Discurso durante a 193ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração, hoje, do Dia do Aviador Brasileiro.

Autor
Romeu Tuma (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração, hoje, do Dia do Aviador Brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 24/10/2007 - Página 37084
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, AVIADOR, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), ELOGIO, ATUAÇÃO, AERONAUTICA, EXERCITO, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ATIVIDADE, REGIÃO AMAZONICA, APREENSÃO, SITUAÇÃO, ABANDONO, FORÇAS ARMADAS, ATUALIDADE, INCLUSÃO, PROTEÇÃO, FRONTEIRA, REGIÃO NORTE, COMENTARIO, NOTICIARIO, IMPRENSA.
  • QUALIDADE, PRESIDENTE, SUBCOMISSÃO, RECUPERAÇÃO, FORÇAS ARMADAS, REGISTRO, EXPECTATIVA, INDUSTRIA DE MATERIAL BELICO, ACORDO, MINISTERIO DA DEFESA, INVESTIMENTO, AUMENTO, PRODUÇÃO, DEMORA, GARANTIA, GOVERNO, COMENTARIO, APREENSÃO, COMANDANTE, EXERCITO, AERONAUTICA, INCAPACIDADE, BRASIL, CONCORRENCIA, REESTRUTURAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CHILE, PERU, VENEZUELA, ESPECIFICAÇÃO, AMEAÇA, INVASÃO, PAIS, AMERICA DO SUL.

            O SR. ROMEU TUMA (Bloco/PTB - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, 23 de outubro, comemoramos o Dia do Aviador brasileiro. A FAB, hoje, não sei se está em festa.

            Eu me lembrei de dois slogans usados durante a Segunda Guerra, na Itália. A Aeronáutica usava o “senta a pua” nos seus aviões, que foram heróis durante a Segunda Guerra Mundial. E o Exército brasileiro, que operou nos campos da Itália e saiu vitorioso, até reconhecidamente pelo comandante americano, usava “a cobra fumou”.

            Hoje, eu me perguntei: será que faço um discurso em homenagem à Aeronáutica? Então, peguei a Revista ISTOÉ e outras, Srªs e Srs. Senadores, e vi: “CPI comprova corrupção na Infraero”. Noutra, vi o nosso Ministro da Defesa com uma cara feia. Não sei se ele estava com a cara feia pelo peso da cobra ou porque a cobra não fumou. O que me entristeceu mais, Senadores, foi publicado no Estadão de domingo, 21 de outubro: “O Abandono das Forças Armadas”.

            Como me foi cedido o lugar e o Senador Alvaro Dias, por uma gentileza e com todo o carinho com que sempre se mantém nesta Casa, me permitiu usar da palavra, vou considerar como lido, mas é uma coisa horrorosa, Presidente.

            Assumi, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, a Subcomissão de Recuperação das Forças Armadas. As indústrias brasileiras têm capacidade, inclusive a indústria automobilística e outras. 

            À época, antes da Guerra dos Seis Dias, elas tinham capacidade de fornecer, principalmente para o Oriente, todo o equipamento militar de primeira qualidade. Repentinamente, a indústria bélica brasileira foi quase a zero, o que resta é muito pouco. Então, algumas indústrias têm discutido com o Ministério da Defesa, principalmente com o setor especializado, mas querem a garantia do Governo brasileiro, porque, se elas investirem, será um investimento maciço em estampagem, em material operacional, para que o equipamento realmente fique perfeito e em condições de concorrer com os de outros países. E a dificuldade é esta: elas não têm uma resposta exata do Governo.

            O Estadão demonstra claramente todos os fatos que vêm ocorrendo: a amargura do Comandante da Força Naval quando depôs na Comissão de Defesa, nessa subcomissão, o Brigadeiro Juniti Saito, o Comandante do Exército e o da Marinha, que demonstram a incapacidade de as Forças Armadas brasileiras concorrerem com três países do continente que estão se reestruturando e possuem uma capacidade muito maior do que a nossa: o Chile, o Peru a Venezuela. E há dias o Presidente Chávez ameaçou invadir a Bolívia caso houvesse qualquer contrariedade com o Presidente Evo Morales. Ninguém quer que a democracia sofra qualquer impedimento para continuar dentro da Bolívia. Mas ele ameaçou: caso haja qualquer contraposição de bolivianos, ele invadirá. E lá se conhecerão não as poesias, Senador Mão Santa, mas os tiros do Vietnã. Isso disse Chávez, se alguém ameaçar o Presidente Evo Morales. Isso é algo que nos amargura bastante.

            Não consegui fazer um discurso de homenagem à Força Aérea, a não ser lembrar todos os fatos que representou essa Força em solo estrangeiro, quando foi obrigada a lá comparecer, e, internamente, principalmente na Região Amazônica. E eu me lembro bem: quando Diretor da Polícia Federal, nenhuma das operações poderia se realizar naquela região de fronteira sem o apoio das Forças Armadas. As comunidades indígenas sabem de cor a canção da Aeronáutica, e muitos deles às vezes não sabem o Hino Nacional. E faria até um alerta às pessoas que têm tripudiado sobre os símbolos nacionais, no sentido de que se acautelem. Nós temos que respeitar a Bandeira, o Hino e o Emblema da República.

            Então, nós, hoje, estamos passando, Senador Jefferson Peres, por essa amargura. V. Exª, que é da Região Amazônica, sabe o que acontece no Calha Norte e em outros projetos que sempre foram a luz dos olhos do Presidente Sarney, mas que caíram, infelizmente, no vazio. As Forças Armadas estão em situação muito aquém das necessárias para a manutenção da soberania e da vigilância, para que não aconteça o que vem ocorrendo: a derrubada e a queima da floresta, além da falta da política de auto-afirmação, que nós precisamos ter no sentido de que a Amazônia é nossa.

            Quero homenagear a FAB no Dia do Aviador, mas com muita amargura por tudo o que li nesse fim de semana, Senador Jefferson Péres, Senador Presidente Alvaro Dias.

            Agradeço V. Exª pela oportunidade.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ROMEU TUMA, EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno)

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Matérias referidas:

“CPI comprova corrupção na INFRAERO”

“O abandono das Forças Armadas”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/10/2007 - Página 37084