Discurso durante a 177ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso do trigésimo aniversário do Estado do Mato Grosso do Sul.

Autor
Delcídio do Amaral (PT - Partido dos Trabalhadores/MS)
Nome completo: Delcídio do Amaral Gomez
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SENADO.:
  • Homenagem pelo transcurso do trigésimo aniversário do Estado do Mato Grosso do Sul.
Aparteantes
Magno Malta.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2007 - Página 34856
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SENADO.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), REGISTRO, HISTORIA, GUERRA, IMPORTANCIA, COLONIZAÇÃO, DETALHAMENTO, RIQUEZAS, BIODIVERSIDADE, GRUPO INDIGENA, RECURSOS HIDRICOS, RECURSOS MINERAIS, RECURSOS ENERGETICOS, COMBUSTIVEL ALTERNATIVO, COMENTARIO, INFRAESTRUTURA, FAVORECIMENTO, TRANSPORTE, DIVERSIFICAÇÃO, PRODUÇÃO, ATENDIMENTO, MERCADO INTERNO, MERCADO EXTERNO, ELOGIO, DIVISÃO TERRITORIAL, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
  • CUMPRIMENTO, MAGNO MALTA, SENADOR, MOTIVO, ANULAÇÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), INDICIAMENTO, VINCULAÇÃO, FRAUDE, LICITAÇÃO, AMBULANCIA, REGISTRO, CONFIANÇA, ETICA.

O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Presidente Senador Mão Santa.

Senador Pedro Simon, hoje estou encerrando um dia histórico para mim. Há muito tempo que precisávamos desse silêncio para conversar sobre as coisas do País, para conversar sobre as coisas do Senado Federal com serenidade, com tranqüilidade, sem tensionamento, falando com o coração, falando com carinho, com solidariedade e, acima de tudo, com sinceridade.

Fico muito feliz de estar encerrando hoje esta sessão, Sr. Presidente, agradecendo a paciência de V. Exª e, mais uma vez, esse carinho especial que V. Exª tem por mim, deixando-me falar às 21 horas e 26 minutos de uma quarta-feira, dia 10 de outubro de 2007.

Fizemos aqui quase que uma catarse, pela exegese que fizeram alguns Senadores a respeito dos fatos, dos sentimentos; enfim, de tudo aquilo que tem nos afligido nesses últimos meses. Para mim, foi excepcional; valeu muito este dia de hoje. Precisávamos, nessa tranqüilidade, conversar sobre o Brasil, sobre o futuro e sobre as providências que precisamos tomar para que continuemos caminhando, e caminhando para frente, em busca de um Brasil melhor.

Venho aqui, Sr. Presidente, registrar que amanhã, dia 11 de outubro, é o aniversário do meu Estado, Mato Grosso do Sul. Trinta anos de existência, um dos estados mais novos da Federação. Mato Grosso do Sul tem uma história belíssima, uma cultura importante. A Guerra do Paraguai passou por ali, Senador Pedro Simon. Em Forte Coimbra, na minha cidade, Corumbá, onde está a minha mãe, os guaicurus lutaram com o Exército brasileiro na Guerra do Paraguai, guerreiros valentes, corajosos.

Meu Estado talvez tenha sido o grande indutor, através do rio Paraguai, do desenvolvimento da Região Centro-Oeste brasileira.

Para que V. Exª tenha uma idéia, a agência do Banco do Brasil de Corumbá, minha cidade, Senador Paulo Paim, é de nº 14, mostrando a importância de toda aquela região. Uma terra com história, com cultura, com música. Uma terra dos sul-mato-grossenses, uma terra dos paraguaios, dos bolivianos, que fazem ali fronteira conosco. Uma terra dos gaúchos, como disse muito bem o Senador Pedro Simon. A colonização gaúcha muito nos ajudou a levar aquela cultura do Rio Grande, aquela determinação no trabalho, aquela experiência acumulada. Os paranaenses, os catarinenses, os paulistas, os mineiros, os nordestinos. O Mato Grosso do Sul dos guaranis. Temos a segunda maior população indígena do Brasil - se não me engano, perdemos somente para o Estado do Amazonas. O Mato Grosso do Sul de todos nós - filhos e aqueles que escolheram Mato Grosso do Sul para criar suas famílias, para criar seus filhos, na busca, mais do que nunca, de um futuro melhor.

O Mato Grosso do Sul do Pantanal, uma das maiores reservas de biodiversidade do mundo. Eu, que vivi, meu caro Presidente, Senador Mão Santa, na Amazônia, com todo o respeito que tenho pela Amazônia, Senado Pedro Simon, e por tudo que eu vivi: o Pantanal é uma das coisas mais maravilhosas que existem no mundo, pela sua diversidade, pela sua fauna, pela sua flora e pela coragem da sua gente. O Pantanal, Presidente Mão Santa, não é para qualquer um, não; não é para qualquer um, não! Viver no Pantanal não é fácil, por causa da temperatura, do clima, da umidade, da riqueza da fauna, que, ao mesmo tempo em que é uma riqueza, ela também nos obriga a ter um cuidado especial, por causa dos riscos inerentes às atividades de um homem pantaneiro.

O Mato Grosso do Sul do urucum, do minério de ferro, do manganês; ali, na divisa da Bolívia, próximo a Puerto Suarez. O Mato Grosso do Sul de Bonito, de águas calcárias, cristalinas, onde temos o privilégio de nadar no meio dos peixes, que, ao nosso lado, quase nos dão boas-vindas ou dão boas-vindas a todos aqueles que vão visitar nosso Estado.

O Mato Grosso do Sul do Chapadão, o Mato Grosso do Sul das serras da região norte, o Mato Grosso do Sul dos rios extraordinariamente ricos: rio Paraguai, rio Paraná, rio Correntes, rio Sucuriú. O Mato Grosso do Sul cujas fronteiras, Senador Paim, foram costuradas quase que cirurgicamente pelo Barão do Rio Branco. O Brasil fará justiça a um dos maiores diplomatas que o mundo conheceu e que teve tamanha percepção, ao descobrir que, na região de Corumbá, Senador Simon, toda a fronteira corria como fronteira líquida. Ele, ali, deu um passo: saiu da fronteira líquida e entrou pela fronteira seca, porque existiam jazidas minerais naquela região.

O Mato Grosso do Sul, que faz divisa com Estados importantes da Federação: com Minas Gerais, com São Paulo, com Paraná. O Mato Grosso do Sul, que, antes, Senador Mão Santa, era um Estado - há muito pouco tempo - somente ligado à bovinocultura e à soja, conquistas inegáveis a partir da tecnologia da engenharia genética, mas que não poderiam jamais prevalecer ao longo da história do nosso Estado. E o Estado percebe, nitidamente, em função da sua posição estratégica, no coração da América do Sul, seu papel fundamental como catalisador do desenvolvimento do nosso Continente e da Região Centro-Oeste.

O Mato Grosso do Sul que fez valer a Ata de Roboré, de décadas e décadas atrás, que aludia a um sonho chamado gás natural; e que, hoje, gera riqueza e atravessa nosso Estado.

O Mato Grosso do Sul não só dos rios, mas das ferrovias; uma das ferrovias mais emblemáticas do País, a antiga Noroeste do Brasil, que nos permitia, meu caro Senador Mão Santa, chegar até a cidade de Santa Cruz, na Bolívia. Meu pai teve a honra de comandar a construção do trecho que liga Puerto Suarez a Santa Cruz.

O Mato Grosso do Sul das BRs: da BR-163, da BR-262, da BR-267, e o Mato Grosso do Sul, Sr. Presidente, agora, da diversificação econômica, associada a esse esforço na sua infra-estrutura. O Mato Grosso do Sul, hoje, produz milho na safrinha, produzi algodão e compete no mercado internacional com altíssima tecnologia, inclusive com a introdução do algodão transgênico, sobre o qual discutimos intensamente no Senado Federal.

O Mato Grosso do Sul dos biocombustíves, do biodiesel, do etanol. O Mato Grosso do Sul da energia renovável, por meio do bagaço de cana. Um Estado que se consolida, meu caro Presidente, Senador Mão Santa, no turismo: no turismo de eventos, no turismo contemplativo, que é o turismo que mais gera empregos no mundo.

Meu caro Presidente, Senador Mão Santa, estamos no limiar de um novo tempo para nosso Estado. Dividiram o antigo Mato Grosso, o Mato Grosso de Antônio João, de Camisão, do próprio Rondon. Tenho o privilégio de ter, na minha fazenda, a linha de telégrafos que atravessava o Pantanal e chegava até o Forte Coimbra, construída pelo General Rondon. Um grande brasileiro, um homem que adentrou toda a Região Centro-Oeste e que teve respeito e carinho especial por todas as populações que lá viviam.

Hoje, caro Senador Mão Santa, estamos na véspera dos 30 anos do nosso Estado, Mato Grosso do Sul, que patinou, durante bons anos, exatamente porque era governado ou dirigido por algumas pessoas que não entendiam o sinal dos tempos, que acreditavam que nosso Estado era um simples fazendão, um Estado no qual prevaleceria, mais do que nunca, no futuro, o bucolismo; um Estado contemplativo.

Graças a Deus, viramos uma página nessa história. E estamos comemorando, Sr. Presidente, o aniversário de 30 anos de Mato Grosso do Sul com pompa e circunstância, com orgulho do Estado que estamos construindo a duras penas, com todas as dificuldades que enfrentamos.

Portanto, Sr. Presidente, quero aqui, mais do que nunca, dizer da alegria e da honra que Deus me deu de nascer em Corumbá, no Estado de Mato Grosso do Sul. E espero que, com dignidade, com trabalho, com honestidade e com perseverança, venhamos, efetivamente, a partir de agora e a partir dos passos que foram dados há poucos anos, a preparar e a consolidar um Estado pujante, um Estado que nasceu para ser rico, um Estado que nasceu para produzir, com uma gente hospitaleira, com uma gente dedicada e com uma gente que, acima de tudo, respeita sua história, porque quem não respeita sua história e sua cultura não tem direito a ter futuro.

O Sr. Magno Malta (Bloco/PR - ES) - Eu acredito que, por tanto conhecimento desse Estado, por ter o coração nesse Estado, seu torrão natal, seu pedaço, seu quinhão, Deus o escolheu para governá-lo.

O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT - MS) - Que Deus ouça V. Exª, meu caríssimo Senador Magno Malta! Quero agradecer a intervenção de V. Exª, que conhece bem, assim como o Senador Pedro Simon, o nosso Estado. V. Exª esteve conosco lá, andando pelos vários Municípios e conferindo a sua liderança e o respeito que a população do meu Estado tem por V. Exª, assim como tem, especialmente, pelo Senador Pedro Simon.

Espero, Sr. Presidente, que Deus ilumine os nossos caminhos e abençoe o nosso futuro, para que consolidemos um Mato Grosso do Sul solidário. Falamos muito, aqui, de solidariedade...

O Sr. Magno Malta (Bloco/PR - ES) - Senador Delcídio, permite-me V. Exª um aparte?

O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT - MS) - Pois não, Senador Magno Malta.

O Sr. Magno Malta (Bloco/PR - ES) - V. Exª falou que conheço o seu Estado. Realmente, aqueles quilômetros de fronteira aberta com os nossos vizinhos, que fazem do nosso País um entreposto para o tráfico internacional, o qual maltrata tanto a juventude brasileira e as famílias, não somente de Mato Grosso, mas do País inteiro. Há uma luta constante das famílias que vivem na fronteira e um esforço do povo de Mato Grosso, que deveria ser olhado com mais carinho pelo Governo Federal na guarda das fronteiras. Um milagre é feito pela Polícia Federal, que sempre elogiei, naquela fronteira. Conheço bem a região devido à CPI do Narcotráfico - acredito que foi a isso que V. Exª se referiu -, quando ali estive para levar a minha contribuição e colaboração ao Estado, de uma forma definitiva. Pois bem, neste meu aparte, digo a V. Exª que, por causa dessa CPI, estou pagando um preço muito alto. Pelo fato de ter mapeado o crime neste País, tenho sido, de forma acintosa, muitas vezes atingido por aqueles em cujos interesses eu mexi, na CPI do Narcotráfico, alguns deles do seu Estado. Recebo suas palavras, agora, com muita alegria, e compartilho este aparte com V. Exª, até porque sei que a senhora sua mãe nos está assistindo, uma pessoa por quem tenho profundo amor. A nossa amizade é de irmão, e quisera Deus eu tivesse um cabelo como o seu.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Magno Malta, lembro-me do nome de Dadá, sua mãe, e do nome da mãe do Senador Delcídio, também: Roseli Amaral.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES) - Roseli Amaral, que nos está assistindo, essa figura tremenda, que me manda cartão, poema, DVD do Mato Grosso e a quem devo uma visita. Nós nos amamos de longe, e o Senador Delcídio é o correio dessa amizade tão sadia. Quero compartilhar este momento com ela, porque a minha mãe, Dadá, viva não mais está, e com o povo do Espírito Santo. Hoje, dia 10 de outubro - faço aniversário no dia 16 -, o STF determinou a anulação de indiciamento do Senador Magno Malta. Senador Delcídio, este País me conhece, o meu Estado me conhece e sabe que sou um homem incapaz de indignidades. Fui acintosamente atingido. A nota diz: “O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria e de acordo com o voto do vice-presidente da Corte, Ministro Gilmar Mendes, decidiu que a Polícia Federal não tem competência para indiciar, sem autorização do STF ou pedido do Procurador-Geral da República, os detentores da prerrogativa (...) A decisão se deu no julgamento da questão de ordem levantada pelo Ministro Gilmar Mendes no Inquérito (INQ) 2411, que investiga a participação de parlamentares na fraude de ambulâncias, a chamada Operação Sanguessuga (...)” - que desconheço, nunca vi e da qual nunca participei. As minhas mãos continuam limpas, como limpas sempre foram. O Ministro questionou a validade do indiciamento do Senador Magno Malta por iniciativa da Polícia Federal, sem autorização do Supremo. O voto-vista do Ministro Gilmar Mendes foi acompanhado pela maioria. Então, este é um dia festivo para a minha alma e para a minha família, que tanto sofreu, mas a luta continua, vai continuar, porque reafirmo, neste microfone, que, no País, o que tenho feito é praticar dignidade, ética, serenidade e princípio. No entanto, nenhum de nós, que participamos da vida pública, está livre. Eu perguntava, hoje à tarde: quem tem medo do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar? Eu não tenho, porque me conheço, sei quem eu sou. Sei que se V Exª, amanhã, lá for jogado, não temerá. Estamos sujeitos a qualquer desafeto, em qualquer Estado, a alguém que morra envenenado de inveja por querer ser como nós. O invejoso é aquele que gostaria de ser como você e não conseguiu, gostaria de estar no seu lugar e não está. Para ele, o caminho mais fácil é atingi-lo. Se, por qualquer publicidade de jornal, aqui for feita uma representação à Mesa, essa é obrigada a enviá-la para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e o sujeito já vira criminoso no seu Estado. O processo é dolorido, uma vez que a política brasileira foi criminalizada. Eu quero incentivá-lo a persistir no seu ideal. V. Exª é predestinado para governar o seu Estado, não sei se hoje ou se amanhã. Todos sabem disso e conhecem o seu preparo, o seu conteúdo, a sua qualidade. O povo do seu Estado vê e enxerga isso, e o seu momento, certamente, chegará. Não estou rasgando seda para V. Exª, porque não preciso, e V. Exª também não precisa que eu o faça. Trata-se da sua própria história de homem preparado, de homem que já prestou seu serviço ao País, não somente ao seu Mato Grosso. Quem não conhece o seu preparo na área energética do País? Quem não sabe quem é Delcídio Amaral? Certamente, o seu Estado será muito bem servido. Quero apenas propor algo a V. Exª. Se não o fizerem, se o Governo Federal não o fizer - e eu o propus -, sugiro que V. Exª, ao governar o seu Estado, chame os Governadores da Amazônia, de Mato Grosso, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Espírito Santo, o meu Estado, e de Minas Gerais e proponha um orçamento comum, chamado orçamento de fronteira, para que esse dinheiro, em vez de ser gasto nos Estados com força-tarefa quando se queimam ônibus, seja mandado para a fronteira. Com esse orçamento de fronteira, participativo, poderemos coibir o crime na entrada, o que será muito mais barato e, sim, um investimento. Comprar arma quando o crime já está instalado e carros para a polícia, dentro do fogo cruzado, é gasto. O que eu proponho é um investimento para os dois Mato Grossos, para os Estados da Amazônia, para o Rio de Janeiro, para São Paulo, para Minas Gerais e para o meu querido Estado do Espírito Santo. V Exª tem capacidade de comandar um processo como esse. Eu estive com o Diretor-Geral da Polícia Federal, que é o criador da força-tarefa, e lhe expus esse raciocínio. Seus olhos brilharam. Apenas com um gesto do Governo Federal, convocando os Governadores, o Brasil receberia isso rapidamente de presente. No entanto, se isso não acontecer, por favor, faça-o pelo meu pequeno Estado do Espírito Santo, e comande esse processo a partir do Estado de Mato Grosso. V. Exª tem capacidade de fazer essa arregimentação para dar esse presente ao Brasil, porque, fatalmente, V. Exª será Governador do seu Estado.

O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT - MS) - Amém. Muito obrigado, Senador Magno Malta. Quero registrar que acompanhei V. Exª por todo esse período em que, injustamente, foi envolvido em um escândalo, depois conhecido nacionalmente, ligado a licitações de ambulâncias. Nunca duvidei do posicionamento público de V. Exª, da sua retidão de caráter e da sua postura. Hoje, Deus está, mais uma vez, confirmando, por intermédio do STF, tudo aquilo que esperávamos, mas sei o que V. Exª deve ter sofrido. Sei o que V. Exª deve ter sofrido.

Hoje, ouvi o Senador Pedro Simon, que tem uma biografia extraordinária, justificando, talvez por estar tão magoado ou triste com aquilo que viu. Agora, V. Exª nos fala do julgamento do STF.

Tenha certeza absoluta, meu caro Senador Magno Malta, que ninguém, nesta Casa, tinha qualquer dúvida com relação a V. Exª, homem que trabalha, determinado, homem de bem, homem sério. Infelizmente, nós, homens públicos, estamos sujeitos a isso, até em função do clima em que se vive hoje, lamentavelmente. Às vezes, uma biografia que é construída durante 25, 30 ou 40 anos, talvez por um texto mal redigido ou mal-intencionado, acaba, eventualmente, derrubando por terra todo um cenário de realizações.

É difícil viver assim? É, mas o País está melhorando, o senso crítico das pessoas e o nível de exigência de cada homem público crescem dia a dia. Vejo de maneira positiva o que vem por aí, apesar do nosso sofrimento, que não é pequeno. De todos nós, acredito. Todos enfrentamos situações, se não parecidas, assemelhadas.

Sr. Presidente, ao concluir - nesta sessão história, inegavelmente -, desejo a toda a população do meu Estado que Deus ilumine e abençoe as famílias sul-mato-grossenses, as famílias de todos aqueles que nos ajudaram a construir o Mato Grosso do Sul, e que, se lá não nasceram, escolheram Mato Grosso do Sul para viver.

Vou, mais do que nunca, orar, trabalhar, marchar junto com meu povo para que Mato Grosso do Sul seja aquele Estado que todos nós sempre esperamos, e sempre sonhamos: um Estado fraterno, solidário, de gente decente, digna; um Estado que vai construindo seu futuro consolidando cada vez mais a nossa cidadania.

Portanto, Sr. Presidente, mais uma vez, desejo todo sucesso do mundo ao meu Estado, ao meu povo. Parabenizo Mato Grosso do Sul pelos 30 anos de idade e desejo muito sucesso a todos nós, sul-mato-grossenses, nesta grande caminhada rumo ao futuro, rumo ao Estado que todos nós sempre sonhamos e que agora, mais do que nunca, entra em uma nova era, um novo tempo, e, se Deus quiser, vai corresponder a tudo aquilo que sonhamos em algumas décadas em que, infelizmente, perdemos o bonde da história.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Parabéns, Mato Grosso do Sul, pelos seus 30 anos de idade!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2007 - Página 34856