O SR. EXPEDITO JÚNIOR (Bloco/PR - RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria só de fazer um comunicado sobre o último acontecimento em Rondônia, onde estivemos. Parece-me que a ditadura está voltando ao nosso Estado.

            Infelizmente, hoje ganhamos a mídia nacional. A Folha de S. Paulo, o Estado de São Paulo, os grandes jornais estão noticiando a invasão, pelo Exército brasileiro, de um terreno onde o Governador estava construindo um teatro.

            Eu gostaria, Sr. Presidente, de registrar aqui a nossa indignação pela maneira truculenta como o General Bringel, Comandante da 17ª Brigada, tratou esse caso. O meu apelo é para que o General Bringel tivesse o mesmo zelo que teve na invasão da obra do teatro no Estado de Rondônia, como se estivesse criando um território dentro do nosso Estado, com as fronteiras brasileiras, com o garimpo Roosevelt, sobre o qual, no domingo, o Fantástico trouxe mais uma matéria. De repente, podemos viver mais uma cena como a que assistimos no garimpo Roosevelt, onde 19 pessoas perderam suas vidas.

            E, infelizmente, não estamos vendo o Exército brasileiro trabalhando, cuidando das nossas fronteiras.

            Sr. Presidente, só para V. Exª ter uma noção, eles invadiram a construção do Teatro de Porto Velho mais ou menos com cem policiais do Exército munidos de metralhadora giratória, mais de vinte viaturas e interditaram todas as ruas que davam acesso à área de construção do teatro da nossa capital. E eu pergunto: para que era essa metralhadora giratória? Era para atirar em quem? Era para atirar nos artistas? Era para atirar no povo? Era para atirar no Governador do Estado de Rondônia?

            Hoje, graças a Deus, tanto eu quanto o Senador Raupp fizemos contato com o Ministro Nelson Jobim, que, de pronto, marcou uma audiência com a Bancada de Rondônia, às 17 horas, para que possamos achar e construir uma saída pacifica, até porque, Sr. Presidente, se o Governador Ivo Cassol for dar o mesmo tratamento que o Governo Federal, por intermédio do Exército, está dando ao Estado de Rondônia, o Governador vai desalojar o Incra, vai desalojar a Funasa, os Correios, vai desalojar o DNPM, porque todos esses órgãos estão em áreas ocupadas do Estado de Rondônia.

            Fica aqui, Sr. Presidente, o meu registro, a minha indignação e espero que, na maneira mineira de tratar as coisas, o nosso Ministro Nelson Jobim apresente uma solução, para que possamos sair desta crise criada pelo Exército brasileiro lá no meu Estado de Rondônia, na mais perfeita harmonia.