Discurso durante a 175ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da participação de S.Exa. na abertura do septuagésimo nono Encontro Nacional da Indústria da Construção Civil, ocorrida no último dia 3 do corrente, ocasião em que foi assinado um acordo entre a Câmara Brasileira da Indústria de Construção, o Ministério do Desenvolvimento Social e o Sesi, para permitir a capacitação de pessoas beneficiárias do Bolsa-Família para aproveitamento nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento. (como Líder)

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIO ECONOMICA.:
  • Registro da participação de S.Exa. na abertura do septuagésimo nono Encontro Nacional da Indústria da Construção Civil, ocorrida no último dia 3 do corrente, ocasião em que foi assinado um acordo entre a Câmara Brasileira da Indústria de Construção, o Ministério do Desenvolvimento Social e o Sesi, para permitir a capacitação de pessoas beneficiárias do Bolsa-Família para aproveitamento nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento. (como Líder)
Aparteantes
Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/2007 - Página 34598
Assunto
Outros > POLITICA SOCIO ECONOMICA.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ENCONTRO, CONSTRUÇÃO CIVIL, OPORTUNIDADE, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CAMARA TECNICA, INDUSTRIA, CONSTRUÇÃO.
  • COMENTARIO, ASSINATURA, ACORDO, CAMARA TECNICA, INDUSTRIA, CONSTRUÇÃO CIVIL, PARCERIA, MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE A FOME, SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI), TREINAMENTO, BENEFICIARIO, PROGRAMA, BOLSA FAMILIA, APROVEITAMENTO, OBRA CIVIL, PROGRAMA NACIONAL, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO, ECONOMIA, IMPORTANCIA, INICIATIVA, REDUÇÃO, PROBLEMA, FALTA, MÃO DE OBRA, POLITICA DE EMPREGO.
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, IMPORTANCIA, PARTICIPAÇÃO, CONSTRUÇÃO CIVIL, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), BRASIL, ANALISE, CRESCIMENTO, COMPARAÇÃO, ANO, ANTERIORIDADE.
  • DEFESA, EMPENHO, GOVERNO FEDERAL, AUMENTO, RENDA, PODER AQUISITIVO, POPULAÇÃO, MELHORIA, COMERCIO, CONSTRUÇÃO CIVIL.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente Paulo Paim, que preside a sessão, e demais Senadoras e Senadores aqui presentes nesta sessão de terça-feira, eu gostaria de comunicar minha participação em um importante evento acontecido no dia 3 de outubro, juntamente com o Presidente Lula e vários ministros, que foi a abertura do 79º Encontro Nacional da Indústria da Construção Civil, que comemorou os 50 anos da Câmara Brasileira da Indústria da Construção no nosso País.

O evento contou com a presença dos principais expoentes da indústria da construção do Brasil, num auditório lotado. O Senador Adelmir Santana estava lá e também é testemunha do forte e profundo reconhecimento do setor empresarial da construção civil quanto a inúmeras medidas que foram adotadas, ao longo desses quatro anos e meio, pelo Governo Lula, que provocou uma mudança profunda no setor, que está tendo um grande desenvolvimento, tanto na parte da indústria quanto na do comércio e dos empreendimentos que a construção civil, como um todo, vem tendo em todo o nosso País.

Na abertura desse encontro, além da premiação dos vencedores do Prêmio CBIC de Responsabilidade Social, foi assinado um importante acordo entre a Câmara Brasileira da Industria de Construção, o Ministério do Desenvolvimento Social e o Sesi, Serviço Social da Indústria, para permitir a capacitação de pessoas beneficiárias do Bolsa-Família para que elas possam ser aproveitadas nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento.

É, portanto, Senador Paulo Paim, uma medida extremamente importante, porque está faltando mão-de-obra. Todos os empresários dizem que falta engenheiro, falta azulejista, falta pedreiro, falta todo e qualquer profissional da área da construção civil, e nós temos obras do Programa de Aceleração do Crescimento que estão demandando. Portanto, capacitar pessoas para serem empregadas nessas obras é de muita importância e o acordo assinado entre a Câmara, o Ministério do Desenvolvimento Social e o Sesi vai permitir capacitar e aproveitar as pessoas nessas obras, já se transformando naquilo que todos nós desejamos, que é a porta de saída para o Programa Bolsa-Família, ou seja, redistribui-se a renda, dá-se oportunidade e cria-se condição para a pessoa poder, pelo trabalho e pelo emprego, superar a condição de inseguridade social.

Os dados da construção civil são contundentes e quero apresentar alguns.

O macrossetor da construção civil participa com 18,4% do PIB nacional. São, aproximadamente, R$287 bilhões. Ele contribui com 68,4% dos investimentos no País, gera 12 milhões de empregos na economia, participa com 14,7% do total dos salários pagos na economia brasileira e possui um baixo coeficiente de importação. Portanto, é um setor econômico para o qual praticamente tudo é gerado no Brasil. Importamos pouquíssimas coisas para que a indústria e o comércio da construção civil se desenvolva. Tem gente que tem dificuldade de entender, que não quer ou não gosta de entender a evolução do nosso País nos últimos anos, mas os dados são contundentes, Senador Eduardo Suplicy e Senador Paulo Paim.

De 1991 até 2004, o setor da construção civil, o PIB da construção civil não chegou, em média, a 1%. Nesse período, tivemos o PIB do País, em média, de 2,6% ou 2,8% e a construção civil não chegava sequer a um terço do PIB nacional. Em 2005, o PIB da construção civil foi de 1,3%. Em 2006, o PIB da construção civil chegou a 6%. Portanto, após quase três décadas abaixo do PIB nacional, a quase um terço do PIB nacional, a construção civil está se igualando ao PIB do País e com perspectivas concretas de superar o PIB brasileiro. Portanto, esses dados da construção civil são extremamente positivos, principalmente por ser um setor que tem capilaridade e está colocado em todo o País.

Passei a ter uma relação muito próxima com o setor quando demandada pelos empresários e comerciantes da construção civil no meu Estado. Nós trouxemos para o Governo - na época ainda era o Ministro Furlan - a proposta da cesta básica do material de construção, ou seja, da desoneração dos materiais de construção utilizados em maior escala principalmente pela população de mais baixa renda. Nós passamos a ter uma relação muito próxima com esse setor, mantenho permanentemente contato com esse setor.

Fui muito bem recebida, foi uma grande honra para mim participar da solenidade e da abertura juntamente com os Ministros e o Presidente Lula. E o Cláudio, que é o presidente da Anamaco, a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, deu-me dados contundentes.

Por exemplo: nós estamos com uma crise de cimento, está faltando cimento. Inclusive, o Presidente Lula esteve no meu Estado sexta-feira e anunciou investimentos para a criação de mais cinco fábricas de cimento em nosso País, pois é uma situação de emergência, nós precisamos de cimento. Não é à toa que está sendo necessário ampliar a produção de cimento. A Votorantim, que tinha há bem pouco tempo uma média de dez mil pedidos/dia, está atualmente com quase trinta mil pedidos/dia: 28 mil pedidos/dia é a média de pedidos que a Votorantim recebe hoje, portanto, três vezes a demanda que tinha há menos de um ano.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Permite-me V. Exª um aparte?

A SRª. IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Rapidamente, Senador Eduardo Suplicy.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Repito que, neste momento, não é permitido aparte, a não ser que a Senadora Ideli Salvatti queira abrir mão de seu tempo.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Sei que o Senador Eduardo Suplicy será muito objetivo.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª faz bem de aqui assinalar, Senadora Ideli Salvatti, que as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto do setor da construção civil, em 2004, 2005, 2006 e neste ano, vêm sendo superiores à taxa de crescimento do PIB nacional: conforme esses últimos dados indicam, são superiores a 6%, 7%. É interessante observar que, com esse aumento da demanda muito significativo mencionado por V. Exª em relação aos materiais de construção, inclusive o cimento, foi feita a análise de que poderia estar havendo um aumento de preços por causa da eventual dificuldade de competição no sistema. Por outro lado, esse crescimento mais acentuado, sentido pela Votorantim e por todos os demais segmentos, está contribuindo para que o setor amplie o número de empresas, tornando-se, portanto, mais competitivo. Isso é algo bastante saudável para a economia brasileira.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Agradeço, Senador Eduardo Suplicy.

Ainda queria completar com um dado fundamental que o presidente da Anamaco, Cláudio Conz, me repassou na solenidade. É que, além dos investimentos em infra-estrutura que o Governo Federal vem fazendo por meio do PAC e da ampliação da oferta de moradia possibilitada pelo aumento do crédito e por toda uma série de mudanças na legislação que permitiram que o setor imobiliário brasileiro deslanchasse, nós temos ainda um outro fator muito animador, Senador Paulo Paim. Trata-se daquilo que o sistema do comércio da construção civil chama de “formiguinha”, que é a pessoa que, por ter melhorado a sua renda, por ter conseguido emprego, faz a compra do material de construção para, ela mesma, fazer a pequena reforma ou ampliação de sua casa.

O Cláudio, da Anamaco, me colocou que, atualmente, 70% do comércio varejista de materiais de construção civil é sustentado por esse efeito “formiguinha”, pela pessoa que faz a compra para ela mesma executar a reforma ou a ampliação de sua residência. Isso só foi possível pelo aumento da renda e do emprego de grandes parcelas da população.

Eu gostaria de terminar o meu pronunciamento, Senador Paulo Paim, lamentando o que acho que foi uma falha de comunicação. É que o ex-Senador Paulo Octávio, que estava presente na solenidade na condição de representante do Governo do Distrito Federal, mas também por ser um expoente da construção civil, fez um belíssimo discurso na solenidade de abertura. Pedi esse discurso para poder aqui registrar alguns dos trechos que considerei mais significativos. O Senador Paulo Octávio, como Governador - ele estava no exercício do Governo do Distrito Federal - e como representante do setor dos construtores civis de nosso País, fez um discurso naquela linha da qual, às vezes, a oposição não gosta muito, daquele tipo: “Nunca antes neste País...”.

O ex-Senador Paulo Octávio, Vice-Governador do Distrito Federal, fez um discurso nessa linha, colocando que havia várias décadas que a construção civil não vivia um momento tão exuberante, tão promissor e tão benéfico para si - na indústria e no comércio - mas principalmente benéfico para a população brasileira. Solicitei esse discurso para que pudesse lê-lo aqui, mas ainda não o recebi. Faço questão, assim que eu o receber, de retornar à tribuna para deixar registrado o reconhecimento público, feito por um Governador dos Democratas, das políticas adotadas pelo Presidente Lula para o setor da construção civil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/2007 - Página 34598