Discurso durante a 177ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização do Círio de Nazaré, a partir do próximo dia 14. Críticas à elevada carga tributária no País.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SENADO. TRIBUTOS. :
  • Registro da realização do Círio de Nazaré, a partir do próximo dia 14. Críticas à elevada carga tributária no País.
Aparteantes
Gilvam Borges, Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2007 - Página 34780
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SENADO. TRIBUTOS.
Indexação
  • PROXIMIDADE, DATA, FESTA, SANTO PADROEIRO, ESTADO DO PARA (PA), PREVISÃO, SUPERIORIDADE, PARTICIPAÇÃO, POPULAÇÃO, IMPORTANCIA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, RELIGIÃO, IGREJA CATOLICA.
  • DEBATE, NECESSIDADE, ATENÇÃO, SENADOR, OPINIÃO PUBLICA, REFERENCIA, DENUNCIA, PRESIDENTE, SENADO, SUGESTÃO, ORADOR, LICENÇA, AFASTAMENTO.
  • REITERAÇÃO, DADOS, SUPERIORIDADE, CORRUPÇÃO, GASTOS PUBLICOS, GOVERNO FEDERAL, AUMENTO, TRIBUTAÇÃO, TENTATIVA, REDUÇÃO.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, MANIPULAÇÃO, VOTAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, APROVAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF), FALTA, COMPROMISSO, DEPUTADOS, INTERESSE NACIONAL.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Pela ordem, sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiro quero aproveitar esta oportunidade, na tarde de hoje, para desejar a todos os meus irmãos paraenses um bom Círio de Nazaré.

No dia 14 deste mês, na próxima semana, portanto, meu querido Mão Santa, nós estaremos fazendo, como ocorre todos os anos, a homenagem a nossa padroeira, Nossa Senhora de Nazaré. Mais de um milhão de pessoas irão às ruas prestar a sua homenagem à Santa milagrosa. Tenho certeza de que este ano nós teremos um Círio histórico; com número recorde de pessoas nas ruas, pagando milagres, pedindo à Santa proteção. Nossa Senhora de Nazaré tem mostrado que ama os paraenses e tem feito muitos milagres naquela terra querida. O Círio é indescritível. A festa é linda e maravilhosa. É uma explosão de fé. Convido todos os brasileiros e desejo um bom Círio a todos os meus irmãos paraenses.

Presidente, onde está o Senador Gilvam Borges? Senador Gilvam Borges, onde está V. Exª? Senador Gilvam Borges, V. Exª disse uma frase muito bonita e verdadeira. Eu vou repeti-la. V. Exª me permite repetir a sua frase? Responda com a cabeça.

O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - Eu não posso consentir, senão V. Exª vai se aproveitar.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Eu vou me aproveitar? Não pode consentir?

O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - Eu vou consentir a V. Exª, mas vou dizer a primeira frase e a segunda.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - V. Exª disse: “Até o diabo, Senador Mário Couto, tem seguidores.” É verdade. É verdade, Senador: até o diabo tem seguidores.

V. Exª disse que recebe correspondência e que separa as que lhe interessa e as que não lhe interessa. No meu modo de ver, está cometendo um erro. Eu leio todas e respondo a todas, porque sou consciente de que triste é o político que não aceita críticas. Então, como político, eu as aceito. Por que não? Triste o político que não assimila as críticas, Sr. Presidente. Eu aceito.

Quanto a esse caso do nosso Presidente, eu posso assegurar-lhe que V. Exª está lendo poucas correspondências, porque eu não acredito, Senador Gilvam Borges....

Eu vou lhe dar o aparte.

O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - Em seguida, quando julgar conveniente. Estou lhe pedindo um aparte...

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Calma! Calma! Calma! Vou lhe dar. Não se afobe. V. Exª é tranqüilo. Além de ser tranqüilo, V. Exª deve se lembrar de que eu fiquei tão tranqüilo ali; me escute!

Quero ser rápido, porque tenho muita coisa para dizer hoje. Quero ser rápido. V. Exª é tranqüilo...

Quando cheguei aqui, eu me aborreci comigo mesmo. Sabe, Mão Santa, eu me aborreci comigo mesmo.

Puxa vida, rapaz! Bem que a minha mulher me deu um conselho, na minha casa. Minha mulher chegou e me disse: “Você não vai gastar muito com as suas roupas para ir lá para o Senado.” Mas, minha mulher, lá o pessoal se veste bem. Tenho de comprar paletó, sapato. Quando cheguei aqui e vi a sua tranqüilidade, com chinelo, todo à vontade, voltei e disse à minha mulher: você tem razão, minha mulher!

Como é o nome da sua esposa, Mão Santa?

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Adalgisa.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Adalgisinha, a minha é Solangezinha. A Solangezinha chegou e disse: “Mas, rapaz, vai gastar dinheiro com sapato?” Eu disse: Rapaz, agora me arrependi mesmo. Porque V. Exª usa chinelo e não faz calo, tranqüilo, eu o admiro, Senador, e eu fui gastar. Estou pagando R$512,00 por mês de roupa. Eu vejo o Wellington Salgado, com cabelão, nem penteia. Eu fico a pensar: para que eu fui gastar dinheiro? Tem gente que não penteia nem o cabelo, outro vai com chinelo. Minha Santa Filomena, Senador!

Mas, tudo bem, morreu o assunto. Pronto! Acabou o assunto. Em outra ocasião a gente discute. O Caso Renan para mim está liquidado. Vai ter que sair mesmo. Se eu fosse ele, dizia para as lideranças agora: “Vou me afastar por quatro meses, vou passar lá em Alagoas quatro meses, depois eu volto e resolvo minha vida”. Isso é o que eu faria, isso é o que a sociedade quer.

Mas está encerrado o assunto. Eu vou para o que mais interessa.

Eu quero hoje, Presidente, aproveitar estes oito minutos que ainda me restam, Senador Mão Santa. V. Exª está me olhando... É verdade, Senador. Mas cada um segue os seus destinos, não é verdade?

Mas eu queria aqui dizer à sociedade brasileira que por várias vezes eu vim a esta tribuna, Senador Jonas Pinheiro, falar sobre gastos do Governo Federal. Eu mostrei nesta tribuna vários conceitos sobre os gastos do Governo Federal. Mostrei as viagens excessivas do Presidente da República. Mostrei que o Presidente da República gasta, por ano, 1,5 bilhão com passagens, andando no Aerolula, viajando para o exterior, visitando Hugo Chávez. Mostrei os gastos do Planalto, a farra que fazem no Planalto; mostrei a farra que fazem nos cartões de crédito do Governo, dinheiro a vista do povo. As festas no Itamaraty. Os cargos comissionados. E já falei tanto da corrupção desenfreada desse Governo, recorde absoluto em toda a história deste País.

Senador Mão Santa, senhores e senhoras, pasmem. Sabem quanto o País paga de corrupção por ano? Paga US$3,5 bilhões. São dados da Fundação Getúlio Vargas, Senador. São US$3,5 bilhões. Senador Mão Santa. Mais gastos, mais corrupção, mais cobrança de impostos. Vou repetir, Senador Mão Santa: mais gastos, mais corrupção, mais cobrança de impostos.

O Governo Fernando Henrique Cardoso vinha diminuindo a carga do tributo sobre a população brasileira. Eu tenho dados aqui. Em 2002, era 31.86 sobre o PIB a carga tributária do Governo Fernando Henrique Cardoso. Em 2003, passou para 31.46. Vinha diminuindo. No Governo Lula, a coisa se inverteu. Em 2003, 33.38; em 2004, 32.22; em 2005, 33.38 - olhem como vem crescendo e muito -; em 2006, 34.23 em cima do PIB, só de imposto.

Quero mostrar à população brasileira, Senadores, que a cobrança de impostos neste País é insuportável. A cobrança de impostos, Senador Jonas Pinheiro, é tão estupidamente excessiva que a população brasileira está esperando por nós, aqui do Senado, para estancar essa cobrança de impostos insuportável em cima da população brasileira.

Senadores, a Câmara dos Deputados aprovou a CPMF. Lógico, não tenho absolutamente nenhuma dúvida - perdi parte do meu tempo questionando com o nobre Senador Gilvam Borges - de que foi por uma imposição do Presidente Lula que fez com que os Deputados Federais, na sua maioria, votassem a favor da CPMF - não todos porque toda regra tem exceção. A coisa está tão escancarada neste País que isto foi público: só dou cargos públicos a vocês e só libero as emendas se vocês votarem a favor da CPMF. Isso foi imposição do Presidente Lula.

Os Deputados que votaram não têm compromisso com a sociedade. São aqueles, Senador Gilvam Borges, que vêm para o Parlamento à procura de troca. São aqueles que vêm para o Parlamento para ser vaquinhas de presépio, para concordarem com tudo que o Presidente da República mandar e, cada vez mais, tornar esta Casa submissa. São raras as exceções, mas elas existem.

Eu tenho aqui um painel. Quero que a TV Senado mostre o quanto o povo brasileiro está pagando hoje de imposto. Gastos no Planalto. O Lula faz a farra de gastos. Corrupção no Governo. E toma a cobrar impostos. E o crescimento é paralelo. Se estamos em 34.5 do PIB, daqui a quatro anos vamos chegar quase à metade do PIB. Esta Nação não está mais produzindo, só está tirando do bolso do brasileiro. Se gasta, sai dinheiro em corrupção - US$3,5 bilhões por ano - e cobra imposto para cobrir, para acompanhar os gastos, para acompanhar os gastos com corrupção. É assim que nós estamos. Eu quero que a TV Senado mostre à população brasileira.

População brasileira, vocês ganham pouco. O Presidente Lula está dizendo que a sociedade brasileira está ganhando bem e que pode pagar mais impostos. São palavras próprias do Presidente da República Federativa do Brasil. Não são minhas as palavras, são dele. Olhe aqui - isto é de hoje, quentinha.

Olhe aqui, o brasileiro já pagou este ano, até este mês de outubro... Pasmem, senhoras e senhores, já está ultrapassando o valor do ano passado. Deixe-me ver se ainda sei fazer a conta, eu até me atrapalho. Ajude-me, Senador Mão Santa! Deixe-me ver se aprendi no primário: unidade, milhar, milhão, bilhão. É isso? Seiscentos e noventa e um bilhões. E o painel já abriu outra casa para trilhões.

Eu queria que a “TV Senado” mostrasse à população brasileira. Nós já vamos entrar na casa dos trilhões. Isso é o que o povo brasileiro está pagando hoje para o Luiz Inácio Lula da Silva gastar. É isso que o povo brasileiro está gastando hoje para o Luiz Inácio Lula da Silva gastar com viagens, com farras, com festas, com corrupção dentro do Governo.

Senador Mão Santa, já vou lhe dar o aparte. V. Exª...

O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB - PR) - Senador Mário Couto, solicito aos aparteantes que sejam sucintos, em função dos demais oradores inscritos.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - É porque V. Exª não estava aqui. Eu lhe devo uma explicação. Talvez V. Exª possa se sensibilizar. Eu sei que V. Exª é um homem sensível.

O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB - PR) - V. Exª sempre me sensibilizou.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - V. Exª é um homem sensível.

Quando comecei a fazer o meu pronunciamento, o Senador Gilvam Borges tomou quase dez minutos do meu tempo. Eu lhe dava algumas explicações, mostrando que ele estava errado em alguns conceitos...

O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - Não foi o contrário, não?

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Então, eu quero pedir...

O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB - PR) - Nós já prorrogamos o tempo de V. Exª.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - ...a V. Exª que me conceda mais cinco minutos, para encerrar.

O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB - PR) - Nós já prorrogamos em cinco minutos. Vamos atendê-lo com a colaboração dos Srs. Senadores que estão aguardando.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Vou encerrar. Mão Santa, vou encerrar e conceder a palavra a V. Exª.

Senador Jonas Pinheiro e Senador Lobão, quando a CPMF foi criada era para ser aplicada na Saúde. Vamos melhorar a saúde brasileira! Tudo bem! O povo brasileiro concordou.

Contribuição provisória... Já se foram onze anos! Onze anos tirando o dinheiro do bolso dos brasileiros! Eh, classe média! Essa não existe mais! Eh, classe média brasileira! Outrora classe média. Essa não existe mais! Onze anos! Onze anos! Mas o brasileiro concordou. É para melhorar a saúde do País. Todos nós precisamos disso. Vamos dar apoio. Vamos dar moral a esse imposto. Pagamos. A população pagou por onze anos, Senador Lobão!

Hoje, só 42% do que é arrecadado com essa contribuição provisória são dedicados à saúde. E ainda querem renovar! A esperança do povo brasileiro é este Senado. Dos países em desenvolvimento, este, o nosso querido Brasil, é o que mais cobra imposto da população. Está acima até dos Estados Unidos da América do Norte. Este ano, chegaremos a R$1 trilhão em pagamento de impostos.

Sabem quanto paga cada brasileiro por dia? Até hoje, até este mês, sabem quanto já pagou cada cidadão brasileiro? Atenção, população deste País! Três mil reais! Cada brasileiro já pagou R$3 mil este ano! Esse é um dado da Fundação Getúlio Vargas.

E há gente a favor de mais impostos. Sabe quem? A começar pelo Presidente Lula, o insaciável Presidente Lula.

Será que esta população vai agüentar? Será que vai suportar?

Com muito prazer, escuto o Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Mário Couto, V. Exª mencionou uma palavra muito importante: esperança. O Senado seria a esperança. Li um livro de Ernest Hemingway, O Velho e o Mar , que diz que a maior estupidez é perder a esperança; que o homem pode ser derrotado, mas ele não nasceu para aceitar derrotas. Pode ser até destruído. Então, a gente faz uma reflexão. E quis Deus que eu estivesse com um livro que cita Thomas Mann, o filósofo: “Uma das situações da vida mais cheias de esperanças é aquela em que estamos tão mal que já não poderíamos estar pior. Será que suportaríamos estar pior do que estamos?” V. Exª é uma esperança. V. Exª, em pouco tempo, demonstrou a esta Casa. V. Exª é um seminarista, chegou outro dia. E aqui não existe cardeal, não, porque a voz de V. Exª está mais forte, está mais verdadeira. A voz de V. Exª é a do povo na insatisfação, é do povo indefeso diante do mar da corrupção, é do povo escorchado pela maior tributação, pela maior cobrança de impostos na história do mundo. É bem maior do que dos norte-americanos. O ICMs lá são dois: um é um 2%, outro é 4% ou 6%; aqui são 18%. Aqui existem 76 impostos. E este Senado só tem uma, não tem duas esperanças, não. Se manquem, Parlamentares! Não tem duas, não! Se não enterrarmos essa CPMF aqui, estaremos desmoralizados, primeiro no Português. Ô Luiz Inácio provisório! Olhe aí, eu sei que você não gosta de ler. Peça a sua Marisa para lhe ajudar. A Adalgisa me ajuda muito. Olhe no dicionário: provisório é provisório! Então, não podemos enganar o povo. E esse é um imposto injusto. Ó, Luiz Inácio, não é 0,38%, não! Esses seus aloprados estão lhe enganando! Se você abrir um pequeno negócio, Mário Couto, vamos supor, tire mil reais do banco, é 0,38%. Daqui a um mês, o banco está cobrando mais 0,38%. Então, é 0,76%. É um imposto que sobrecarrega muito mais os pobres. Ó, Luiz Inácio, o preço do xampu com que a sua encantadora Marisa e a minha Adalgisa embelezam os cabelos - atentai bem - tem com 52,8% de imposto. Brasileiros e brasileiras. Ó, Luiz Inácio, do jeito que você quer a Marisinha com os cabelos limpos, e eu, a minha Adalgisa, deixe os trabalhadores economizarem no xampu e no sabonete: são 52,8%! Enfim, brasileiras e brasileiros... E para o Luiz Inácio me entender: se o xampu ou o sabonete custasse um real, poderia ser comprado por 48 centavos, para tornar cheirosas as mulheres do meu Brasil, que trabalham tanto!

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Senador Mão Santa, e há um detalhe que V. Exª muito bem conhece: quem ganha menos paga mais! É isso que V. Exª acabou de falar.

Pois não, Senador Gilvam Borges, é com muita honra e prazer que escuto V. Exª.

O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - Senador Mário, não entrarei no mérito do discurso de V. Exª, mas quero lhe dizer que me impressiona a indumentária de V. Exª. V. Exª impressiona, na tribuna, não só pela boa retórica e a excelente argumentação dos temas que sempre aborda. Esse seu terno realmente está chamando muita atenção, não é? A gravata, o sapato cromado. Até o lenço, pelo jeito que V. Exª o tirou e passou. Eu, realmente, não uso muito. Tenho dificuldades no traje. Mas quero lhe dizer que V. Exª tem uma excelente plástica. É um excelente Parlamentar e com certeza teremos muitos temas para debater daqui por diante. Então, quero parabenizá-lo pela postura e elegância que realmente nos honra muito. Quero dizer a V. Exª que as considerações sobre o Presidente iremos abordar em seguida. Mas, realmente, as minhas sandálias são empoeiradas e é fino o solado delas, mas são poucos os que conseguem alçá-las. Com certeza absoluta, nosso caminhar são caminhares idênticos. Sempre caminhamos para um mesmo rumo. Parabéns a V. Exª.

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Obrigado. Mas isso são coisas maternas e paternas.

O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PSDB - PR) - Senador Mário Couto?

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Pois não. Estou encerrando. Já vou descer.

Senador, desculpe. Não quis ofendê-lo. Pelo contrário. Vi que V. Exª é uma pessoa tranqüila usando chinela. Senador, o meu pai e a minha mãe me ensinaram...

O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - ...a estar de sapato?

O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Calma, Senador, e me escute. Eles me ensinaram, lá na Ilha do Marajó, que se um dia eu fosse um Senador da República - e Deus quis que fosse - que eu deveria, aqui...

O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - E é cromado o sapato de V. Exª.

 O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Calma, não é só vestir bem. Lógico que isso é natural. Está no Regimento da Casa, certo? Então, é o que procuro, mesmo que o sapato me dê calo. Mas eu não teria, logicamente, coragem de vir com uma chinela. Cada um faz o que quer, Senador.

Então, quero dizer o seguinte, Senador: Isso eu aprendi com meu pai e minha mãe. Além de eu aqui ter a minha postura séria, honrada - não estou dizendo que V. Exª não tenha, estou dizendo que a minha é séria e honrada -, eu aqui estou me portando bem, inicialmente pelos trajes. Desço dessa tribuna, Senador, dizendo que todo dia eu rezo antes de sair de casa e nas minhas orações eu peço: meu Deus, se eu for elogiado, que eu seja sempre elogiado principalmente pelo sexo feminino. Deixa o masculino para depois. Muito obrigado, Senador.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2007 - Página 34780