Discurso durante a 176ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

Autor
Flávio Arns (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2007 - Página 34758
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ENTIDADE, AMBITO NACIONAL, ORTOPEDIA, HISTORIA, VALORIZAÇÃO, ESPECIALISTA, MEDICINA, APERFEIÇOAMENTO, EXERCICIO PROFISSIONAL, ELOGIO, ATUAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, CAMPANHA, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, IDOSO, COMBATE, ACIDENTE DE TRANSITO, AUXILIO, VITIMA, PUBLICAÇÃO, PERIODICO.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com forte e sincero entusiasmo que o Senado Federal patrocina, hoje, Sessão Especial em homenagem à Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, que acaba de completar 72 anos de existência. Se não pelas colaborações que tem prestado junto à opinião pública, sua relevância institucional tem assegurado a conquista de um alto nível qualitativo dos profissionais na área, granjeando confiança, respeito e admiração em todo o País.

Como é sabido, a Sociedade foi fundada em 19 de setembro de 1935, resultando da conjugação dos esforços do Prof. Luiz Ignacio Barros Lima, do Dr. Luiz de Resende Puech e do Dr. Achilles Ribeiro de Araújo. Foi idealizada nas dependências do Pavilhão Fernandinho Simonsen, da Santa Casa de São Paulo, que é considerado o berço da ortopedia brasileira. Por justa coincidência, o dia do ortopedista também é comemorado no dia 19 de setembro.

Atualmente, a SBOT, além de congregar os ortopedistas brasileiros, é a entidade oficial que confere aos residentes título de especialista. Trata-se de uma associação científica sem fins econômicos, entidade representativa constituída por número ilimitado de médicos, especializados em Ortopedia e Traumatologia.

Entre suas atribuições, destaca-se a congregação de especialistas na área, prestigiando esse ramo da medicina, defendendo os legítimos direitos dos que o exercem. Antes de tudo, a entidade representa e apresenta sugestões aos poderes públicos, privados e filantrópicos cooperando também com outras instituições congêneres, para a solução das questões profissionais, sociais e educacionais.

Do ponto de vista da garantia profissional do ortopedista, promove a formação de especialistas, provendo condições para atualização permanente, sob a forma de ensino, pesquisa, educação continuada, desenvolvimento cultural e defesa profissional. Por fim, contribui para a elaboração e consecução da política de saúde pública e aperfeiçoamento do sistema médico essencial público e privado.

Sr. Presidente, não por acaso, a SBOT tem sido com freqüência acionada pelas revistas especializadas e a mídia em geral para se pronunciar sobre recomendações à terceira idade e a pessoas com limitações físicas. Segundo o trabalho de seus técnicos, a tais grupos faltam-lhes esclarecimentos metodicamente formatados para a retomada de uma vida mais saudável. Nesse sentido, a SBOT insiste em recomendar-lhes exercícios pelo menos cinco vezes por semana, além de atividades de fortalecimento muscular.

Também para aqueles que porventura foram vítimas de acidentes de trânsito, comprometendo o funcionamento normal das articulações, a SBOT remete-lhes igualmente seu recado. Além de aumentar a força física, a musculação melhora os sintomas de quem tem artrose e, por causar impacto, ajuda a manter a densidade óssea. Outro dia mesmo, o médico Ricardo Cury, da SBOT, recomendava, numa matéria na Folha de S.Paulo, uma orientação específica da entidade para idosos e pessoas com deficiência, com ênfase nos exercícios de flexibilidade e de equilíbrio.

Neste aspecto, em específico, gostaria de destacar a importância do trabalho desenvolvido pelos ortopedistas e traumatologistas brasileiros, cuja orientação às pessoas com deficiência e suas famílias tem sido fundamentais nas situações em que estes mais necessitam de informação e apoio para superar as dificuldades impostas pela deficiência, seja ela de nascença ou adquirida no decorrer da vida.

Sem dúvida, nos últimos anos, houve um processo muito salutar de “popularização” do conhecimento ortopédico, sobretudo com os avanços obtidos nas pesquisas. Em vez de abruptas amputações, hoje os hospitais abrigam verdadeiros bancos de tecidos e ossos, graças aos quais se pode realizar cirurgias reparatórias e regeneradoras jamais imaginadas até pouco tempo.

Por meio de enxertos, é possível substituir próteses de quadril e de joelho e compensar perda óssea no tratamento de tumores. Nas palavras do Presidente da SBOT, Marcos Musafir, trata-se de uma ótima forma de resolver vários problemas que tinham solução parcial ou radical há cerca de dez anos.

E não gratuitamente, a sociedade brasileira está de olho nas inovações. Há pouco se divulgou uma pesquisa sobre a preferência hospitalar dos pacientes em São Paulo. Pela primeira vez, registraram-se hospitais de primeira linha cujo melhor desempenho se deu pela ala ortopédica. Por exemplo, o setor de ortopedia do hospital Oswaldo Cruz obteve sua melhor colocação, com 19% das preferências, seguido de perto por Albert Einstein (16%), Hospital das Clínicas (13%) e Santa Casa (12%).

Sob a ótica do trabalho social, a SBOT tem, invariavelmente, participado do Dia Mundial da Osteoporose, alertando sobre os perigos das quedas na terceira idade. Elas podem levar o paciente a longas internações e, dependendo da área afetada na queda, à morte. As instituições também alertam sobre os perigos da osteoporose, uma das mais importantes doenças associadas ao envelhecimento e que atinge 20 milhões de brasileiros.

Para felicidade dos brasileiros, a SBOT costuma, igualmente, realizar blitzes, palestras e distribuição de materiais informativos sobre a segurança de crianças no trânsito. Em geral, são ações que fazem parte da campanha "Criança Protegida no Carro", anualmente realizadas em diversas capitais, como São Paulo, Porto Alegre, Rio Branco e Teresina, além do Distrito Federal. Isso se justifica porque, segundo a entidade, a utilização de equipamentos como as cadeirinhas reduz em 70% a chance de morte e lesões graves em crianças devido a acidentes no trânsito.

Por outro lado, a Revista Brasileira de Ortopedia Eletrônica é o órgão oficial de divulgação científica da SBOT. Em 1933, Barros Lima criou os Archivos Brasileiros de Ortopedia, substituído em 1939 pela Revista Brasileira de Ortopedia, fundada por Achilles de Araújo. Desde então a Ortopedia Brasileira passou a contar com um periódico científico, com reconhecimento no Brasil e no exterior.

Em resumo, seguindo de perto as palavras de um ex-dirigente da SBOP, para manter a fidelidade de um “contrato médico-social” durante estes tempos turbulentos, os médicos devem reafirmar sua dedicação ativa aos princípios do profissionalismo. À luz de uma ética responsável, tais princípios devem envolver não apenas seu comprometimento pessoal com o bem-estar dos pacientes, mas também um esforço coletivo para melhorar o sistema de saúde para o bem-estar da sociedade.

Para finalizar, Sr. Presidente, reiteramos, uma vez mais, congratulações à Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatismo, na convicção de que o trabalho realizado não tem outro objetivo senão o adensamento do processo humanitarista da medicina. Aos dirigentes atuais e os pretéritos, destinamos uma especial saudação, na expectativa de que, no futuro próximo, o retorno de tanta dedicação seja recompensado com a conquista de um Brasil mais saudável.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2007 - Página 34758