Discurso durante a 204ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao septuagésimo primeiro aniversário de nascimento e o primeiro aniversário de falecimento do Senador Ramez Tebet, Presidente do Senado Federal, no período 2001-2003.

Autor
Valter Pereira (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Valter Pereira de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao septuagésimo primeiro aniversário de nascimento e o primeiro aniversário de falecimento do Senador Ramez Tebet, Presidente do Senado Federal, no período 2001-2003.
Aparteantes
José Sarney, Marco Maciel.
Publicação
Publicação no DSF de 08/11/2007 - Página 39289
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, RAMEZ TEBET, EX SENADOR, EX PREFEITO, MUNICIPIO, TRES LAGOAS (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), EX-DEPUTADO, ADVOGADO, PROFESSOR, DIREITO, EX MINISTRO DE ESTADO, DATA, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, ELOGIO, VIDA PUBLICA, CONTRIBUIÇÃO, ETICA, DEMOCRACIA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
  • ELOGIO, FIDELIDADE PARTIDARIA, RAMEZ TEBET, EX SENADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), AGRADECIMENTO, ESCOLHA, ORADOR, SUPLENTE.

O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, reverenciar a figura do grande homem público que foi Ramez Tebet representa mais do que a simples emulação de sua memória e da saudade que deixou no coração dos amigos, colegas, companheiros, admiradores e, especialmente, dos seus familiares.

Vários deles estão aqui hoje participando desta homenagem, valendo destacar a presença de seu filho Rodrigo, do seu genro Eduardo. A Prefeita Simone Tebet, herdeira de sua vocação política, dentro de alguns instantes também estará participando deste evento, vez que o vôo em que ela viria se atrasou e ela não pôde chegar aqui para o início desta sessão.

Não poderíamos deixar de falar da família sem lembrar, sobretudo, daquela esposa dedicada, Fairte Nassar Tebet, verdadeiro esteio onde o bravo Senador se apoiou durante a sua trajetória e, sobretudo, durante o percurso desse doloroso calvário, que todos nós acompanhamos, pelo qual passou.

Além de seus familiares, vieram aqui numerosos amigos de longa data. Prefeitos estão aqui hoje: Prefeita Ilca, de Nioaque; Prefeito Joaquim, de Rio Pardo; Maurílio, de Maracaju; Ildomar, de Alcinópolis; Lídio, de Iguatemi; e o Beto Pereira, de Terenos. Estão, aqui, dirigentes partidários. Está aqui o Presidente do Diretório Estadual do PMDB de Mato Grosso do Sul, ilustre Deputado Waldemir Moka; Deputado Nelson Trad, da Comissão Executiva do nosso Partido, parlamentares, enfim, todos os amigos que sempre cercaram essa figura ímpar do Senador Ramez Tebet.

O Senador Delcídio Amaral não conseguiu chegar a tempo, mas telefonou-me, pedindo que consignasse a sua homenagem ao amigo fraterno e o seu cordial abraço a toda a família deste ilustre homenageado.

Discorrer sobre a história do Senador Ramez Tebet é falar de vida: vida pessoal, vida familiar, vida profissional, sobretudo, vida pública incomum. O Senador Ramez Tebet teve essa marca. Ele se distinguiu por seus grandes exemplos. Por essa razão, por se falar em vida, a Hora do Expediente desta sessão, que é uma sessão de homenagem reverencia a data do seu aniversário. Exatamente, hoje, ele completaria os seus 71 anos de idade. 

Ao invés de rememorarmos a grande perda, a lacuna profunda e a indisfarçável tristeza decorrentes de sua passagem, entendemos mais apropriado refletir sobre os seus exemplos de dignidade, de companheirismo, de amizade, e, sobretudo, de fidelidade aos virtuosos princípios que sempre cultivou e legou a todos os seus amigos e companheiros.

Comemoramos, pois, a vida de Ramez Tebet, que veio ao mundo em 7 de novembro de 1936, no Município de Três Lagoas, no meu Estado, para torna-se mais tarde um dos mais importantes líderes políticos de Mato Grosso do Sul e do Brasil.

Comemoramos a vida de um político vocacionado, que, na longínqua década de 1950, deixara sua pequenina Três Lagoas para estudar na grande metrópole do Rio de Janeiro. E, na vida acadêmica da antiga capital, ensaiava os primeiros passos nos dois caminhos que o destino promissor lhe reservava: a advocacia e a política.

Nessa época, o então acadêmico Ramez Tebet foi estagiário de um famoso advogado chamado Dr. Aluizio Pinheiro de Vasconcelos, quando começou a freqüentar o fórum e o tribunal do júri. Além disso, aproveitava suas folgas para assistir, no Palácio Tiradentes, aos discursos inflamados de políticos da estirpe de Fernando Ferrari, Alberto Pasqualini, Octávio Mangabeira, Afonso Arinos, Gustavo Capanema, Carlos Lacerda, entre outros notáveis nomes da vida nacional.

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Senador Valter Pereira, permita-me...

O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS) - Honra-me V. Exª.

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - ...convidar o Exmº Sr. Governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, para compor a Mesa, neste momento importante de homenagem ao nosso querido Senador Ramez Tebet.

O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS) - E quero agradecer a distinção de V. Exª de chamar o Governador do Estado para sentar a esta mesa, já que, além de ser o representante de nosso Estado, é, sobretudo, um discípulo do eminente Senador Ramez Tebet. Aliás, Sr. Presidente, eu gostaria até de destacar a presença dessas lideranças cujos nomes já declinei, e agora acrescida do Governador André Puccinelli, para um fato que é muito importante. Estão aqui presentes o Governador André Puccinelli, talvez o discípulo mais antigo do Senador Ramez Tebet, e um dos mais jovens discípulos dele, que é Vereador de Três Lagoas, o Vereador Tonhão, que está ali à frente, com uma história curiosa da vida do Senador Ramez Tebet. Discípulo dos mais recentes, o nosso eminente Senador havia prometido ao Tonhão que o traria para conhecer Brasília e para adentrar aqui no recinto do Senado Federal. Esse foi um sonho acalentado pelo Vereador e que não pôde ser realizado, porque faltou tempo ao Senador Ramez Tebet para trazê-lo aqui. Hoje, ele veio especialmente para esta sessão, junto com vários outros vereadores - ao lado dele está o Vereador André, de Santa Rita e outros tantos que aqui neste Plenário.

Mas estava dizendo, Sr. Presidente, que naquela época, naquele clima de faculdade, naquela freqüência ao Fórum, ao Palácio Tiradentes, é que desabrochou a veia retórica que viria dar substância aos futuros embates jurídicos do então futuro advogado Ramez Tebet e empolgar futuramente suas pelejas políticas tanto nos palanques quanto nas tribunas que ele passaria a ocupar.

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Permita-me mais uma vez, Senador.

O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS) - Honra-me, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Convido a Senadora Marisa Serrano para compor a Mesa, em homenagem aos demais Parlamentares que estão presentes na Casa. Peço desculpas por não ter feito o convite logo na sua chegada, Senadora.

O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS) - Prossigo, Sr. Presidente.

Acredito que 1957 tenha sido o ano em que o então acadêmico Ramez Tebet ocupou o primeiro cargo eletivo de sua vida: o de presidente da Associação Mato-grossense de Estudantes, entidade representativa de seus conterrâneos que estudavam no Rio de Janeiro.

Já em 1960, com o diploma nas mãos, pegou o velho trem da Noroeste do Brasil e rumou para Três Lagoas, a fim de iniciar uma carreira vitoriosa de advogado, professor e promotor público, que desaguou na sua brilhante e inesquecível ascensão política. E essa ascensão começava em 1974, quando fora convidado para assumir o cargo de Prefeito de Três Lagoas. Certamente, aí reside uma das principais razões do extremado amor que ele sempre proclamava a sua terra natal.

E esse sentimento ele não escondia em lugar algum, muito menos nesta tribuna.

Nesse sentido, vale lembrar pequeno trecho do último discurso que o ardoroso filho de Três Lagoas pronunciou nesta Casa, no dia 17 de outubro de 2006, enaltecendo a realização de parcerias público-privadas no Estado. Um mês antes de seu passamento, Sr. Presidente, estas foram as palavras do velho guerreiro: “Aqui está um representante de Três Lagoas, talvez o mais antigo - se não for o mais antigo, o mais caloroso defensor de Três Lagoas e de Mato Grosso do Sul -, troféu que não entrego a ninguém! Troféu que ostento com júbilo e com muita satisfação.”

E continuava o Senador Ramez Tebet: “(...) Como é bom falar do meu torrão natal, pensando no Brasil.”

E assim finalizava seu pronunciamento, ao ouvir soar a campainha do plenário, talvez de modo similar ao alerta que já prenunciava, de certa forma, a chegada do momento final: “Ouço a campainha tocar, alertando-me sobre o tempo, mas o que está tocando é a campainha do meu coração. Permita-me! Eu não quero parar.”

Esse era o Ramez.

Exatamente um mês depois, quis o Senhor levar aquele dileto filho para o seu convívio. E parou o seu coração. Mas não a sua obra e seus exemplos, que continuam pulsando. Pulsando em Mato Grosso do Sul, pulsando no Brasil.

Na infra-estrutura do meu Estado e dos Municípios, estão cravadas as suas marcas. Nas escolas, ginásios cobertos, centros culturais e unidades de saúde espalhadas por Mato Grosso do Sul, as batidas do seu coração dão vida à educação, ao entretenimento e à saúde do povo.

Prossegue a luta pelo desenvolvimento e a erradicação das desigualdades regionais, que se agigantaram em 2000, quando o nosso homenageado submetia ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Complementar nº 78.

No plano nacional, as repercussões de seu trabalho não foram diferentes. A Lei nº 11.101, de 2005, que resultou de parecer do combativo Ramez Tebet na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), em cujos termos foram estabelecidos critérios para a recuperação de empresas, continua protegendo empresas que antes eram condenadas à falência e preservando empregos fadados a desaparecer com o fechamento delas.

A Universidade do Legislativo Brasileiro - Unilegis, lembrada aqui pelo eminente Presidente Tião Viana, que foi implantada graças, sobretudo, à firmeza e à determinação do Senador Ramez Tebet, embora de autoria do Senador José Sarney, segue alicerçando a formação acadêmica daqueles que buscam o conhecimento científico e a capacitação formal da atividade política.

Enfim, Sr. Presidente, o Senador Ramez Tebet partiu, mas a sua obra prossegue. No entanto, se tivesse que destacar os mais importantes atributos da personalidade do nosso homenageado, o que mais destacaria seria o seu espírito conciliador, o profundo respeito que devotava às pessoas, o elevado padrão ético de sua conduta e a extraordinária lealdade que distinguia seus amigos e companheiros. A despeito de ter exercido mandatos e funções relevantes, como o de Prefeito de Três Lagoas, Deputado Relator da Constituinte de Mato Grosso do Sul, Vice-Governador do meu Estado, Superintendente da Sudeco, Ministro da Integração Nacional e Presidente do Senado Federal, transitou incólume, inatacável, intangível por todos esses cargos e por outras missões que tivera que cumprir.

Mais importante do que os cargos que exercera com tanta responsabilidade era a autenticidade do seu comportamento pessoal. Mesmo nos píncaros da glória, Ramez não perdera a humildade, não deixara de ouvir os velhos amigos, não guardava ressentimentos e sabia reconhecer as virtudes das pessoas, por mais humildes que fossem.

Hoje em dia, poucos candidatos à eleição majoritária escolhem seus vices ou suplentes em razão da identidade política, da fidelidade partidária e da dedicação ao parceiro da causa pública. Nas duas eleições de Senador a que concorrera, foram esses os critérios de escolha de todos os seus suplentes. Tinha que haver identidade, identidade política sobretudo. Em nenhum momento prevaleceu outro tipo de atributo. Em nenhum momento, alguém foi escolhido que não fosse um companheiro seu do PMDB. E foi assim que se deu a minha escolha para a sua chapa, que me levou a sucedê-lo nesta Casa.

Em momento em que a fidelidade partidária chega ao rés do chão, obrigando a Suprema Corte do País a erigi-la por decisão judicial, a conduta política de Ramez Tebet torna-se exemplar.

Apesar de rememorarmos a vida desse grande brasileiro, é compreensível que ainda subsista o sentimento de sua ausência.

E, para compensá-lo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, convidados, Prefeitos, Vereadores e dirigentes partidários, vale encerrar este pronunciamento com as palavras de Fernando Sabino:

De tudo ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro.

Era essa a mensagem que queríamos transmitir nesta memorável sessão em que reverenciamos a memória deste grande...

O Sr. Marco Maciel (DEM - PE) - Nobre Senador Valter Pereira, V. Exª me concede um aparte?

O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS) - Honra-me, Senador Marco Maciel.

            O Sr. Marco Maciel (DEM - PE) - Nobre Senador Valter Pereira, desejo cumprimentá-lo pelo discurso que profere a respeito do grande amigo, Senador Ramez Tebet. V. Exª se expressou muito bem ao definir a personalidade, a atuação política e a contribuição que Ramez Tebet deu não somente à sua cidade Três Lagoas e ao seu Estado, mas também ao Brasil, em diferentes funções públicas que exerceu no plano nacional, como Senador da República, Presidente do Senado Federal e Ministro de Estado. Tive a ventura de conhecer Ramez Tebet quando ainda era ele Governador do recém-criado Estado do Mato Grosso do Sul. Convivi com ele por longo tempo em diferentes funções que desempenhou e tive oportunidade de admirar-lhe as virtudes e a forma humana como se comportava. Como Terêncio, poderia dizer que nada que era humano lhe era estranho. Era uma pessoa caracterizada por uma grande provisão de humanismo que o fazia, conseqüentemente, um grande cidadão, sem contar também se tratar de um vir probus, homem público honrado, acatado, sério, que sempre tinha em mira o bem comum. Por isso, não poderíamos deixar de reconhecer a sua contribuição ao País e às suas instituições, e de tomá-lo como exemplo de homem público, no momento em que as instituições estão muito erodidas, necessitando de um aggiornamento, de um repensar sobre as questões republicanas, entendidas no sentido ciceroniano do termo, ou seja, como busca da res publica, como preocupação com os princípios éticos que devem nortear a vida pública nacional. Cumprimento V.Exª pelo discurso e também pelo fato de, havendo assumido a vaga decorrente do falecimento do Senador Ramez Tebet, continuar a obra de Senador atento, quer nas comissões, quer no Plenário. Muito obrigado a V. Exª.

O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS) - Só posso agradecer a manifestação de V. Exª, sabedor que sou da estima que o Senador Ramez Tebet tinha por V. Exª.

Honra-me, Senador José Sarney.

O Sr. José Sarney (PMDB - AP) - Ilustre Senador, eu queria que V. Exª acolhesse, no seu discurso, um aparte meu que certamente não vai acrescentar nada às palavras que V. Exª profere nessa tribuna. Foram palavras brilhantes que expressam o sentimento de toda esta Casa. Mas eu não ficaria bem comigo mesmo se não dissesse que eu tenho, em relação a Ramez Tebet, três sentimentos a expressar neste momento: primeiro, um sentimento de saudade. Saudade que, como dizia Euclides da Cunha, é um sentimento difícil de a gente lidar com ele; saudade pelo que ele representava, para todos nós, como amigo; saudade, como colega nesta Casa; saudade, como correligionário. Um amigo sempre muito correto, muito atencioso, muito afetuoso; um amigo daqueles que não se esquece, pela sua personalidade inconfundível; um amigo, também, que deixou exemplos importantes para todos nós, exemplos de lealdade pessoal para com as pessoas que eram seus companheiros, um exemplo de trabalho. Ramez Tebet era um trabalhador incansável nesta Casa. Ele tinha um sentimento muito grande pela atividade legislativa. Diariamente ele estava aqui de manhã até a noite, trabalhando nas comissões, trabalhando aqui no plenário, opinando, trazendo seu farto cabedal de conhecimentos para melhorar a nossa atividade legislativa. Conheci o Senador Ramez Tebet ainda quando Presidente da República e ele Superintendente da Superintendência do Centro-Oeste, onde ele só fez o que fazem os bons administradores: honrar a função que exercia. Tenho um sentimento também de reconhecimento, em nome do País, pelo que ele representou para o Brasil. Representou aqui nesta Casa não só a presença de um grande homem público como Presidente do Senado Federal, mas também como homem de grandes virtudes cívicas, de grandes qualidades de cidadão. Ao mesmo tempo, ele era para todos nós uma referência aqui dentro do Senado, referência não somente para nós, mas referência para o País, que deve muito a ele por tudo que ele fez aqui dentro do Poder Público, no Congresso Nacional e na Administração Pública. Eu também quero elogiar o grande jurista que ele era. Quero elogiar o homem de conhecimento que não guardava, homem do conhecimento prático, daquilo que o Camões chamava do saber vivido. Quer dizer que ele tinha não somente o que escondia do que acumulara como conhecimento humano, mas também o que transmitia - e colocava tudo dentro de toda atividade que exercia no Congresso Nacional. Quero fechar esse aparte a V. Exª dizendo como todos nós aqui sentimos a sua falta, a sua ausência ali naquela cadeira, sempre se levantando, sempre dando aquela palavra, muitas vezes uma palavra que parecia de exaltação, que nada mais era do que o vigor que procurava imprimir a seus sentimentos. Ele deixa também para todos nós o reconhecimento do que é um homem que tinha um valor pela vida. Ele lutou até o fim pela sua vida, deixando um exemplo para todos nós até os últimos dias da sua vida. Já nas suas últimas forças, ele aqui estava, dando a todos nós que o acompanhávamos aquele sentimento grande de quem via, na sua pessoa, um homem que tinha aquela gratidão ao Criador da graça da vida, que ele procurava exercer até o último minuto. Não se deve esquecer de que, na personalidade de Ramez Tebet, havia um ponto fundamental, que era o amor ao seu Estado. Em tudo o que ele fazia, nas suas palavras, nos seus gestos, no seu comportamento, Mato Grosso estava em seu coração. Portanto, são essas as palavras de saudade, de reconhecimento e de elogio que eu peço a V. Exª que coloque no seu discurso como uma manifestação deste seu colega. Muito obrigado.

O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS) - Muito obrigado, Senador José Sarney. Eu falava toda semana com o Senador Ramez Tebet e ouvi muitas vezes as referências de carinho que ele devotava a V. Exª, que enriquece meu pronunciamento no momento em que faz justiça com esse depoimento tão importante e que, certamente, será incorporado ao meu pronunciamento.

Lembro uma oração que ele fazia a mim e tenho certeza de que muitos ouviram neste auditório e em público, nos palanques. Vou lembrá-la a propósito de sua referência quando diz do reconhecimento que ele tinha pela graça da vida. Ele dizia sempre: “Deus deu muito mais do que aquilo que eu merecia, e sou-lhe grato por isso”.

Cansei de ouvir essas palavras, assim como muitos aqui cansaram de ouvi-las. Mas, Sr. Presidente e Srs. Senadores, não poderia deixar esta tribuna sem antes registrar a presença de mais dois Deputados do meu Estado. Já estavam aqui o Deputado Valdemir Moca, Presidente do Diretório Estadual do PMDB, o meu Partido, e o Deputado Nelson Tradi e, agora, esta Bancada está representada também pelo Senador Dagoberto Nogueira e pelo Deputado Geraldo Resende.

Deputado Dagoberto e Deputado Geraldo, obrigado por sua presença juntamente com os Deputados Moca e Nelson Tradi. Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/11/2007 - Página 39289