Pronunciamento de Serys Slhessarenko em 16/10/2007
Discurso durante a 180ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração ao Dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional.
- Autor
- Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
- Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
SAUDE.:
- Comemoração ao Dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/10/2007 - Página 35269
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, DIA, FISIOTERAPEUTA, TERAPEUTA OCUPACIONAL, CUMPRIMENTO, GERALDO MESQUITA JUNIOR, SENADOR, AUTOR, REQUERIMENTO, SESSÃO ESPECIAL, DETALHAMENTO, INICIO, ATIVIDADE, BRASIL, PERIODO, IMPERIO, REGISTRO, DATA, REGULAMENTAÇÃO, AUTONOMIA, EXERCICIO PROFISSIONAL, COMPETENCIA, ESPECIALIDADE, REABILITAÇÃO, INCAPACIDADE FISICA, PREVENÇÃO, DOENÇA, REDUÇÃO, CONSUMO, MEDICAMENTOS, IMPORTANCIA, TERAPIA OCUPACIONAL, MELHORIA, SAUDE MENTAL, GARANTIA, BEM ESTAR SOCIAL, APOIO, ATENDIMENTO, HOSPITAL.
A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores presentes - não vou citar um a um os componentes da Mesa porque estou sem a nominata -, saúdo todos. Fico muito contente por ver a presença de mulheres nessa Mesa, o que não é uma coisa muito fácil, não! Hoje, no entanto, ela está bem representada.
Sr. Presidente, em primeiro lugar, saúdo-o pela autoria do requerimento desta Sessão Especial em homenagem ao Dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional.
Eu não poderia deixar de me manifestar, hoje, porque sou meio fanática por Fisioterapia. Depois posso até contar rapidinho o porquê, mas sou uma das suas maiores defensoras, talvez. Não entendo quase nada da área, mas acredito profundamente nela e faço uso dela. Como vivo recomendando fisioterapia, minha filha, que é médica, sempre me adverte: “Mãe, você não pode fazer isso”. Mas vivo recomendando a todos: “Vão ao fisioterapeuta, vão ao fisioterapeuta”.
Hoje, o Senado Federal presta uma homenagem justa a uma classe profissional de muita relevância em nossa sociedade: os fisioterapeutas e os terapeutas ocupacionais de todo o nosso País, de ponta a ponta. Faço uma homenagem especial aos profissionais do meu Estado, Mato Grosso, homens e mulheres que dedicam suas vidas a salvar vidas, tal qual médicos, enfermeiros e profissionais de outras áreas.
Alguns dirão que o assunto que abordarei agora não tem nada a ver, mas tem. No próximo ano, comemoraremos 200 anos de chegada da Família Real portuguesa ao Brasil. Por assim dizer, esse foi o início da nova era do Brasil, que o levou à independência, deixando de ser mera colônia portuguesa e passando a ser o centro do império luso. Não estranhem, senhoras e senhores, o meu comentário, pois não estou falando de assunto alheio a esta sessão.
Lembro, Sr. Presidente, que a mudança da Família Real para o Brasil foi como um marco inicial da fisioterapia no País. Os primeiros profissionais chegaram juntamente com a Corte, passando a atuar em terras tropicais.
Os primeiros registros de serviços que tinham a fisioterapia como objetivo surgem entre 1879 e 1883, como o Serviço de Hidroterapia no Rio de Janeiro, que ainda existe, com o nome de Casa das Duchas. O primeiro serviço de fisioterapia da América do Sul, ligado ao Hospital de Misericórdia do Rio de Janeiro, foi criado em 1884 pelo ilustre médico Arthur Silva.
Faço essa reconstrução histórica para entendermos que não falamos de uma profissão nova, que surgiu há pouco. Pelo contrário, a fisioterapia é antiga, mesmo que seus marcos regulatórios sejam recentes. Sua história e seu embasamento científico são sólidos, frutos da experiência que os anos trazem e do estudo de técnicas e procedimentos.
Comemoramos 13 de outubro como o Dia do Fisioterapeuta em decorrência de a regulamentação da atividade do fisioterapeuta ter se dado nessa data, há 39 anos. Essa foi uma grande vitória dos profissionais da área, que tiveram sua atividade reconhecida e regulamentada, dissociando a fisioterapia da especialidade médica e criando uma disciplina autônoma.
É importante que o Senado faça esta sessão de homenagem e ajude a esclarecer o que são a fisioterapia e a terapia ocupacional, desmistificando essas profissões.
Primeiro ponto: a fisioterapia não é massagem. Isso deve ficar claro. Para nós, que sabemos mais ou menos quais são as suas diferenças, muitas vezes diz-se: “Faça uma massagem. Chame o fisioterapia”. Então eu digo: “Fisioterapeuta não é massagista”. Acredito que não seja, não é? Estão falando, aqui, que não, e tenho certeza, também, de que não são. Adoro aqueles que fazem uma massagem bem-feita, uma boa massagista, um bom massagista, mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Muitos confundem a profissão do fisioterapeuta com a do massagista. De forma bastante didática, o fisioterapeuta trata doenças e lesões causadas por acidentes, má-formação genética, vícios de postura, seja prevenindo, reabilitando ou curando. No entanto, vejo na prevenção a grande função da fisioterapia e da terapia ocupacional. A prevenção é considerada, inclusive, a primeira atribuição da fisioterapia, cujo profissional deve alertar e orientar o paciente sobre a necessidade de adotar procedimentos adequados em determinadas situações.
Por isso, senhoras e senhores, especialmente os fisioterapeutas do Brasil, acredito que a expressão “prevenir é melhor que remediar” aplica-se com precisão à atuação do fisioterapeuta e do terapeuta, que atuam de forma complementar à medicina, contribuindo para a redução das intervenções cirúrgicas e do uso de medicamentos.
São fundamentais esses profissionais nas nossas vidas.
A terapia ocupacional não é o que muitos pensam, não é uma excentricidade de ricos para falar de seus problemas a alguém. É, sim, uma profissão da área de saúde, com atenção dirigida para as atividades humanas. A terapia ocupacional trabalha com a saúde integral, não só a física, ou seja, a ausência de doença, mas também a do bem-estar biológico, psicológico e social.
A terapia ocupacional é indicada quando existe disfunção ou risco de disfunção ocupacional em qualquer fase da vida da pessoa. Os serviços são indicados para melhorar o desempenho funcional da pessoa, prevenir a incapacidade e o atraso de desenvolvimento.
Destaca-se, também, a importância do trabalho desse profissional na humanização do ambiente hospitalar e no campo da saúde do trabalhador. O uso de atividades propositivas, a adaptação de utensílios e de mobiliário e as mudanças nas demandas ambientais são algumas das contribuições dos terapeutas ocupacionais para melhoria da qualidade de vida das pessoas em seus ambientes de trabalho.
Fisioterapia e terapia ocupacional são áreas profissionais fundamentais para a nova forma de se ver a saúde, especialmente em nosso País. A atenção integral da saúde e a prevenção e o cuidado com o paciente, não com a doença, são fundamentais para a redução dos custos dos tratamentos médicos e para o aumento da qualidade de vida da nossa população, e não tenho dúvida disso.
Eu disse que não poderia deixar de estar aqui, hoje, nem que fosse para fazer uma fala muito breve - e esse é um assunto de que não tenho domínio - a respeito de uma profissão em que acredito profundamente.
As pessoas até acham, às vezes, graça. Para aqueles mais chegados a mim, quando reclamam de alguma coisa, eu falo: “Fale com o fisioterapeuta. Vai fazer uma fisioterapia”. O pessoal briga comigo e diz: “Está receitando?” Ao que respondo: “Eu não; eles é que vão decidir o que é necessário, o que é preciso”. Digo sempre que essa é uma das coisas que não saem, que estão, realmente, muito presentes na minha pessoa. Quando faço uma visita a um doente, já pergunto logo se há um fisioterapeuta naquela história, naquele cuidado. Se vou a um hospital, pergunto logo se há um fisioterapeuta. Faço isso com os meus netos pequenininhos, com os meus pais - minhas crianças, como eu os chamo, de apenas 90 anos e que estão lá, firmes e fortes.
Estamos sempre procurando profissionais dessa área, porque sabemos que eles são determinantes para a qualidade de vida, tanto numa perspectiva preventiva, quanto curativa - quanto mais preventiva melhor. São profissionais que, bem formados, com certeza auxiliam grandemente no incremento da nossa qualidade de vida.
Parabéns a todos os fisioterapeutas deste País e do meu Estado de Mato Grosso, que exercem, também, a função de terapeutas ocupacionais.
Parabéns!