Pronunciamento de Romero Jucá em 08/10/2007
Discurso durante a 174ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Reflexão sobre dados da vida das famílias brasileiras em 2006, recentemente revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.
- Autor
- Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA SOCIAL.:
- Reflexão sobre dados da vida das famílias brasileiras em 2006, recentemente revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.
- Publicação
- Publicação no DSF de 09/10/2007 - Página 34381
- Assunto
- Outros > POLITICA SOCIAL.
- Indexação
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- APRESENTAÇÃO, DADOS, ESTUDO, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), QUALIDADE DE VIDA, FAMILIA, BRASIL, REDUÇÃO, TRABALHO, INFANCIA, ANALFABETISMO, DESIGUALDADE SOCIAL, MELHORIA, ACESSO, BENS DE CONSUMO, AUMENTO, QUANTIDADE, CRIANÇA, ESCOLA PUBLICA.
- COMPROVAÇÃO, MELHORIA, FREQUENCIA, ALUNO, ESCOLA PUBLICA, REDUÇÃO, DESEMPREGO, AUMENTO, RENDA PER CAPITA.
- ELOGIO, SITUAÇÃO, BRASIL, IMPORTANCIA, EMPENHO, GOVERNO FEDERAL, BENEFICIO, POPULAÇÃO, BAIXA RENDA.
O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os dados sobre a vida das famílias brasileiras em 2006, recentemente revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, merecem a atenção e a reflexão de todos nós que nos dedicamos à vida pública.
Algumas tendências positivas, que já vinham de longe, se confirmaram e até melhoraram. Cito rapidamente aqui a queda do trabalho infantil; do analfabetismo; da desigualdade social; o maior acesso a bens de consumo e o aumento da escolarização em todas as faixas etárias da população.
A Síntese dos Indicadores Sociais, elaborada pelo IBGE, mostra que, de 1996 a 2006, as taxas de freqüência à escola de alguns segmentos etários apresentaram significativo crescimento. Para as crianças de 0 a 3 anos de idade, os percentuais dobraram nesse período. Na faixa seguinte, de 4 a 6 anos, as taxas aumentaram mais de 40%. Além disso, a defasagem dos alunos do ensino fundamental caiu 41,6% em dez anos.
Tendências negativas como o aumento do desemprego e a queda da renda do trabalhador foram revertidas. De 1996 a 2003 o rendimento caiu todos os anos, em 2004 interrompeu a queda, em 2005 retomou o crescimento e agora deu um salto de 7,2%. O desemprego atingiu o pico de 9,7% em 2003 e agora retorna para 8,5%.
Os ganhos de renda se deram em todas as classes sociais, mas foi mais intensa entre os mais pobres.
Não quero fazer aqui, Srªs e Srs. Senadores, uma extensa comemoração de números, de resto já fartamente divulgados pela imprensa nacional.
Quero convidar o Senado Federal a uma reflexão profunda sobre a nossa participação nas conquistas e a uma reflexão sobre nossas responsabilidades para uma melhoria ainda muito maior do que a que já alcançamos.
A imprensa nacional, como faz todo ano, apresentou em detalhes os resultados da PNAD. O Globo, por exemplo, num texto com a tarja de opinião, afirmou que “repleta de informações positivas, a última PNAD não deixa de relembrar os governantes de compromissos com o futuro”.
Perfeito o diagnóstico, posto que o retrato do Brasil também revela os imensos problemas e desafios ainda a serem vencidos.
Nós, Senadores e Senadoras, estamos entre os responsáveis tanto pelos bons resultados quanto pela construção de um futuro mais seguro e digno para a cidadania brasileira.
Somos responsáveis pelos bons resultados porquanto aprovamos aqui nesta Casa a medida provisória que criou o bolsa-família, aprovamos os reajustes do salário-mínimo, as medidas que incrementaram o crédito e aqueceram a demanda, as várias desonerações tributárias que devolveram à sociedade R$ 36 bilhões, os incentivos às exportações e tantas outros projetos de lei.
Várias destas proposições contaram com votos da oposição e, muitas vezes, com contribuições de mérito muito significativas.
Não me custa nada, ao contrário é mesmo o meu dever, lembrar contribuições mais pretéritas tais como a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal e a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.
Agora, precisamos cuidar com muito carinho do futuro. Os indicadores disponíveis sobre a evolução econômica do ano corrente nos permitem prever que os dados da PNAD que serão divulgados no ano que vem mostrarão novos avanços.
Mas, Srªs e Srs. Senadores, não estou preocupado apenas com os dados da PNAD de 2007. Antes de tudo, como líder do Governo, quero fortalecer um entendimento programático capaz de aproveitar o momento propício dos fundamentos econômicos do Brasil, para um desenvolvimento sustentado a longo prazo. O mundo olha para a nossa economia com entusiasmo e esperança. Há uma clara tendência pelo crescimento econômico, pela distribuição de renda e pelas melhorias dos nossos fundamentos sociais.
Não podemos perder tempo nem gerar insegurança. Precisamos efetivar uma reforma tributária, garantir os investimentos públicos necessários ao desenvolvimento e garantir a estabilidade necessária aos investimentos privados.
Não se pode imaginar que um entendimento em favor do Brasil, considerando a vontade expressa nas urnas, irá borrar as diferenças políticas e programáticas que existem e existirão sempre numa democracia. Falo com a autoridade de quem batalhou muito para assegurar o aumento dos Fundos de Participação de Estados e Municípios (FPE e FPM), independente de ser oposição e criticar a gestão do Governo do meu Estado, Roraima. Continuarei fiscalizando e criticando com toda a veemência, pois percebo que ali, considerando os recursos federais que temos assegurado, tem havido perdas de oportunidades lamentáveis. Mas jamais votaria contra o meu Estado.
Estou certo de que o Senado Federal não se embrenhará numa disputa menor. Iluminados pelos números que demonstram uma evolução positiva mas ainda menor do que as necessidades do nosso povo, confio em que o Senado Federal saberá fazer a boa discussão e contribuir para o desenvolvimento do Brasil.
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.