popular.

            Às vezes, também, é mais fácil ser populista, dizer o que as pessoas gostariam de ouvir, tomar medidas paliativas, maquiando a realidade, do que resolver definitivamente os problemas e apontar o rumo certo para o futuro.

            Senadores, meus longos anos de convivência com a Governadora Yeda Crusius me dão toda a certeza, toda a segurança de que ao término do seu mandato o Rio Grande do Sul será outro.

            Yeda é uma daquelas pessoas que sabe o que quer.

            O Brasil é um País magnífico! Construído por homens e mulheres ao longo de séculos de lutas, com vitórias e derrotas, mas com perseverança.

            O Rio Grande do Sul faz parte dessa história, de forma extremamente significativa. Tem uma população que é sinônimo de bravura pessoal e é responsável por muito da formação de nossa nacionalidade, pelo espírito de liberdade e pela difusão de nossas raízes culturais.

            Nesta Casa, há três Senadores que são exemplo dessa brasilidade gaúcha: Pedro Simon, com seu conhecimento, respeitabilidade e história de vida, é a garantia de ética e ponderação; Sérgio Zambiasi é a referência, entre outras, pela cooperação, parceria e integração, principalmente em relação aos Países mercosulinos e àqueles que ajudaram na formação de nossa sociedade e que formam principalmente os Estados do Sul do País; o Senador Paulo Paim traz, do Rio Grande do Sul, para todo o País o espírito de luta do trabalhador brasileiro que quer trabalho, mas sabe também que a educação e o desenvolvimento são as portas para o futuro.

            Tenho a certeza, Senadoras e Senadores presentes, que uma mulher séria e competente, que está enfrentando inúmeros problemas, mas com o apoio e a confiança do povo gaúcho, dos Senadores, Deputados federais, Deputados estaduais, Prefeitos e Vereadores, dará uma resposta efetiva para a solução dos problemas do seu povo.

            Quero colocar-me ao lado dos Senadores gaúchos nesta Casa, a favor do Rio Grande, e ao lado da Governadora Yeda Crusius, para que a sua administração seja um sucesso e um exemplo, como já é, de dignidade, coragem e eficiência para todo o País.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eram essas as minhas palavras de apreço pelo Rio Grande do Sul, pela coletividade gaúcha, não só pela sociedade do Rio Grande do Sul, mas pelos gaúchos espalhados em todo o País.

            E aqui termino, como comecei, fazendo uma referência aos gaúchos que ajudaram a construir o meu Mato Grosso do Sul, que lá criaram raízes, que lá construíram famílias e que nos ajudam a fazer dele um Estado de riqueza e de prosperidade.

            Deixo aqui os meus cumprimentos à Governador Yeda Crusius, a todo o seu Secretariado e a todos aqueles que lutam para que o Rio Grande do Sul recupere o brilho que sempre teve nas estrelas da nossa querida bandeira nacional.

            Eram essas as minhas palavras, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/10/2007 - Página 34205