Discurso durante a 159ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anuncia o início, hoje, de um dos eventos mais importantes para as populações tradicionais da Amazônia, o Segundo Encontro Nacional dos Povos da Floresta.

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Anuncia o início, hoje, de um dos eventos mais importantes para as populações tradicionais da Amazônia, o Segundo Encontro Nacional dos Povos da Floresta.
Publicação
Publicação no DSF de 19/09/2007 - Página 32036
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • IMPORTANCIA, REALIZAÇÃO, ENCONTRO, AMBITO NACIONAL, POVO, FLORESTA, RESULTADO, UNIÃO, INDIO, SERINGUEIRO, DEFESA, PRESERVAÇÃO, FLORESTA AMAZONICA, HOMENAGEM, CHICO MENDES, LIDER, SINDICATO RURAL, LUTA, ECOLOGIA.

     O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, começa hoje um dos eventos mais importantes para as populações tradicionais da Amazônia; trata-se do 2º Encontro Nacional dos Povos da Floresta. O Encontro é fruto de uma aliança entre povos indígenas e seringueiros, que compreenderam a importância de somar esforços em defesa da preservação da floresta amazônica, sobretudo para as gerações futuras. A Aliança dos Povos da Floresta nasceu há quase 20 anos, em 1987, no Estado do Acre, idealizada por Chico Mendes, por lideranças indígenas e pelo movimento dos seringueiros.

     O Encontro fará uma homenagem justa a Chico Mendes. Ganhador do prêmio Global 500, em 1987, da Sociedade para um Mundo Melhor (Estados Unidos), Chico Mendes levou a contribuição do povo brasileiro ao conhecimento da humanidade. Ele mostrou, em importantes fóruns internacionais, que os povos da floresta ofereciam ao mundo as chaves de um novo relacionamento entre o homem e a natureza. Tornou-se interlocutor de governos, instituições civis, líderes políticos, cientistas. Ajudou a colocar o Brasil no centro de um debate internacional que culminaria com a realização da Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, no ano de 1992.

     É de fundamental importância que os jovens de hoje saibam que o trabalho desenvolvido pelos povos da floresta, com os “empates”, uma espécie de união para impedir a derrubada da floresta, passou a simbolizar não somente a denúncia de agressões ao meio ambiente, mas a luta por um projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Os seringueiros foram os primeiros, no Brasil, a combinar as reivindicações sociais do sindicalismo com a luta pela preservação do meio ambiente. Dessa combinação nasceu a idéia das Reservas Extrativistas - unidades de desenvolvimento econômico ambiental e social - onde se integram a cidadania e a natureza.

     Este lembrete, Sr. Presidente, é também uma homenagem, porque entendo que o nosso País, apesar de vários avanços, está ainda em dívida com os povos da floresta. Penso que é nosso dever e das instituições democráticas afirmar, sem hesitações, a importância da contribuição dada ao Brasil e ao mundo por eles. Este 2º Encontro Nacional dos Povos da Floresta é a real demonstração de que, 18 anos depois do 1º Encontro, mantivemos vivos os ideais e a perseverança dos povos da floresta.

     Ressalto, ainda, o trabalho do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), que retoma a Aliança dos Povos da Floresta e sua caminhada histórica conjuntamente com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS).

Portanto, no momento em que se reúnem milhares de participantes nesse evento, com a participação do Presidente Lula e da Ministra Marina Silva, saúdo e lembro a tão importante organização dos povos moradores da Amazônia brasileira.

   Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/09/2007 - Página 32036