Discurso durante a 173ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Exaltação ao Estado de Roraima, que completa dezenove anos de sua criação. (como Líder)

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Exaltação ao Estado de Roraima, que completa dezenove anos de sua criação. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 06/10/2007 - Página 34227
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR), ELOGIO, ATUAÇÃO, POPULAÇÃO, REGIÃO, EMPENHO, CRIAÇÃO.
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, HISTORIA, FUNDAÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR).
  • ANALISE, NECESSIDADE, MELHORIA, QUADRO GERAL, ECONOMIA, EFICACIA, APROVEITAMENTO, RECURSOS, AMPLIAÇÃO, PRODUÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, GARANTIA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, RESPEITO, MEIO AMBIENTE.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu pedi a palavra para fazer um registro extremamente importante para o País, mas mais ainda para o meu Estado de Roraima.

Hoje, dia 5 de outubro, faz 19 anos que a Constituição de 1988 foi promulgada. Com a promulgação da Constituição, foram criados os Estados de Roraima e do Amapá. Portanto, hoje, o Estado de Roraima completa 19 anos de criação - implantado a partir de 1º de janeiro de 1991, o Estado tem 17 anos de implantação.

E peço a palavra, Sr. Presidente, para fazer alguns registros. O primeiro deles é no sentido de parabenizar toda a população do Estado, toda a população que vive naquela terra, que luta com muita dificuldade, povo que veio do Brasil todo, porque somente 30% dos habitantes de Roraima nasceram em Roraima. Aliás, Senador Edison Lobão, a maior colônia de habitantes do Estado de Roraima, a maior representação estadual no Estado de Roraima, é exatamente dos maranhenses, que foram para lá ajudar a construir o Estado e a construir a sua vida.

Portanto, a minha primeira palavra é de exaltação, de parabéns, de reconhecimento da garra do povo de Roraima e, principalmente, de reafirmação de que o Estado e o povo de Roraima têm um futuro promissor.

Em segundo lugar, gostaria de dizer que devo tudo ao Estado de Roraima, Sr. Presidente. Cheguei para ser Governador do Território no dia 17 de setembro de 1988. Poucos dias depois, como disse, a Constituição era promulgada e participei, como Governador do Território, da festividade, do evento, ali no plenário da Câmara dos Deputados, quando o Presidente Ulysses Guimarães, de certa forma, conduziu a construção de uma constituição chamada Constituição Cidadã.

Passei, como Governador do Território, um ano e cinco meses. E enfrentamos, nesse período, grandes desafios para preparar o Estado. Na coragem, Senador Cristovam, implantei uma universidade federal, que não havia no Estado de Roraima, com recursos do Estado, não esperei pelo orçamento do Ministério da Educação, não, porque sabia que um grande elemento de transformação do nosso Estado, que iria crescer, sem dúvida nenhuma seria uma universidade.

Quando cheguei em Roraima, para fazer uma faculdade os jovens tinham de se retirar e estudar em outros Estados. Era uma sangria brutal para o futuro do Estado, primeiro, porque havia um processo seletivo: quem tinha um pouco de recurso, tinha condição de fazer um curso superior; quem não tinha dinheiro, não tinha condição de viajar e de fazer um curso superior. Depois, muitos dos jovens que com esforço iam estudar fora não voltavam porque construíam uma vida onde estudavam - conseguiam emprego, namoravam, casavam -, e Roraima perdia o seu potencial de futuro. Então, implantamos a universidade. Levei a Eletronorte para gerar energia porque Roraima vivia sob racionamento. Implantamos um banco do Estado. Enfim, fizemos uma série de obras, ações e contratação de pessoal, com a posição do então Presidente José Sarney, e viabilizamos estruturalmente o futuro de Roraima.

Passaram-se 17 anos da implantação do Estado. Roraima caminhou, é verdade. O Estado de Roraima cresceu, também é verdade. Hoje temos uma grande capital, que é Boa Vista. Se comparada com Palmas, Macapá e outras cidades do Norte, Boa Vista tem uma qualidade urbanística e estruturante como cidade muito superior. Se é verdade que crescemos na capital, que transformamos Boa Vista em uma grande capital, infelizmente não poderia dizer o mesmo da estrutura econômica do nosso Estado. Há 17 anos estamos parados no tempo, muitas vezes até regredindo, quando Roraima poderia estar em outra situação econômica.

            Senador Heráclito Fortes, somos fronteira com a Guiana e com a Venezuela, temos o mercado do Amazonas e, mais do que isso, ....

(Interrupção do som.)

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR) - ... temos condição de produzir alimentos na Amazônia sem devastar, porque temos os nossos lavrados, os cerrados e as várzeas da Amazônia. E o Projeto Vale do Rio Branco, desenvolvido pela Prefeitura de Boa Vista, mostra hoje como é possível produzir frutas na Amazônia com rentabilidade maior do que em Petrolina, no meu Estado de Pernambuco. Boa Vista hoje produz uva, produz figo, produz manga padrão exportação, e esse é o caminho para o desenvolvimento auto-sustentado de Roraima, respeitando o meio ambiente, respeitando as populações indígenas e dando condição de se produzir na Amazônia um produto de qualidade que possa ser colocado no mundo inteiro.

Neste breve discurso, quero registrar que estou levantando todos os dados de transferências de recursos feitas pela União, pelo Governo Federal, ao longo desses 17 anos, porque o Governo Federal foi generoso com o Estado de Roraima, transferiu recursos necessários para a infra-estrutura e para o desenvolvimento social que, infelizmente, não foram conduzidos, talvez, da melhor forma, pelo melhor caminho, na melhor direção da libertação, da educação e do desenvolvimento respeitoso. Mas estamos levantando para mostrar o paralelo entre o volume de recursos que chegaram ao nosso Estado e, infelizmente, o quadro econômico e social que ainda vivemos.

Mas hoje não é dia de registrar só isso. Eu quero, principalmente, para concluir as minhas palavras, registrar a minha confiança no futuro de Roraima e a certeza de que o nosso Estado vai ser um Estado modelo para o Brasil. Temos tudo para isso, Senador Edison Lobão, e não vamos abrir mão dessa luta. Vamos continuar a trabalhar, a lutar, a levar recursos, a discutir projetos e a discutir modelos de desenvolvimento.

A Amazônia precisa ser encarada, pelo Brasil, como uma prioridade, para que possamos, efetivamente, gerar um padrão de desenvolvimento compatível com a região e compatível, inclusive, com a visão internacional. Chega de dizer que estamos depredando a Amazônia, que queremos, de certa forma, desarticular aquele patrimônio que a humanidade nos deu. Temos propostas; Roraima tem propostas e vai construí-las com o apoio, com a fé e com o trabalho do povo roraimense, que é o grande instrumento de transformação do nosso Estado.

Ficam aqui, Senador Heráclito Fortes, as minhas palavras de apreço, de reconhecimento ao Estado de Roraima, a seu povo e, principalmente, de parabéns pelo aniversário. Registro aqui que não desanimamos. Perdemos tempo, patinamos durante esses anos, mas é possível recuperar o tempo perdido. Tenho certeza de que vamos recuperá-lo com trabalho, com amor e com dedicação ao Estado de Roraima.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/10/2007 - Página 34227