Discurso durante a 199ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A expansão da economia do Estado de Santa Catarina.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • A expansão da economia do Estado de Santa Catarina.
Aparteantes
Gerson Camata, Sibá Machado.
Publicação
Publicação no DSF de 01/11/2007 - Página 38612
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, DEMONSTRAÇÃO, CRESCIMENTO, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), REDUÇÃO, DESEMPREGO.
  • SAUDAÇÃO, ESCOLHA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), REGIÃO, SUPERIORIDADE, QUALIDADE, TURISMO, INICIATIVA, PERIODICO, EDITORA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • REGISTRO, DADOS, DIVERSIDADE, INVESTIMENTO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, PREVISÃO, EXPANSÃO, ATIVIDADE AGRICOLA.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Agradeço, Sr. Presidente, e agradeço, de forma muita especial, aos Senadores Expedito Júnior e Mário Couto, que me permitiram fazer uso da palavra de imediato.

Já faz alguns dias que tenho separado notícias da imprensa catarinense que dão conta de investimentos e expansão de oportunidades de emprego no meu Estado. É algo impressionante!

Senador Expedito Júnior, estamos comemorando o fato de Santa Catarina ter sido escolhida pela revista Viagem e Turismo, do Grupo Abril, o melhor destino turístico do Brasil. Desbancou a Bahia, que durante cinco anos consecutivos liderou a disputa pelo melhor destino turístico, e também o Rio de Janeiro.

Outra notícia que estamos comemorando, além dessa, é que, na área da construção naval, uma empresa de São Paulo, a TWB, está com R$28 milhões de investimentos previstos para ampliar o estaleiro Navegantes e construir dois ferry-boats que serão levados a Portugal para navegar no rio Tejo.

A Vega do Sul, empresa multinacional do grupo ArcelorMittal instalada do Município de Araquari, está investindo US$76 milhões na ampliação da sua fábrica em São Francisco do Sul. Em três anos, ela aumentará sua produção de laminados de aço de 950 mil toneladas para 1,3 milhão de toneladas.

A Lemgruber, fábrica de luvas cirúrgicas - inclusive, foi anunciado há poucos dias o programa de aceleração na área da saúde, que incentivará a produção de equipamentos médicos e cirúrgicos no Brasil, pois, Senador Augusto Botelho, gastamos um dinheiro incrível na importação de produtos médicos e cirúrgicos -, repito, a Lemgruber do Rio de Janeiro está instalando um centro de distribuição em Itajaí pelas condições logísticas do nosso porto e pela perspectiva de distribuir esse produto. Na seqüência, estão transferindo a fábrica do Rio de Janeiro para o Vale do Itajaí.

Na área de carnes, Santa Catarina está vivendo um momento fantástico. A Sadia está abrindo o terceiro turno em Chapecó. São 1,2 mil vagas, só nesse Município, com a abertura do terceiro turno. A Sadia teve um lucro de 173% neste 3º trimestre, em comparação com ano de 2006, um faturamento de 20% a mais, e tem previsto para até 2008 um investimento da ordem de R$2 bilhões.

Ontem, foi assinado o maior negócio das agroindústrias brasileiras, quando a Perdigão, de Santa Catarina adquiriu a Eleva, do Rio Grande do Sul, numa aquisição que envolveu nada mais, nada menos que R$2 bilhões. Essa aquisição fez com que a Perdigão, que estava em 2º lugar no ranking das agroindústrias brasileiras, ultrapassasse a Sadia, que teve esse lucro de 173%, pois a Perdigão teve 320% nesse período e um faturamento de 22% a mais.

Além da Sadia e da Perdigão, a Aurora, que é outro frigorífico grande de Santa Catarina, decidiu - isso foi anunciado ontem - abrir dois novos frigoríficos. São R$800 milhões de investimentos: R$400 milhões em Canoinhas, no planalto norte catarinense; e mais R$400 milhões em Carazinho, no Rio Grande do Sul. Esses dois novos frigoríficos vão abater 300 mil aves por dia, em cada um das unidades, e vão gerar 3,2 mil empregos diretos em cada uma das unidades.

Além disso, a Aurora está com mais R$65 milhões de investimentos em Pinhalzinho, numa indústria de leite que vai produzir nada mais, nada menos do que 600 mil litros por dia.

Nessa mesma área, a do leite, em Nova Itaberaba, a Companhia Brasileira de Laticínios, dona da marca Cedrense, está aplicando R$60 milhões e vai processar 1,6 milhão de litros de leite por dia. Portanto, além da produção de aves, suínos, produtos vinculados à carne, nós estamos também ampliando de forma significativa a produção de leite.

A Cooperalfa está inaugurando nova indústria de ração; mais uma unidade de processamento de soja.

Em Guatambu, a Bondio está dobrando o abate de 70 mil para 140 mil aves por dia. Nós temos a instalação de novos frigoríficos em Lindóia do Sul, Abelardo Luz e Nova Erechim.

A Federação da Agricultura de Santa Catarina está fazendo uma previsão de expansão, para os próximos dois anos, que soma nada mais, nada menos que R$1 bilhão de investimento e a construção de mais 3 mil novos aviários. Portanto, um grande desenvolvimento com a nossa agricultura familiar.

Outros setores também crescem nessa mesma linha. A Votorantim Cimentos está fazendo um investimento de R$400 milhões, no Município de Vidal Ramos, para a construção de uma fábrica de cimento que vai funcionar em 2010 com uma grande produção. Lembro, inclusive, que está faltando cimento na construção civil, que está com muita necessidade.

A Klabin Celulose, na região da Serra Catarinense, tem o projeto de expansão em Otacílio Costa, em Correia Pinto - as duas unidades em Santa Catarina -, e também na unidade de Monte Alegre, no Paraná, e tem como meta atingir três milhões de toneladas por ano de papéis e cartões para embalagem. Todo esse investimento para atingir essa meta de três milhões de toneladas por ano a partir de 2012.

Além disso, no setor metal/mecânico, a Metalúrgica Weg, de Jaraguá...

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Permite-me V. Exª um aparte de trinta segundos?

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Pois não. O Senador Sibá Machado já havia pedido um aparte, mas... Pois não, Senador.

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - É só para descansá-la. Só de anunciar, V. Exª está ficando cansada, perdendo a respiração. Meus cumprimentos a Santa Catarina e a V. Exª.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Para V. Exª ver quanta notícia boa! Agradeço, Senador.

Ouço o Senador Sibá Machado.

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Senadora Ideli Salvatti, permita-me o aparte para dizer que uma reflexão dessa natureza empolga a gente, anima nosso coração de brasileiro, amantes que somos da nossa Pátria. Os dados do Brasil para o exterior não passavam de um bom carnaval, de um bom futebol - agora, inclusive teremos a Copa do Mundo no Brasil -, mas podemos falar, também, de coisas bastante profundas e de alto interesse nacional, como esse relatório com que V. Exª nos agracia na tarde de hoje. Quero acrescentar dois dados: o primeiro foi a aposta do Governo na diversificação do mercado externo. Saímos daquela relação bilateral Brasil-Estados Unidos, ou da relação bilateral com alguns países da Europa, e agora temos uma diversificação, inclusive com o surgimento de novas potencialidades de mercado, com África do Sul, Índia e tantos outros. Então, essa aposta Sul-Sul deu muito certo. Em um futuro próximo, ocorrerá com os países do Oriente Médio. E o segundo dado é a aposta também no mercado interno. O Brasil passa também a ser um grande potencial de negócios. As empresas, de qualquer porte, de qualquer tamanho, encontram também uma ressonância local. Portanto, não é à toa que ficamos muito felizes com as notícias que V. Exª está trazendo aqui para nós. Ainda no ramo da indústria, a notícia que vi hoje no jornal do Heródoto Barbeiro é que as indústrias de automóvel também, se quiserem acompanhar o ritmo do mercado automobilístico para o ano de 2008, terão de entrar no terceiro turno de produção. Aí, faltou de mão-de-obra qualificada. Como não dá tempo de formar mão-de-obra qualificada para o setor automobilístico, a saída encontrada é chamar de volta muitos operários já aposentados, para deixarem seu pijama em casa, botarem o macacão novamente e voltarem para um terceiro turno de trabalho, ganhando, é claro, um bom faturamento a partir do ano que vem. Apenas para complementar o belo pronunciamento que V. Exª nos traz na tarde de hoje.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Eu agradeço Senador Sibá.

Volto a dizer: todas essas notícias que estou trazendo aqui, detalhadas, empresa por empresa, região por região, setor por setor, advêm de noticiários dos últimos dez dias em Santa Catarina; são todas matérias recentes.

Vou ainda completar a informação do setor metal mecânico. A Metalúrgica Weg, que é uma potência nacional e internacional, sediada em Jaraguá, está com a receita operacional 32% superior ao mesmo período do ano passado. E, pela primeira vez na história da Weg, a empresa ultrapassou a marca de R$1 bilhão na sua receita operacional. As vendas cresceram - confirmando os dados do Senador Sibá - 42% no mercado interno e 18% no mercado externo, em comparação com os índices do ano passado, e obtiveram um lucro líquido de 19%.

A metalúrgica de Menegotti, que é de Jaraguá, fabrica autopeças, diretamente vinculada ao setor automotivo, está abrindo uma nova fundição em Schroeder: 40 milhões em investimentos para a produção de 3 mil toneladas/mês de produtos. A metalúrgica Schulz, de Joinville: crescimento da receita bruta, 23%; comparado ao ano passado, lucro líquido de 152%. As ações valorizaram 160%. Uma das maiores altas na Bolsa de Valores foi exatamente a da Metalúrgica Schulz. Ela está investindo este ano R$ 45 milhões e, para o ano que vem, investirá mais R$ 22 milhões em novos empreendimentos.

Senador Siba, quero concluir assim: é claro que os empresários catarinenses são reconhecidos como empreendedores eficientes. É um setor produtivo que efetivamente alavanca, mas os empresários catarinenses não se modificaram de forma significativa. Não são muitos os novos empresários. Eu diria até que, na grande maioria, são os mesmos empresários. Porém, o que é que está permitindo que agora tenhamos esses resultados, que esses mesmos empreendedores, eficientes, competentes não tiveram em períodos anteriores? São exatamente as condições econômicas que nosso País está vivendo, como a diversificação do nosso mercado externo - colocando-se novas potencialidades, perspectivas de abertura de mercado que o Presidente Lula teve capacidade e condição de fazer -, o fortalecimento do mercado interno - aí entra a recuperação do salário mínimo, a geração de empregos, a distribuição de renda, o Bolsa-Família - ou seja, toda essa política permitiu que, no ano passado, nada mais, nada menos do que 7 milhões de brasileiros saíssem das classes D e E e ingressassem no mercado. 

Toda a questão da blindagem da economia, as reservas...

(Interrupção do som.)

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) ... a inflação sob controle, tudo isso foi benéfico. É claro que isso não é algo que aconteceu da noite para o dia. Houve medidas adotadas em governos anteriores, mas, de forma muito contundente, esse processo se acelerou, efetivou-se, concretizou-se e inclusive ampliou-se.

Até porque a grande novidade, volto a dizer, no crescimento do Brasil, sob a batuta do Presidente Lula, é crescer distribuindo renda. Essa é a marca indiscutível. E esse crescimento com distribuição de renda está aí configurado, consagrado nessa lista imensa de ampliação, de investimentos, de geração de negócios, de emprego e de renda que meu Estado tem muito orgulho de apresentar neste momento.

Era isso, Sr. Presidente, e agradeço-lhe os minutos a mais.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/11/2007 - Página 38612