Discurso durante a 174ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reflexão sobre dados da vida das famílias brasileiras em 2006, recentemente revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL.:
  • Reflexão sobre dados da vida das famílias brasileiras em 2006, recentemente revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.
Publicação
Publicação no DSF de 09/10/2007 - Página 34381
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, ESTUDO, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), QUALIDADE DE VIDA, FAMILIA, BRASIL, REDUÇÃO, TRABALHO, INFANCIA, ANALFABETISMO, DESIGUALDADE SOCIAL, MELHORIA, ACESSO, BENS DE CONSUMO, AUMENTO, QUANTIDADE, CRIANÇA, ESCOLA PUBLICA.
  • COMPROVAÇÃO, MELHORIA, FREQUENCIA, ALUNO, ESCOLA PUBLICA, REDUÇÃO, DESEMPREGO, AUMENTO, RENDA PER CAPITA.
  • ELOGIO, SITUAÇÃO, BRASIL, IMPORTANCIA, EMPENHO, GOVERNO FEDERAL, BENEFICIO, POPULAÇÃO, BAIXA RENDA.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os dados sobre a vida das famílias brasileiras em 2006, recentemente revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, merecem a atenção e a reflexão de todos nós que nos dedicamos à vida pública.

Algumas tendências positivas, que já vinham de longe, se confirmaram e até melhoraram. Cito rapidamente aqui a queda do trabalho infantil; do analfabetismo; da desigualdade social; o maior acesso a bens de consumo e o aumento da escolarização em todas as faixas etárias da população.

A Síntese dos Indicadores Sociais, elaborada pelo IBGE, mostra que, de 1996 a 2006, as taxas de freqüência à escola de alguns segmentos etários apresentaram significativo crescimento. Para as crianças de 0 a 3 anos de idade, os percentuais dobraram nesse período. Na faixa seguinte, de 4 a 6 anos, as taxas aumentaram mais de 40%. Além disso, a defasagem dos alunos do ensino fundamental caiu 41,6% em dez anos.

Tendências negativas como o aumento do desemprego e a queda da renda do trabalhador foram revertidas. De 1996 a 2003 o rendimento caiu todos os anos, em 2004 interrompeu a queda, em 2005 retomou o crescimento e agora deu um salto de 7,2%. O desemprego atingiu o pico de 9,7% em 2003 e agora retorna para 8,5%.

Os ganhos de renda se deram em todas as classes sociais, mas foi mais intensa entre os mais pobres.

Não quero fazer aqui, Srªs e Srs. Senadores, uma extensa comemoração de números, de resto já fartamente divulgados pela imprensa nacional.

Quero convidar o Senado Federal a uma reflexão profunda sobre a nossa participação nas conquistas e a uma reflexão sobre nossas responsabilidades para uma melhoria ainda muito maior do que a que já alcançamos.

A imprensa nacional, como faz todo ano, apresentou em detalhes os resultados da PNAD. O Globo, por exemplo, num texto com a tarja de opinião, afirmou que “repleta de informações positivas, a última PNAD não deixa de relembrar os governantes de compromissos com o futuro”.

Perfeito o diagnóstico, posto que o retrato do Brasil também revela os imensos problemas e desafios ainda a serem vencidos.

Nós, Senadores e Senadoras, estamos entre os responsáveis tanto pelos bons resultados quanto pela construção de um futuro mais seguro e digno para a cidadania brasileira.

Somos responsáveis pelos bons resultados porquanto aprovamos aqui nesta Casa a medida provisória que criou o bolsa-família, aprovamos os reajustes do salário-mínimo, as medidas que incrementaram o crédito e aqueceram a demanda, as várias desonerações tributárias que devolveram à sociedade R$ 36 bilhões, os incentivos às exportações e tantas outros projetos de lei.

Várias destas proposições contaram com votos da oposição e, muitas vezes, com contribuições de mérito muito significativas.

Não me custa nada, ao contrário é mesmo o meu dever, lembrar contribuições mais pretéritas tais como a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal e a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.

Agora, precisamos cuidar com muito carinho do futuro. Os indicadores disponíveis sobre a evolução econômica do ano corrente nos permitem prever que os dados da PNAD que serão divulgados no ano que vem mostrarão novos avanços.

Mas, Srªs e Srs. Senadores, não estou preocupado apenas com os dados da PNAD de 2007. Antes de tudo, como líder do Governo, quero fortalecer um entendimento programático capaz de aproveitar o momento propício dos fundamentos econômicos do Brasil, para um desenvolvimento sustentado a longo prazo. O mundo olha para a nossa economia com entusiasmo e esperança. Há uma clara tendência pelo crescimento econômico, pela distribuição de renda e pelas melhorias dos nossos fundamentos sociais.

Não podemos perder tempo nem gerar insegurança. Precisamos efetivar uma reforma tributária, garantir os investimentos públicos necessários ao desenvolvimento e garantir a estabilidade necessária aos investimentos privados.

Não se pode imaginar que um entendimento em favor do Brasil, considerando a vontade expressa nas urnas, irá borrar as diferenças políticas e programáticas que existem e existirão sempre numa democracia. Falo com a autoridade de quem batalhou muito para assegurar o aumento dos Fundos de Participação de Estados e Municípios (FPE e FPM), independente de ser oposição e criticar a gestão do Governo do meu Estado, Roraima. Continuarei fiscalizando e criticando com toda a veemência, pois percebo que ali, considerando os recursos federais que temos assegurado, tem havido perdas de oportunidades lamentáveis. Mas jamais votaria contra o meu Estado.

Estou certo de que o Senado Federal não se embrenhará numa disputa menor. Iluminados pelos números que demonstram uma evolução positiva mas ainda menor do que as necessidades do nosso povo, confio em que o Senado Federal saberá fazer a boa discussão e contribuir para o desenvolvimento do Brasil.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/10/2007 - Página 34381