Discurso durante a 192ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à memória de Ernesto Che Guevara.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória de Ernesto Che Guevara.
Publicação
Publicação no DSF de 24/10/2007 - Página 36915
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, AUTORIDADE, DEPUTADOS, ESTUDANTE, LIDER, SEM-TERRA, PARTICIPAÇÃO, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, ERNESTO CHE GUEVARA, VULTO HISTORICO, REVOLUÇÃO, SOCIALISMO.
  • CRITICA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), PUBLICAÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, TENTATIVA, DESVALORIZAÇÃO, LIDER, HISTORIA, AMERICA LATINA, OFENSA, MOVIMENTAÇÃO, POVO, ATUALIDADE, CONTINUAÇÃO, LUTA, JUSTIÇA SOCIAL.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Srªs e Srs. Deputados Federais, Embaixador de Cuba, Pedro Mosquera, nossa Deputada Lídice da Mata, enfim, todos os membros que compõem a Mesa, juntamente com o autor deste requerimento, Senador Nery, do Estado do Pará, não poderia deixar de prestar aqui a minha homenagem a esse grande homem da América Latina.

Quero saudar a galeria repleta de estudantes e dirigentes do MST, que estão participando desta sessão, não como espectadores, com certeza estão aqui reafirmando o sonho, a luta, o ideal de Ernesto Che Guevara.

Penso que esta sessão faz com que se reflita a passagem do grande homem, do grande dirigente do movimento socialista, do grande homem que tem uma marca dos movimentos populares, do grande homem que tem a marca da Esquerda, do grande homem que deu exemplo de bravura naquele contexto do final dos anos 50, início dos anos 60, de lutar pela independência de vários países, porque esse era o contexto lá na África, na América Central, na América do Sul, a organização dos movimentos de esquerda, socialistas, populares, pela independência dos países.

Penso que esta data seja importante. Refletindo sobre a vida de Che Guevara, ele continua fazendo a guerrilha, ele continua lutando, ele continua vivo.

Há três semanas - tenho impressão -, a edição da revista cujo nome a minha querida companheira de tanto tempo de movimento estudantil que é Lídice da Mata não quis mencionar, a Veja, publicou matéria de uma estupidez, de uma agressão tão baixa que nós não poderíamos deixar de repudiar. Ou seja, Che continua fazendo a guerrilha, Che continua lutando, Che continua lutando contra aqueles que ele combateu. É um desrespeito porque há não só uma tentativa de desconstituir a história do Che, mas de desqualificar a luta da esquerda no Brasil, a luta da esquerda na América Latina. Então não podemos concordar e temos que repudiar a postura da revista.

Na semana passada, um articulista professor da USP fez também uma matéria na tentativa de desconstituir o homem, o militante, o dirigente; e mistura a vida real, a luta real do Ernesto Che Guevara com mito. Não tem mito nisso.

Estamos aqui fazendo esta reflexão, esta sessão cujo requerimento assinei ao lado de outros Senadores, para reafirmar que a luta de Ernesto Che Guevara continua.

A luta continua e precisamos dar continuidade, fazer a defesa dessa referência dos anos 60 que lutou contra o imperialismo americano e as injustiças sociais; que deu um exemplo muito particular de abnegação. Isso é importante para nós, da esquerda. Nem a revista Veja, nem esses articulistas de última hora vão apagar, ferir, diminuir essa referência da juventude mundial, dos partidos de esquerda, dos grandes homens que lutaram em defesa dos povos da América do Sul, da América Latina.

Estou aqui me congratulando com a juventude que está aqui, com os Deputados Federais, os partidos, o nosso Senador Nery, porque esta data é nossa! Nossa e de quem continua sonhando e lutando em defesa do socialismo. É nossa porque a luta de Ernesto Che Guevara ninguém vai tirar da história da esquerda, que soube enfrentar e continua enfrentando lá essas armas assassinas.

Se hoje a Bolívia tem um presidente que vai fazer e continua fazendo história, a instituição do Exército vai levar para sempre a alcunha de uma instituição criminosa que assassinou um grande homem da América do Sul. Isto ninguém vai tirar: essa postura covarde do exército da Bolívia.

Um Exército criminoso porque matou um grande homem, um grande dirigente, um dirigente da revolução cubana, um ministro da revolução cubana, um militante que enche de orgulho a todos nós, da esquerda.

Então eu quero me congratular com todos aqueles que estão aqui, com todos os jovens que continuam usando a camisa de Ernesto Che Guevara. Da mesma forma que Lídice da Mata registrou, com satisfação, a postura de seu filho, quero dizer que também fiquei muito satisfeito no dia em que eu vi o pôster do Ernesto Che Guevara no quarto dos meus filhos. Ele está lá. Eu fico muito feliz com isso, mas fico feliz com a juventude que continua usando não só na camisa, mas, com certeza, no coração e na mente, a imagem deste grande homem que é Ernesto Che Guevara. Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/10/2007 - Página 36915