Discurso durante a 204ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo aniversário de falecimento do Senador Ramez Tebet.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo aniversário de falecimento do Senador Ramez Tebet.
Publicação
Publicação no DSF de 08/11/2007 - Página 39304
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, ANIVERSARIO DE MORTE, RAMEZ TEBET, EX SENADOR, EX PRESIDENTE, SENADO, ELOGIO, VIDA PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, ATUAÇÃO, PERIODO, CRISE, POSSE, PRESIDENCIA, CONGRESSO NACIONAL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, concordo plenamente com a rigidez com que devemos considerar o Regimento da Casa, mas não dá para olhar o retrato do Senador Ramez Tebet e não me pronunciar a respeito dele. Eu sei que muitos falaram, e muito bem, sobre uma figura tão insigne, tão merecedora de elogios do País inteiro, grande Presidente do Congresso Nacional que foi. Mas o Presidente Ramez Tebet viveu comigo alguns momentos que julgo memoráveis para a minha lembrança. Um deles foi logo que eu liderava o Governo Fernando Henrique e ele foi eleito Presidente do Congresso.

Houve uma manifestação bastante infantil de um grupo de deputados que, certamente, amadureceram. O tempo passou; devem estar mais maduros. E foram ao insulto pessoal contra o Presidente Ramez Tebet. Aquilo era, claramente - o Governo não pode se queixar da Oposição que tem hoje -, uma manifestação da Oposição da época, tentando inviabilizar a autoridade do Presidente que tinha acabado de ser eleito para cumprir o mandato que antes pertencia ao Senador Jader Barbalho. E Ramez Tebet enfrentou os manifestantes, os grosseiros manifestantes da época. Houve, inclusive, ameaça de cassação. Ameaça, não. Eu ameacei; pedi a cassação do mandato de um deles, figura que prezo, estimo. Recuou, evidentemente. Fizemos um entendimento. Não havia a intenção de punir ninguém daquela forma, mas havia a intenção de dizer que não podiam desautorizar a figura do Presidente do Congresso como tentaram fazer. E fiquei ao lado do Senador Ramez Tebet. Havia, no Plenário da Câmara, todas as saídas laterais possíveis. Eu lhe disse que estava ao seu lado, e havia um grupo de Deputados que tinha virado uma turba. Aquilo não era um grupo de Parlamentares; virou uma turba naquele momento. A matéria da Folha de S.Paulo foi ridícula, insultando Ramez Tebet. Mas muito bem. Ele me disse: Arthur, se você quer sair mesmo comigo, vamos pela frente. Eu vou sair encarando esse pessoal. Eu disse: vamos sair pela frente. E saímos pela frente. Os barulhos foram se reduzindo a quase nada, até que ele passou em silêncio. No dia seguinte, marcamos a reunião do Congresso Nacional, e ele falou sobre o silêncio de todos: vocês acham que podem enfrentar a instituição desse jeito? Então venham, porque estamos prontos. Ele fez um discurso de estadista, um discurso que mostrava o homem sereno, porém corajoso que era.

Esse é um fato que eu quero destacar como muito significativo para mim. No mais, é uma ternura pessoal imensa e uma saudade que não passa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/11/2007 - Página 39304