O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Edison Lobão, autoridades que compõem a Mesa, Srªs e Srs. Senadores, ilustres visitantes que nos honram com sua presença no plenário do Senado Federal, meu discurso seria agora perfeitamente dispensável depois do longo, mas brilhante, pronunciamento do Senador Edison Lobão, que repercutiu os sentimentos do Senado Federal em relação a essa extraordinária contribuição que oferecem ao Brasil, ao longo de 80 anos, os mórmons que para cá vieram e continuam a contribuir com o desenvolvimento econômico, social e cultural do nosso País.

            De qualquer forma, também quero deixar registrado, em breve pronunciamento, o meu sentimento de alegria em poder prestar esta homenagem e, conjuntamente, celebrarmos os 80 anos da chegada ao Brasil dos missionários norte-americanos, especialmente de Utah. O trabalho de proselitismo, iniciado originalmente no século passado, numa colônia agrícola situada na cidade de Ipoméia, em Santa Catarina, expandiu-se e hoje é tradução da presença consolidada no Brasil da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

            A obra missionária daqueles que aqui chegaram, ainda no século passado, rendeu extraordinários frutos. Hoje, como já disse o Senador Edison Lobão, a Igreja possui quase um milhão de membros em nosso País. São quase duas mil capelas espalhadas por quase todo o território nacional, quatro templos - e o de Curitiba, a ser inaugurado em 2008; e quero ter a satisfação de estar presente no dia da inauguração -, 27 missões e 284 Centros de História da Família. São quase 13 milhões de membros espalhados pelo planeta e 53 mil missionários realizando um trabalho diário de assistência de caráter voluntário e não remunerado.

            Gostaria de registrar e enaltecer o trabalho de ajuda humanitária prestado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em todos os quadrantes do mundo e especialmente no Brasil.

            Aproximadamente 163 Países já receberam ajuda humanitária da Igreja em aportes expressivos, tanto em dinheiro quanto em material.

            Faço questão de registrar o meritório trabalho social dessa Igreja em nosso País, desenvolvido por intermédio do programa de trabalho voluntário chamado Mãos que Ajudam. Esse programa tem realizado projetos dos mais variados e em escala crescente. O mais recente foi deflagrado em todo o Brasil no último dia 7 de setembro. Foram reformadas 284 escolas públicas com a participação de 60 mil voluntários. Em 2007, igualmente, um grande mutirão promovido sob os auspícios do Programa Mãos que Ajudam realizou a reforma de roupas hospitalares em 290 hospitais públicos de 190 cidades brasileiras e costurou 190 mil peças de roupas, envolvendo milhares de membros e amigos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A Igreja dos Mórmons no Brasil realiza o exercício da função social na sua plenitude.

            O conceito que norteia o referido programa é a permanente ajuda humanitária e serviço comunitário, mobilizando milhares de voluntários de todas as idades, membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no Brasil, estendendo a mão a quem precisa. A sinergia do programa com outras entidades, instituições religiosas, empresas privadas, órgãos governamentais ou organizações assistenciais, levando alento aos menos favorecidos, deve ser destacada como exemplo de doação e altruísmo.

            A propósito, considero de suma importância o trabalho voluntário.

            Acredito verdadeiramente que cada um trabalhando localizadamente pode efetivamente ajudar sua comunidade. Esse é o exemplo que recolhemos da atividade de solidariedade humana que exerce essa Igreja.

            No dia 12 de outubro passado, a Igreja mobilizou mais de 50 mil crianças em todo o País para o trabalho de revitalização de 320 praças e parques públicos. São ações de voluntariado dessa natureza, orquestradas pelos integrantes e amigos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que deveriam ser disseminadas por todo o País.

            Só isso, Senador Edison Lobão, justifica esta homenagem que o Senado Federal presta nesta tarde por iniciativa de V. Exª.

            No rol de ajuda humanitária e trabalho voluntário prestado pela Igreja no Brasil devem ser mencionados ainda os programas de doação de sangue, limpeza e reforma de asilos, ajuda à terceira idade, cuidado com as nossas cidades e doação de kits para bebês internados em maternidades públicas. Uma presença missionária proativa de apostolado, mas que não ignora a realidade social e econômica que a cerca. Precisamos louvar essa atuação em prol das camadas mais necessitadas da população. Precisamos enaltecer essa visão estratégica do que é social e humano.

            A preocupação do trabalho missionário da igreja cujo foco é a família como uma das maiores fontes de felicidade nos parece extremamente salutar.

            A propósito, o Deputado Moroni Torgan, há pouco, lembrava-me de uma frase que resume bem o pensamento da Igreja com relação à família. É de David O. McKay: “Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso no lar”.

            Partindo da premissa de que a família, como instituição e célula mater da sociedade, enfrenta um processo de desintegração no mundo inteiro, sua ação missionária procura priorizar os laços familiares e contribuir para edificar um relacionamento baseado na harmonia e no amor fraterno.

            A obra missionária cresceu consideravelmente desde a chegada dos primeiros missionários norte-americanos de Utah. As atividades eclesiásticas da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias se expandiram graças ao esforço coletivo de membros que doam parte de seu tempo para servir a Igreja. São empresários, profissionais liberais e operários dos mais variados campos de atividades, que participam e integram a liderança da Igreja sem receber remuneração, os responsáveis por um trabalho de natureza religiosa cuja missão transcendeu a vertente doutrinária.

            Parabéns pelos 80 anos da chegada desses missionários ao Brasil, responsáveis por uma obra digna de louvor. Estão nos ajudando a construir uma grande Nação.

            Muito obrigado e que Deus lhes pague por essa obra que enaltece a figura do ser humano, especialmente em tempos difíceis como esses que vivemos, complexos e contraditórios, que colocam em xeque, inclusive, a crença de milhares de brasileiros e milhares de pessoas em todo o mundo.

            Parabéns pelos 80 anos da chegada ao Brasil.

            Muito obrigado. (Palmas.)