Pronunciamento de Heráclito Fortes em 18/10/2007
Discurso durante a 189ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro do transcurso dos 50 anos da Rádio Difusora de Floriano/PI. Relato sobre o encontro com o Presidente da República em exercício, Sr. José Alencar, para discutir-se a prorrogação da CPMF. Comentários sobre as declarações do Presidente Lula concedidas à imprensa brasileira em Angola.
- Autor
- Heráclito Fortes (DEM - Democratas/PI)
- Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
TRIBUTOS.
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
- Registro do transcurso dos 50 anos da Rádio Difusora de Floriano/PI. Relato sobre o encontro com o Presidente da República em exercício, Sr. José Alencar, para discutir-se a prorrogação da CPMF. Comentários sobre as declarações do Presidente Lula concedidas à imprensa brasileira em Angola.
- Aparteantes
- Rosalba Ciarlini.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/10/2007 - Página 36428
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. TRIBUTOS. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, CINQUENTENARIO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMISSORA, RADIO, MUNICIPIO, FLORIANO (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), REGISTRO, SESSÃO SOLENE, CAMARA MUNICIPAL, LANÇAMENTO, SELO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), CONCESSÃO, TITULO, CIDADÃO, DIRETOR, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, CULTURA, JORNALISMO.
- ELOGIO, JOSE ALENCAR, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INTERINIDADE, REUNIÃO, BANCADA, SENADOR, DEBATE, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF), BUSCA, ENTENDIMENTO.
- CRITICA, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, OPORTUNIDADE, VIAGEM, EXTERIOR, OFENSA, PARTIDO POLITICO, DEMOCRATAS (DEM), PREJUIZO, NEGOCIAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF).
O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pela Liderança da Minoria. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, trago dois assuntos. No primeiro, gostaria de fazer, neste momento, um registro importante para a história da imprensa do Piauí. A Rádio Difusora de Floriano, uma das mais importantes cidades do meu Estado, com grandes tradições culturais, históricas e políticas, está fazendo 50 anos hoje.
Fundada em 19 de outubro de 1957 por Raimundo Bacelar, passou alguns anos depois para o controle de conhecida família da região, os Reis, liderada pelo seu patriarca Francisco Antão Reis. Desde 1975, a Rádio Difusora de Floriano é dirigida por José Antão Reis, seu filho.
Ontem à noite, a Câmara Municipal de Floriano prestou homenagem aos 50 anos da Rádio Difusora, em sessão solene. Concedeu título de cidadão florianense a dois comunicadores, Nilson Ferreira e José Antônio do Vale Reis, diretor da emissora. A sessão, presidida pelo Vereador Celso Cavalcante, contou com a presença de várias autoridades, inclusive a do Prefeito Joel Rodrigues.
Na oportunidade, foi lançado um selo pela Empresa de Correios e Telégrafos homenageando o primeiro cinqüentenário da Rádio. A Apae de Floriano Peixoto também fez uma moção de agradecimento à emissora, que tem na prestação de serviços à comunidade uma de suas características.
Há anos, porém, que a marca mais forte da conhecida Rádio Difusora de Floriano, não apenas na cidade, mas em quase todo o Piauí, é o repórter Amarelinho, na figura de quem gostaria de homenagear todos os demais funcionários da emissora. Sempre vestido de amarelo, a bordo de uma moto, Amarelinho é daqueles repórteres que vai aonde a notícia está. E é impossível resistir aos seus apelos. Ele é hoje o símbolo do radiojornalismo atuante feito pela Difusora, a quem, então, rendo minhas homenagens nesta tarde.
Sr. Presidente, o segundo assunto, para lembrar que, ontem, tivemos aqui um encontro muito positivo com o Presidente em exercício José Alencar, com quem discutimos a questão da CPMF. O Presidente José Alencar impressionou aos que não o conheciam ainda pela humildade, pela paciência, pela modéstia.
Senador José Agripino, Senador Marco Maciel, nada mais positivo, portanto, do que esse encontro do Presidente José Alencar com a Bancada do Senado. Não significa nenhum compromisso, não significa nenhum avanço nas discussões, mas, pelo menos, a maneira fidalga como o Presidente em exercício tratou a todos mostra uma maneira diferente de encarar as coisas.
Entretanto, Senador José Agripino, para tristeza nossa, o Presidente Lula, hoje, de Angola - geralmente esses discursos do Presidente Lula são após o almoço - agride desnecessariamente o Partido Democratas. Não há necessidade de arrogância por parte do Presidente da República. O Presidente foi deselegante duas vezes: a primeira porque desfaz um trabalho do Presidente José Alencar de abertura de portas e canais e a segunda porque trata assuntos internos do País em território estrangeiro.
Há poucos dias, o Presidente da República deu um pito numa repórter do Estado de S. Paulo porque ela fez perguntas sobre temas internos do Brasil. Sua Excelência mandou que a moça aguardasse o seu retorno, terça-feira, porque ali não era local para se tratar aquele assunto e ainda estava cansado. São dois pesos e duas medidas.
As declarações do Presidente à imprensa brasileira em Angola não contribuem em nada para o momento que o Presidente José Alencar iniciou ontem. Essa conversa inaugural e que nos parecia positiva recebe uma ducha de água fria a partir do momento em que o Presidente dá essas declarações.
Isso me faz lembrar, Senadora Ciarlini, daquela ciumada que sempre há entre titular e vice. Senador Marco Maciel, V. Exª foi exceção à regra. Por exemplo, quando o Presidente Figueiredo foi operar, fazer uma safena nos Estados Unidos e o Presidente Aureliano Chaves ficou na interinidade, um ministro pegou um avião, foi aonde estava o Presidente - não respeitou nem sua convalescença - e começou a falar mal, a fazer intrigas para o Presidente, carregando as tintas em Aureliano Chaves. O resto, a história toda sabe.
Não acredito que o Presidente da República tenha ficado enciumado com o sucesso do Presidente José Alencar aqui no Senado. Bobagem! O Presidente José Alencar veio ajudar o Presidente da República. A intenção dele, no meu modo de ver, foi uma intenção colaborativa. Não têm sentido essas declarações dirigidas a um partido. Será que ele acha que com isso vai agradar os tucanos ou quem quer que seja e fazer uma frente contra o Democratas? Vamos admitir a hipótese de que consiga. Vamos estar com a coerência.
Só pediria ao Presidente Lula que tivesse cuidado de ler as suas declarações quando da aprovação, pela primeira vez, da CPMF, e as dos seus Líderes. Qual era a opinião do PT a respeito desse imposto? E, veja bem, naquela época, era um imposto transitório. Daí por que lamentamos essa atitude.
Concedo um aparte à Senadora Rosalba Ciarlini, com o maior prazer.
A Srª Rosalba Ciarlini (DEM - RN) - Sr. Senador, eu também estava presente ao encontro com o Presidente em exercício, o Vice-Presidente, e realmente este era o clima: de cordialidade, o que trouxe a esta Casa um sinal de respeito. Foram aborda das as posições e decisões de cada um, mas havia um clima de cordialidade. E, realmente, ficamos muito estarrecidos quando, no dia seguinte a esse clima de cordialidade, o nosso Partido se sente agredido por declarações do nosso Presidente. Era isso que eu gostaria de colocar com relação à CPMF. Hoje, dia 18 de outubro, é o Dia do Médico. E quero aqui aproveitar a oportunidade que V. Exª me dá com este aparte para fazer uma homenagem aos homens e mulheres que, no dia-a-dia, estão lutando para salvar vidas e recebendo, no dia de hoje, em seu dia, o nosso reconhecimento. Os médicos estão enfrentando as maiores dificuldades porque a CPMF, que foi criada para salvar a saúde, infelizmente, não cumpriu o seu papel; e de provisória querem torná-la permanente. Daí por que o nosso Partido tem esta posição em defesa do povo brasileiro contra a CPMF.
O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Muito obrigado, Senadora Rosalba.
Eu faço este registro, Sr. Presidente Alvaro Dias, porque considero esse fato lamentável, justamente no momento em que Senadores da Oposição, da Base do Governo, enfim, todos sentaram-se à mesma mesa ontem por horas a fio, na tentativa de encontrar uma saída boa para o País. Ouvimos sugestões do Ministro Dornelles, nosso colega Senador, ouvimos sugestões do Senador Mercadante, ouvimos várias sugestões e outras ficaram de ser apresentadas.
Há desejo de diálogo; não é uma posição radical. A posição dos democratas, com relação à CPMF, é uma posição lógica. Não é para o Presidente da República, em solo estrangeiro, tratá-la da maneira que tratou. O que mostra que o Presidente da República deve tirar uns momentos durante o dia, já que os gabinetes são tão próximos um do outro, para aprender com o Sr. José de Alencar lições de humildade, equilíbrio, eficiência, disciplina e, acima de tudo, zelo com a coisa pública.
Muito obrigado, Sr. Presidente.