Discurso durante a 196ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque para a Ford Motor Company Brasil, com sede em Camaçari-BA, contribuindo para o sucesso da indústria automobilística brasileira.

Autor
César Borges (PR - Partido Liberal/BA)
Nome completo: César Augusto Rabello Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL. ESTADO DA BAHIA (BA), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Destaque para a Ford Motor Company Brasil, com sede em Camaçari-BA, contribuindo para o sucesso da indústria automobilística brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 26/10/2007 - Página 37639
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL. ESTADO DA BAHIA (BA), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, CONVITE, EMPRESA ESTRANGEIRA, INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA, COMEMORAÇÃO, SUPERIORIDADE, PRODUÇÃO, AUTOMOVEL, COMPLEXO INDUSTRIAL, MUNICIPIO, CAMAÇARI (BA), ESTADO DA BAHIA (BA), PRESENÇA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, GOVERNADOR.
  • COMENTARIO, GESTÃO, ORADOR, GOVERNADOR, ESTADO DA BAHIA (BA), ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, SENADOR, EX GOVERNADOR, EMPENHO, IMPLANTAÇÃO, INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA, REGIÃO, VIABILIDADE, CRIAÇÃO, EMPREGO, PRODUÇÃO, TECNOLOGIA, GARANTIA, QUALIDADE, MODERNIZAÇÃO, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.
  • IMPORTANCIA, RESULTADO, COMPLEXO INDUSTRIAL, MUNICIPIO, CAMAÇARI (BA), ESTADO DA BAHIA (BA), CONTRIBUIÇÃO, SUPERIORIDADE, PRODUTIVIDADE, INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA, BRASIL, PRIORIDADE, PRODUÇÃO, MERCADO INTERNO, EXPORTAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA, MEXICO, CHILE, VENEZUELA, ATRAÇÃO, INDUSTRIA, PNEUMATICO, CENTRO DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, CRIAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA), CURSO SUPERIOR, MECANICA AUTOMOBILISTICA, VIABILIDADE, RETOMADA, DESENVOLVIMENTO, INDUSTRIA AUTOMOTIVA, REGIÃO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, PAIS.

O SR. CÉSAR BORGES (Bloco/PR - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa, Srs. Senadores, minha fala será breve.

Quero registrar que recebi um convite, hoje, de uma empresa estrangeira que está em nosso País há mais de oitenta anos e está atualmente no Estado da Bahia: A Ford Motor Company Brasil.

No convite se faz referência ao fato de que a Ford Motor Company Brasil inaugurou o Complexo Industrial Ford em Camaçari, na Bahia, tornando-se a primeira montadora a se instalar no Nordeste. Após seis anos de atividades, seus produtos estabeleceram-se no Brasil e em vários países, incluindo Argentina, México, Chile e Venezuela. Mais do que um empreendimento de sucesso, esse investimento é motivo de orgulho para a empresa por ter sido uma contribuição ao desenvolvimento do Brasil. Além da geração de emprego e renda, o Complexo Industrial Ford na Bahia produz tecnologia, tornando-se referência de qualidade e inovação em todo o mundo.

O convite é para que nos juntemos à Ford Motor Company Brasil na comemoração de mais uma conquista: a marca de um milhão de veículos produzidos no Complexo Industrial Ford em Camaçari.

O evento contará com a presença do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e do Exmº Sr. Governador do Estado Jaques Wagner, e acontecerá segunda feira no Complexo Industrial Ford Nordeste na Av. Henry Ford, 2000 - Camaçari, Bahia.

Faço questão de utilizar esse tempo, falando aqui para todo o País e, de forma muito especial, para os baianos, porque isso é algo que me orgulha profundamente, Sr. Presidente Mão Santa. V. Exª era Governador do Piauí e deu total apoio à luta da Bahia para que nós tivéssemos, pela primeira vez na história deste País - e continua sendo assim -, a indústria automobilística fora do eixo São Paulo e que se expandiu até Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Pela primeira vez - e continua dessa forma -, o Nordeste brasileiro conseguiu um complexo automobilístico, que, sem sombra de dúvida, representa um paradigma de desenvolvimento tecnológico; uma indústria de ponta que traz uma série de conseqüências positivas para o desenvolvimento industrial, tecnológico, econômico, em qualquer lugar que se implante.

Nós produzimos hoje, no Estado da Bahia, 10% dos veículos deste País. Foi uma aposta de alto risco feita naquele momento; uma parceria entre a Ford Motor Company do Brasil, que estava decrescendo a sua participação no mercado automobilístico brasileiro e que viu no Projeto Nordeste, no Projeto Camaçari, a possibilidade de retomar uma participação importante neste importante mercado que é o Brasil. Senador Delcídio Amaral, a Ford apostou, porque era um investimento de aproximadamente US$2 bilhões.

Eu era Governador do Estado e não tive a menor dúvida de olhar para o momento que vivíamos. Era um momento histórico, era uma decisão que, ou tomaríamos naquele momento, ou passaríamos décadas talvez sem a possibilidade de uma indústria automobilística no Nordeste.

Tomei a decisão firme e determinada de que iríamos implantar essa indústria automobilística, e apoiamos - o Estado tinha condições de fazê-lo. Tivemos apoio decisivo de nossos correligionários políticos. Destaco o papel do nosso saudoso Senador Antonio Carlos Magalhães. A luta foi grande. O Centro-Sul, São Paulo em particular, resistiu muito a que houvesse os benefícios fiscais que permitiriam à Ford se instalar no Nordeste, porque sem os benefícios não teríamos essa possibilidade. Há um diferencial de custo entre uma indústria implantada com a massa crítica que existe no Estado de São Paulo - a proximidade dos centros consumidores e dos produtores das matérias-primas - e uma fábrica no Nordeste brasileiro, mas a luta foi vencida. Apostamos e ganhamos. Foi a união entre o Governo do Estado e a empresa. O Governo Federal resistiu inicialmente, mas se dobrou à vontade do Nordeste brasileiro, naquele momento representado pela Bahia.

Foi uma aposta arriscada também: em dezembro de 1999, assinamos o protocolo de intenções - vejam bem, Srs. Senadores, dezembro de 1999 -, e a fábrica já funcionaria em 12 de outubro de 2001. Uma fábrica de aproximadamente 500 mil metros quadrados foi construída em menos de dois anos e entrou em funcionamento. Naquele momento, o mercado automobilístico brasileiro estava em descenso. Estávamos produzindo, naquela época, menos do que produzíamos em 1997, marca que só estamos atingindo praticamente este ano. No ano de 1999 e 2000, o mercado automobilístico brasileiro estava retraído.

Em 1997, chegamos a produzir quase dois milhões de veículos, mas, naquele momento, estávamos reduzidos a uma produção em torno de 1,4 milhão de veículos. A Ford arriscou, e o Governo da Bahia foi parceiro. Tivemos resistências, incompreensões, inclusive dos partidos adversários do Governo do Estado, que não se colocaram a favor daquela luta, mas a aposta foi vitoriosa.

Felizmente, o País voltou a crescer, a indústria automobilística voltou a crescer, e temos de destacar a sua participação. A partir da retomada do desenvolvimento econômico, que se dá no momento que vivenciamos hoje, a indústria automobilística brasileira bate recordes. Nós já batemos, neste momento, no final de outubro, o recorde da produção que houve em 1997. Já ultrapassamos, Senador Delcídio, neste momento, o que produzimos em 1997, dez anos praticamente depois, e devemos produzir mais de 2,4 milhões de veículos aproximadamente neste ano no País.

Há que se destacar o acerto da política econômica, da política de crédito, e hoje nós estamos - como diz aqui este convite - exportando do Nordeste brasileiro para Argentina, México, Chile, Venezuela. Entretanto, estamos produzindo principalmente para o mercado interno, porque as exportações, diante da desvalorização do dólar, tornaram-se desinteressantes economicamente para as empresas, e o mercado interno hoje se mostra francamente comprador.

Devido a isso, na segunda-feira próxima vindoura, estará o Presidente da República lá, em Camaçari, festejando o milionésimo veículo produzido no Estado da Bahia. Isso traz orgulho sobremaneira para aqueles que lutaram pelo projeto. E não foram poucos, foram muitos. Outros não foram bem assim a favor, mas, de qualquer forma, o resultado é extremamente positivo.

A expectativa: geração de mais de oito mil empregos diretos e cinqüenta mil indiretos; crescimento do PIB, quase que duplicando do período para cá; a empresa chegando, em menor tempo do que estava previsto contratualmente, ao total da sua produção máxima, que é de 250 mil veículos - essa meta era para ser alcançada em cinco ou seis anos, mas foi alcançada com três anos de funcionamento. Assim, um milhão de veículos foi produzido de outubro de 2001 até a presente data.

Então, temos de comemorar, porque hoje, além do que estava previsto - 75% do índice de estadualização dos componentes do veículo -, a Bahia conquistou novos empreendimentos industriais, como os de pneus, por exemplo: Pirelli, Firestone e Continental estão produzindo pneus na Bahia.

A Bahia avançou porque conseguiu um parque tecnológico. O próprio centro de desenvolvimento de produtos da empresa se deslocou para a Bahia - mais de mil engenheiros compõem esse centro de desenvolvimento tecnológico -, e a Universidade Federal da Bahia criou cursos específicos para o setor automobilístico. Então, só temos a comemorar o sucesso.

O Presidente da República vai participar desse evento, e tem todo o direito de participar, porque neste período, efetivamente, a indústria automobilística brasileira retomou o crescimento e contribui muito para o desenvolvimento econômico do nosso País. É um sucesso esse empreendimento.

Na época, muitos criticaram; disseram que estávamos a apoiar uma multinacional, que estávamos a abrir mão de impostos. E nós não tínhamos nada, não recolhíamos nada, porque não tínhamos a indústria automobilística. Então, nós demos incentivos corretos, na hora certa. Foi um momento histórico decisivo para o desenvolvimento industrial do meu Estado. Estou falando aqui porque estarei lá presente, e orgulhoso de ter participado, como Governador do Estado, dessa grande conquista para a Bahia e para o Nordeste brasileiro.

Agradeço muito, Sr. Presidente Mão Santa, a V. Exª em particular, porque, naquela época, eu pedi o apoio dos Governadores do Nordeste, que apoiassem a luta da Bahia, que não era uma luta só da Bahia, mas uma luta do Nordeste brasileiro. E V. Exª, como todos os Governadores daquela época, assinaram um documento ao Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, dando apoio à luta da Bahia, que era uma luta pelo desenvolvimento do Nordeste brasileiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/10/2007 - Página 37639