Discurso durante a 180ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração ao Dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional.

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Comemoração ao Dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional.
Publicação
Publicação no DSF de 17/10/2007 - Página 35274
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, FISIOTERAPEUTA, TERAPEUTA OCUPACIONAL, SAUDAÇÃO, CONVIDADO, CLASSE PROFISSIONAL, PRESENÇA, SESSÃO ESPECIAL, REGISTRO, INICIO, ATIVIDADE, PERIODO, GUERRA, RECUPERAÇÃO, COMBATENTE, APERFEIÇOAMENTO, TRATAMENTO, PREVENÇÃO, DOENÇA, REABILITAÇÃO, ACIDENTADO, LONGO PRAZO, INCENTIVO, EMPENHO, PACIENTE, PARTICIPAÇÃO, PRATICA ESPORTIVA, DEFESA, INCLUSÃO, FISIOTERAPIA, TERAPIA OCUPACIONAL, PROGRAMA, SAUDE PUBLICA, FAMILIA, OBJETIVO, CONTENÇÃO, AGRAVAÇÃO, SITUAÇÃO, DOENTE, ECONOMIA, RECURSOS, SETOR, GARANTIA, BEM ESTAR SOCIAL, COMENTARIO, ATUAÇÃO, ORADOR, QUALIDADE, GOVERNADOR, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), POPULAÇÃO, ACESSO, ATENDIMENTO, SAUDE.

O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Prezado e ilustre Senador Geraldo Mesquita Júnior, que hoje preside esta sessão de homenagem aos nossos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, no Senado Federal; ilustre Sr. Ricardo Araújo, Presidente do Conselho Regional do Estado do Piauí; ilustre Srª Ana Cristhina de Oliveira Brasil, Vice-Presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional; Srª Marta Rosa Gonçalves Pereira, Vice-Presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 10ª Região; demais membros que compõem a Mesa, Srªs e Srs. Senadores, demais convidados aqui presentes.

Ilustre Presidente Geraldo Mesquita, não poderia deixar de exaltar a oportunidade ímpar de V. Exª em promover este grande evento de hoje, homenageando essa grande categoria de profissionais que, com certeza, fazem um verdadeiro sacerdócio das suas profissões. E deveras confessar, de público, que vi o quanto os fisioterapeutas são importantes. Infelizmente, a menos de 30 dias, perdi o meu saudoso pai e vi a importância do fisioterapeuta no tratamento da saúde de um cidadão. Acompanhei bem de perto a enfermidade de meu pai e vi a consideração e, sobretudo, o calor humano com que esses profissionais se dedicam, no dia-a-dia, aos seus enfermos.

Sr. Presidente e demais presentes, belas são as profissões que ajudam a salvar vidas, que auxiliam no tratamento dos enfermos, na cura das doenças e promovem a saúde. São todas admiradas pela abnegação de seus praticantes, que conseguem dosar tecnologia, experiência e respeito ao indivíduo. Mas, entre elas, há um ramo que se diferencia pela capacidade de explorar os limites do corpo e da mente humana: é a fisioterapia.

No campo da ciência médica, essa especialidade vem se revelando uma referência para a recuperação equilibrada e harmônica de pacientes que necessitam de acompanhamento clínico de longo prazo, principalmente porque ela restitui a dignidade do enfermo, que assume, ele próprio, a gestão de tratamento, ditando o ritmo da atuação dos técnicos. Assim, deixa a humilhante condição passiva diante da moléstia e começa a combater, com seu esforço e obstinação, o mal que o debilita.

Torna-se, portanto, ativo diante do destino. Vê-se revitalizado em suas forças para enfrentar a doença que o acomete.

Não tenho medo de dizer que, antes de qualquer coisa, o fisioterapeuta reabilita a esperança do seu paciente, devolvendo a ele sua auto-estima e sua vontade de lutar pela recuperação. Não há enfermidade que resista ao sentido aguçado de preservação; ele é o mais eficiente remédio contra qualquer mal.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a fisioterapia se desenvolveu técnica e clinicamente no período da Segunda Guerra, exatamente para tratar dos lesionados nos campos de batalha. De lá para cá, no entanto, assumiu personalidade própria na sociedade contemporânea, cuidando dos traumas da vida moderna: acidentados no trânsito, vitimados da violência e atingidos pelo estresse e pelo esforço repetitivo.

Contudo, o fisioterapeuta não se conforma mais com os limites da reabilitação; quer ser o profissional da prevenção e da educação, porque sua atividade lhe permite uma visão mais holística do corpo e uma compreensão mais geral da preservação da saúde.

Nesse sentido, Srªs e Srs. Senadores, a principal demanda da categoria é a sua inserção nas noções básicas de saúde, ou seja, a inclusão do fisioterapeuta no PSF - Programa de Saúde da Família, por uma razão elementar: esses profissionais trabalharão para evitar o agravamento de pequenos traumas, tornando-os sanáveis num estágio em que o principal recurso empregado no tratamento for apenas a boa vontade do paciente.

Digo isso, Sr. Presidente, porque tive a primazia de ter sido três vezes Prefeito da minha terra natal e Governador do meu Estado. Quando do surgimento do PSF, capitaneado pelo Governo Federal, tive a honra de implantá-lo em alguns lugares da minha cidade, 14 ou 15 inicialmente. Mesmo não estando inserido no contexto de repasse do Governo Federal, fiz questão absoluta, nesses 14 locais onde foi implantado o programa de saúde, de lá incluir fisioterapeutas, porque eu já sabia de sua importância, em que pesem os recursos serem bem aquém daquilo que o Governo Federal teria de transferir quase obrigatoriamente. Na verdade, Papaléo - V. Exª que é médico -, o Governo Federal faz cortesia com o chapéu dos outros. Quando se pega um programa como o Saúde da Família e se instala uma equipe, o Governo Federal contribui apenas com 30%; outra parte é do Estado, e outra, do Município - o Município arca com a água, com a luz, com o prédio, com o guarda etc, etc.

Então, nós temos de lutar aqui para seja inserido, obrigatoriamente, o fisioterapeuta nos PSFs em todo este imenso País. Essa é uma necessidade premente, porque nós sabemos do valor que ele tem, da importância que ele representa, até economicamente, para uma boa saúde pública em nosso País.

A inclusão dos fisioterapeutas nos PSFs evitará onerosos tratamentos que sangram os cofres públicos quando a doença já está numa fase avançada. A entrada dos fisioterapeutas nesse programa poderá acarretar menores custos operacionais à saúde pública nacional.

Atualmente, o Programa Saúde da Família prevê uma equipe mínima composta por um médico, um enfermeiro, um dentista e um agente de saúde. Com justiça, os fisioterapeutas reivindicam sua inserção no desenvolvimento desse projeto. Sabem que sua atuação na chamada atenção básica poderá resultar em novo perfil de atendimento médico às camadas mais carentes da nossa população.

Fisioterapia não é um negócio, e muito menos um recurso clínico para os mais abastados. O fisioterapeuta é um profissional engajado na política de prevenção contra doenças, na recuperação da capacidade curativa dos enfermos e, principalmente, na promoção do bem-estar da nossa sociedade.

Por isso mesmo, o fisioterapeuta precisa deixar o plano terciário de atendimento, o nível que cuida apenas das seqüelas, para ajudar no planejamento mais avançado da saúde pública. Hoje, existem dois projetos tramitando na Câmara Federal que inserem esses profissionais na área básica de saúde. Peço aos meus colegas que, quando essas matérias chegarem aqui ao Senado, tenhamos o discernimento para aprová-las com presteza e urgência.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estou certo de que a maior homenagem que se fará aos mais de 120 mil fisioterapeutas deste País será a ampliação do seu mercado de trabalho, entregando-lhes a responsabilidade de promover justiça social por meio de um atendimento eficiente e humano na saúde pública do Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/10/2007 - Página 35274