Discurso durante a 202ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da Carta do Movimento pelo Fim do Voto Secreto, de Manaus. Apelo aos dirigentes do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (CETAM) e da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) pela criação de cursos especiais. Homenagem pelo transcurso do Dia do Servidor Público.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
LEGISLATIVO. EDUCAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.:
  • Registro da Carta do Movimento pelo Fim do Voto Secreto, de Manaus. Apelo aos dirigentes do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (CETAM) e da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) pela criação de cursos especiais. Homenagem pelo transcurso do Dia do Servidor Público.
Publicação
Publicação no DSF de 07/11/2007 - Página 39255
Assunto
Outros > LEGISLATIVO. EDUCAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, DOCUMENTO, ASSINATURA, DIRIGENTE, ENTIDADE, SINDICATO, DIOCESE, INSTITUIÇÃO RELIGIOSA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), DEFESA, EXTINÇÃO, VOTO SECRETO, BENEFICIO, ETICA, LEGISLATIVO, PRESTAÇÃO DE CONTAS, POVO, BRASIL, REGISTRO, OPINIÃO, ORADOR, RESTRIÇÃO, SITUAÇÃO, DERRUBADA, VOTO.
  • REGISTRO, DIFICULDADE, SITUAÇÃO, TRABALHADOR, EMPRESA SUBSIDIARIA, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), ESTADO DO AMAZONAS (AM), RODIZIO, DIA, JORNADA DE TRABALHO, OBSTACULO, FREQUENCIA ESCOLAR, SOLICITAÇÃO, ESCOLA TECNICA, UNIVERSIDADE ESTADUAL, BUSCA, ALTERNATIVA, CURSO ESPECIAL, VALORIZAÇÃO, EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO, EMPREGADO.
  • HOMENAGEM, DIA, SERVIDOR, DENUNCIA, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL, INCONSTITUCIONALIDADE, SALARIO, INFERIORIDADE, SALARIO MINIMO, EXTINÇÃO, INSTITUTOS DE PREVIDENCIA, RETIRADA, ASSISTENCIA, CONTRIBUINTE, RECLAMAÇÃO, PENDENCIA, JUSTIÇA, PAGAMENTO, TOTAL, APOSENTADORIA, EXPECTATIVA, ORADOR, PROVIDENCIA, AUTORIDADE ESTADUAL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, registro, para que conste dos Anais desta Casa, a Carta do Movimento pelo Fim do Voto Secreto, de Manaus, dirigida aos parlamentares.

O documento traz a assinatura de dirigentes de 61 entidades, entre as quais o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Cáritas Arquidiocesana, as Pastorais Sociais, a União dos Estudantes do Amazonas, o Conselho Indigenista Missionário, as Pastorais da Criança e da Juventude, a Igreja Evangélica Luterana do Brasil, a Faculdade Salesiana Dom Bosco, a Comissão Pastoral da Terra, e várias outras organizações religiosas e sindicatos.

            Assinala a Carta que “o voto secreto tem sido usado como escudo para asfixiar a ética no Congresso”. E acrescenta que “os parlamentares têm a obrigação de prestar contas ao povo brasileiro”.

Minha posição é conhecida nesta Casa. Sou plenamente favorável a acabar com o sigilo do voto no caso de cassação por quebra do decoro parlamentar. Não aprovo, no entanto, a extinção do voto secreto para todos os casos. No dos vetos presidenciais, por exemplo. Se acabar com o voto secreto, ficará muito difícil derrubar um veto. Esse é um dos casos que remontam à garantia do súdito contra o monarca, origem e razão do voto secreto no Parlamento inglês.

Anexo aqui a Carta do Movimento pelo Fim do Voto Secreto, de Manaus, bem como a lista dos signatários.

Como segundo assunto, gostaria de dizer que no interior do Estado do Amazonas são escassas as oportunidades de trabalho. Uma delas, talvez a mais importante, está na Petrobrás e nas empresas terceirizadas que lhe prestam serviços.

Centenas de amazonenses estão engajados nesse trabalho, que se realiza por turnos. Os trabalhadores são levados de avião para o local onde prestam serviço e ali permanecem 14 dias seguidos. Depois retornam e descansam por 14 dias.

De um lado, isso é muito bom, por resolver o sério problema de emprego. Mas o reverso da moeda é que esse sistema prejudica os estudos dos trabalhadores. Por terem de ficar fora de seus municípios por 14 dias, estão impedidos de fazer cursos técnicos ou superiores.

            Esse é o problema que me trouxe, por e-mail, um desses trabalhadores, o Sr. Sandro Araújo Ricardo, da cidade de Carauari. Ele gostaria muito de dar prosseguimento aos estudos, mas não pode fazê-lo. Não vai deixar um emprego tão importante para ele. Nem se pode esperar mudança no sistema de turnos da empresa, pois ele é imprescindível para a execução dos serviços. E o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas - CETAM e a Universidade Estadual do Amazonas não aceitam alunos que freqüentam as aulas por 14 dias e depois se ausentam por outros 14.

Como, segundo o Sr. Sandro, são cerca de 600 pessoas que prestam esse tipo de serviço e gostariam de fazer ao menos algum curso técnico, imagino que o CETAM e a UEA poderiam estudar alguma forma de atendê-los, criando, talvez, cursos especiais, em que os alunos que comprovadamente prestassem serviços à Petrobrás freqüentassem aulas por 14 dias, levando tarefas ou programas de estudos a cumprir nos outros 14 dias de ausência. A educação, todos sabemos, é muito importante e se há alguém querendo estudar, cabe aos responsáveis pelo ensino criar, para isso, o máximo de facilidade.

Fica aqui este apelo aos dirigentes do CETAM e da UEA.

Como terceiro assunto, o Dia dos Servidores comemorado recentemente, enseja oportunidade para saudar a todos os funcionários públicos, imprescindíveis ao bom funcionamento da máquina administrativa do País, nas suas três esferas de Governo: Municipal, Estadual e Federal.

Nem todos no Amazonas podem, no entanto, comemorar essa data com a alegria de ser um servidor do Estado. Recebi há dias o relato minucioso de um repórter fotográfico, Nonato Oliveira, dizendo que há mais de dez anos o Governo do Amazonas paga apenas R$136,00 a servidores, ferindo a Constituição Federal, que estabeleceu salário mínimo - hoje, de R$380,00 - para todo o País.

Esse servidor relata ainda outras duas situações. Diz que, com a extinção do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado do Amazonas - IPASEA, servidores que tiveram o desconto, por tantos anos, de repente ficaram sem a assistência do Instituto. Foram lançados às demoradas filas do SUS, tendo de aguardar dois a três meses para ser atendidos.

A outra situação também se refere ao IPASEA. Segundo o mesmo relato, o Governo do Estado, quando extinguiu o Instituto, informou que os descontos em folha para a Amazon Prev se destinariam apenas a aposentadoria, o que não vem ocorrendo. E então, servidor que contribuiu durante 35 anos, quando se aposenta recebe apenas 30% do que ganhava na ativa.

Diz o servidor que alguns dos prejudicados recorreram à Justiça e obtiveram ganho de causa. Nem todos, porém, podem contratar advogados e arcar com as custas dos processos. E então indaga - a meu ver, com toda a razão: “Se a Justiça já reconheceu esse direito, por que o Governo do Estado não o estende, automaticamente, a todos os servidores?”

Fica aqui este registro da reclamação do repórter fotográfico Nonato Oliveira para que as autoridades estaduais tomem as devidas providências.

Era o que tinha a dizer.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

Carta do Movimento pelo Fim do Voto Secreto


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/11/2007 - Página 39255