Discurso durante a 166ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Dia Mundial do Turismo.

Autor
Adelmir Santana (DEM - Democratas/DF)
Nome completo: Adelmir Santana
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. TURISMO.:
  • Comemoração do Dia Mundial do Turismo.
Publicação
Publicação no DSF de 28/09/2007 - Página 33242
Assunto
Outros > HOMENAGEM. TURISMO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, TURISMO, REGISTRO, DADOS, ATIVIDADE ECONOMICA, EMPREGO, RENDA, DETALHAMENTO, RIQUEZAS, PATRIMONIO TURISTICO, BRASIL, POSSIBILIDADE, AMPLIAÇÃO, APROVEITAMENTO.
  • HOMENAGEM, MULHER, ESCRITOR, PIONEIRO, LANÇAMENTO, LIVRO, GUIAS, TURISMO.
  • NECESSIDADE, MELHORIA, SEGURANÇA PUBLICA, ATRAÇÃO, ESTRANGEIRO, TURISMO, BRASIL.
  • IMPORTANCIA, PARCERIA, SETOR PUBLICO, SETOR PRIVADO, AMBITO, PLANO NACIONAL, TURISMO, ELOGIO, ATUAÇÃO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMERCIO (CNC), SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO (SESC), SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC), DETALHAMENTO, AMPLIAÇÃO, ACESSO, COMERCIARIO, IDOSO.
  • REGISTRO, HOMENAGEM, AUTORIA, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMERCIO (CNC), MULHER, COLABORAÇÃO, TURISMO.

O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Quero, inicialmente, saudar a Senadora Lúcia Vânia, que preside esta sessão especial, autora do requerimento que a determinou; saudar o Senador Jonas Pinheiro, Vice-Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado; a Ministra Marta Suplicy; a Srª Jeanine Pires, Presidente da Embratur; o Sr. Fábio Lenza, Vice-Presidente da Caixa Econômica Federal; o Sr. Norton Lenhart, Presidente da Câmara de Turismo da CNC; e a Deputada Lídice da Mata, Presidente da Comissão de Turismo da Câmara.

Srª Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, pelos oradores que me antecederam, excetuando o Presidente, que fez a abertura da sessão, é claramente predominante a presença das mulheres.

Em primeiro lugar, quero saudar aqui a iniciativa da Senadora por Goiás, Lúcia Vânia, autora do requerimento desta sessão comemorativa do Dia Mundial do Turismo.

São inúmeras as definições dadas a essa extraordinária atividade humana, que é o turismo.

Há, por exemplo, uma definição que podemos classificar como extremamente clássica e formal: “turismo é a atividade em que os seres humanos realizam viagens e permanecem em lugares distintos dos que vivem, normalmente por curto período de tempo, com fins de lazer, negócios e/ou pesquisas históricas, culturais e sociais”.

Há também a definição na linha filosófica-existencial. O escritor irlandês George Moore disse que “o homem viaja o mundo à procura do que ele precisa e volta para casa para entender ou para encontrar o que procura”.

Enfim, poderíamos ficar por muito tempo lendo e discutindo conceitos e definições para esta moderna conquista humana.

O certo é que o mundo viaja, o mundo faz turismo.

Anualmente, cerca de 800 milhões de pessoas viajam por lazer ou por negócios, cruzando o Planeta Terra do Sul ao Norte, do Leste ao Oeste.

Essas pessoas movimentaram, em 2005, cerca de US$5 trilhões, criando direta e indiretamente aproximadamente 180 milhões de postos de trabalho, o que representa um em cada nove empregos formais no mundo.

O turismo é o segmento da economia que movimenta mais dinheiro do que a indústria automobilística ou de telecomunicações.

No Brasil, o turismo ainda é uma atividade em desenvolvimento, mas, no setor terciário,é a que mais cresce, com destaque para o turismo ecológico, o de aventura e os cruzeiros marítimos. Aliás, o turismo no Brasil se caracteriza por oferecer tanto aos brasileiros como aos estrangeiros uma gama mais que variada de opções.

Hoje, em que tantas homenagens foram feitas às mulheres, quero fazer um lembrete e, na pessoa dela, lembrar todas as mulheres: Dona Lucy Bloch foi uma das precursoras do desenvolvimento do turismo no Brasil. Dela foi o primeiro Guia Turístico do Brasil, bem como o primeiro Guia de Hotelaria do Brasil. Isso na década de 50. Portanto, rendo homenagem à Dona Lucy Bloch.

Por ser um País continental, no Brasil podemos fazer turismo em cidades que lembram o Velho Mundo, como são as raízes européias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Temos as belíssimas praias do Nordeste, já bem mostradas aqui pela Deputada Lídice da Mata e pela Senadora Rosalba; o Sertão, o Pantanal, a Floresta Amazônica, o cerrado, as cidades históricas de Minas, do Rio de Janeiro e de Goiás; o cosmopolitismo de São Paulo, da nossa Ministra, que já se retirou. Enfim, são infinitas as opções turísticas brasileiras.

Nos últimos anos, com a criação do Ministério do Turismo, o Governo tem feito muitos esforços em políticas públicas para desenvolver o turismo brasileiro, com programas como o “Vai Brasil”, que procura baratear o deslocamento interno, bem como os programas anunciados aqui pela Ministra, inclusive de financiamento, para se fazer turismo interno.

Mas, dentro desse contexto mundial, a potencialidade turística brasileira ainda não floresceu totalmente e deixa muito a desejar.

Apesar das opções do clima e do enorme território, o Brasil não figura sequer entre os 30 países mais visitados do mundo.

Alguns fatores, como o medo da violência, a má estrutura dos serviços e ultimamente a crise e o caos em nosso setor aéreo afasta o turista internacional do Brasil. Digo isso porque não podemos mascarar essa realidade.

No entanto, e apesar desses problemas, o turismo é assunto que fascina e entusiasma muito todos nós. Se não é de todo boa, a situação do turismo no Brasil tem melhorado dia após dia.

Em 2006, o Brasil recebeu 565 mil turistas a mais do que em 2005. Mas, ainda assim, o número de estrangeiros que nos visitam é muito pequeno se compararmos, por exemplo, com os que visitam a França, país com território do tamanho do Estado de Minas Gerais. Somente os turistas que vão anualmente a Paris são 14 vezes mais do que os estrangeiros que visitam o Brasil.

Temos gargalos que bloqueiam o desenvolvimento do nosso turismo e que precisam ser encarados.

Entre as soluções apontadas para a concretização do Plano Nacional de Turismo, destaco as parcerias entre o Executivo, o Legislativo e o setor privado.

E, aqui, ao me referir ao setor privado, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Srs. Convidados, desejo jogar luz no trabalho que a Confederação Nacional do Comércio - CNC -, em parceria com o Serviço Social do Comércio - Sesc - e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - Senac -, está realizando pelo turismo brasileiro.

Há quatro anos, no dia 8 de maio de 2003, a CNC e o Sesc firmaram um protocolo de intenções com a então Subcomissão do Turismo do Senado Federal e a Subcomissão do Turismo da Câmara dos Deputados. A idéia era conjugar esforços na realização de ações integradas em prol do desenvolvimento do turismo brasileiro.

A Senadora Lúcia Vânia e outros que me antecederam já fizeram aqui referência à homenagem que a CNC prestou ontem às mulheres envolvidas com o turismo. Foram agraciadas a Ministra Marta Suplicy, a Senadora Lúcia Vânia, a Deputada Lídice da Mata e a Jeanine, que compõem a Mesa nesta sessão. Há, no plenário, algumas mulheres que também foram homenageadas: Creusa dos Santos Soares, Presidente da Fenagtur; Tânia Omena, Presidente da ABBTur do Rio de Janeiro; Claudine Melnik, Comandante da TAM, a quem já foi feito referência; Maria Rosalina Gonçalves, Diretora da Sintur do Rio de Janeiro; Ann Clélia de Barros Pontes; Tatiana; Andréia Roque; e Maria Izabel. E pode haver outras aqui. Essas mulheres foram homenageadas na noite de ontem. A Senadora Lúcia Vânia e eu ficamos aqui até meia-noite loucos para estar lá, mas não tivemos a oportunidade de participar dessa festa, que, segundo informações, foi de grande importância para as homenageadas e para a CNC, que presta essa homenagem às mulheres.

Mas me refiro ainda mais à questão da CNC, porque, das várias iniciativas para incentivar o turismo no Brasil, destaco, Srª Presidente, o projeto do turismo social praticado pelo Sesc. Afinal, promover e incentivar o convívio social e o bem-estar das pessoas de forma geral são alguns dos principais objetivos do Sesc desde a sua criação. Está aqui o Senador Jonas Pinheiro, e já tivemos a oportunidade de estarmos juntos numa das unidades do Sesc. A Senadora Lúcia Vânia, por obrigações, não pôde ir, mas foi um encontro de extrema importância. Estava lá também a Deputada Lídice da Mata em uma das unidades do Sesc, e fizemos reuniões conjuntas dessas duas Comissões.

Entre as ações de lazer mais procuradas pelos comerciários e seus dependentes, estão as viagens organizadas pelo turismo social. Os comerciários com renda mensal de até seis salários mínimos e grupos de terceira idades formam a clientela preferencial. O Sesc foi pioneiro nessa forma de turismo no País, destinando-o a trabalhadores de baixa renda e procurando contemplar os seus familiares. O Ministro Hargreaves conhece algumas unidades do Sesc em Minas Gerais e sabe exatamente do que estamos falando.

O objetivo principal da atividade é oferecer bons serviços em programações que agregam lazer, integração familiar, cultura, educação e saúde. As excursões são organizadas na melhor logística possível, assegurando conforto e comodidade para aqueles que procuram o turismo social dos Sescs.

As viagens incluem, em seus pacotes, diárias em hotéis de qualidade, transportes novos e modernos, alimentação, guias turísticos locais e nacionais credenciados pela Embratur, passeios e seguros de viagem, que oferecem atendimento médico emergencial.

O turismo social proporciona várias opções: o turismo de lazer, por exemplo, pode ser praticado nas praias, nas montanhas ou na cidade; o turismo ecológico, a que muito bem fez referência aqui a Senadora Serys, oferece várias oportunidades, como visitas ao Sesc Pantanal, do nosso companheiro Jonas Pinheiro, demonstrando que uma das marcas da entidade é a preocupação com a preservação do meio ambiente.

Há, ainda, o turismo cultural, com acomodações em Minas Gerais; o turismo de eventos, no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul; e o turismo rural, em Santa Catarina, além do turismo educacional, religioso e de saúde.

Em todo o Brasil, o Sesc dispõe de 43 meios de hospedagem, com mais de 4,6 mil apartamentos e cerca de 15 mil leitos, em 19 Estados e no Distrito Federal.

Naturalmente, meus amigos da hotelaria poderão dizer: Mas isso é uma competição. Não é verdade. Isso é para pessoas que não têm recursos para viajar - eu disse aqui no início, até 6 salários mínimos -, é para criar o sentimento da necessidade de praticar o turismo.

Em Brasília, por exemplo, o Sesc dispõe de uma central de turismo que organiza passeios durante todo o ano para Estados de todas as regiões do Brasil, e desde 2006, também promove viagens a outros países.

Tive oportunidade de ver um grupo de senhores de idade, comerciários aposentados, fazer uma viagem para Espanha e Portugal. Eram pessoas que nunca tinham andado de avião e faziam a sua primeira viagem, uma viagem internacional. E a emoção dessas pessoas! 

O turismo social do Sesc/DF inclui uma hospedagem certificada pelo Guia Quatro Rodas e publicada no suplemento Viajar Bem e Barato. Trata-se do Sesc Varandas, localizado na 913 Sul. O Sesc Varandas oferece, aos que se hospedam em algum dos seus dezoito apartamentos, acomodações e serviços que primam pela excelência e pela comodidade.

Quem viaja pelo Sesc/DF dispõe de conforto e acessibilidade. Os comerciários e dependentes podem parcelar os pacotes em até 12 vezes, sem juros, por meio do Fundo de Atendimento ao Comerciário (Funac), independentemente do programa de financiamento ao turismo anunciado pela Ministra. Isso já fazemos há muitos anos, claro, com uma dimensão extremamente pequena. Em todos os pacotes de excursão, o passageiro recebe seguro-viagem com direito a atendimento médico emergencial.

A procura pelo turismo social oferecido pelo Sesc/DF é intensa. Listas com os nomes dos interessados são feitas com até seis meses de antecedência, e, invariavelmente, são preenchidas diversas listas de espera. Quem sabe com o lançamento desse financiamento, de cunho governamental, vamos ampliar essa oportunidade aos que efetivamente desejam fazer turismo interno.

Em 2006, o Sesc/DF organizou a primeira excursão internacional, com destino à Argentina. Em 2007, 48 senhoras e senhores, a maioria integrantes do Grupo dos Mais Vividos de nossa instituição, participaram de uma viagem de 15 dias à Europa, incluindo a Espanha e Portugal.

Além disso, há um técnico da instituição que acompanha o grupo desde o início da viagem. Outra segurança para o cliente é Certificado de Cadastro recebido da Embratur, que certifica o turismo social do Sesc como agência de turismo organizada pelo órgão e referendada.

São muitos os exemplos do sistema integrado do turismo coordenado pela CNC que podem ser citados nesta Sessão Especial. Mas como este exemplo do Turismo Social do Sesc é emblemático, foco minhas atenções nele, até para referendar a preocupação da Ministra Marta Suplicy em criar um programa voltado para pessoas de baixa renda que queiram financiar as suas atividades de turismo.

E, para encerrar, Srª Presidente, volto à questão sobre as diferentes definições de turismo. No meu entender, turismo é uma das mais nobres formas de conhecimento. Por intermédio do turismo, conhecemos pessoas, lugares, culturas, povos e países.

É em função do turismo que estamos aqui reunidos.

Parabéns a senhora pela iniciativa, parabéns a todos que estão aqui nesta manhã, estendo em especial os parabéns aos companheiros de Brasília que vieram a esta Sessão homenagear todos os seus.

Somente através de uma atividade como esta será possível resolvermos grandes questões sociais que ameaçam as nossas grandes cidades, em especial, Brasília.

Temos que focar as atenções na formação profissional.

Não fiz referência escrita ao Senac, mas também é um dos braços da nossa CNC, que se preocupa com a formação profissional nessa área, despendendo um bom volume de recursos e formando, a cada ano - claro que em proporções muito pequenas - pessoas para a área do turismo para que se ajuntem a esse trade tão importante e atendam bem ao turismo nacional e ao turismo internacional.

Parabéns, Senadora Lúcia Vânia, pela iniciativa da sessão, destinada a comemorar o Dia Mundial do Turismo.

É com prazer enorme que estamos aqui não apenas como Presidente Regional do Sesc e do Senac, mas também em nome da CNC, em nome do nosso Presidente, Antonio de Oliveira Santos, nos associando a esta homenagem tão honrosa.

Parabéns pela iniciativa.

Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/09/2007 - Página 33242