Discurso durante a 216ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anúncio da realização, em 2 de dezembro próximo, das eleições para a direção do Partido dos Trabalhadores, nas áreas nacional, estadual e municipal.

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Anúncio da realização, em 2 de dezembro próximo, das eleições para a direção do Partido dos Trabalhadores, nas áreas nacional, estadual e municipal.
Publicação
Publicação no DSF de 27/11/2007 - Página 41863
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, ELEIÇÃO, DIREÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AMBITO NACIONAL, AMBITO ESTADUAL, AMBITO REGIONAL.
  • HISTORIA, FUNDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • IMPORTANCIA, ELEIÇÃO, REFORÇO, UNIDADE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), VIABILIDADE, AMPLIAÇÃO, VOTO, ELEIÇÃO MUNICIPAL.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero fazer o registro de que, no próximo fim de semana, no dia 2, realizaremos a eleição para todas as direções do Partido dos Trabalhadores, no plano nacional, estadual e municipal.

Sr. Presidente, nós fundamos o PT no dia 10 de fevereiro de 1980. De lá para cá, tivemos como berço da fundação do nosso Partido pessoas oriundas de diversas organizações e movimentos sociais brasileiros. Tivemos que fazer um exercício muito interessante naquele momento, que foi adotar, no Estatuto do nosso Partido, a diversidade de pensamento dessas pessoas. Tivemos militantes oriundos da Teologia da Libertação, da Igreja Católica; tivemos militantes que vieram da chamada “Esquerda armada”, a luta urbana, armada, brasileira, dos anos 60 e 70; tivemos militantes do Movimento Sindical, do qual, inclusive, nasceu a grande liderança de Luiz Inácio Lula da Silva; pessoas que foram prejudicadas pelo regime da ditadura militar, que tiveram de deixar o Brasil e, por força da anistia, retornaram. Também participaram intelectuais, pessoas da Academia e tantas outras do campo e da cidade que estiveram no ato de fundação de nosso Partido. Com essa diversidade de pensamentos, tivemos de tomar um rumo diferente dos Partidos comunistas tradicionais do mundo inteiro. A Esquerda, no mundo, sempre se baseava em uma forma de pensamento muito fechada, o chamado centralismo democrático, que tinha uma posição partidária de vanguarda. O vanguardismo do movimento social não estava muito enraizado nos movimentos de massa.

Portanto, acredito que essas foram as duas bases que diferenciaram muito o Partido dos Trabalhadores das Esquerdas tradicionais no Brasil e no mundo.

Sr. Presidente, nós temos sete candidatos à Presidência Nacional do Partido dos Trabalhadores: Markus Sokol, Valter Pomar, Eduardo Cardozo, Jilmar Tatto, Gilney Viana, Carlos Miranda e Ricardo Berzoini. Sete candidatos à Presidência. Todos oriundos de correntes distintas dentro do PT, mas com um único propósito: o de manter, dentro dessa diversidade, a unidade inabalável do PT, que, nestes 27 anos de existência, conseguiu fazer uma excelente experiência no Parlamento, conseguiu uma excelente experiência no Executivo estadual, municipal e, agora, no Governo Federal.

Nosso Partido conseguiu a construção de uma liderança de massa do porte de Luiz Inácio Lula da Silva, fato revolucionário para o pensamento do povo brasileiro, que, ao longo dos 117 anos da nossa República, teve de conquistar, com muita dificuldade e muita dureza, o direito ao voto, desde 1824, passando todo esse tempo, convivendo com problemas, como a turbulência da democracia no Brasil.

Nosso primeiro Presidente já foi o General do Exército Deodoro da Fonseca. Tivemos de conviver com dificuldades, como foi Artur Bernardes, que tratava o movimento social como um caso de polícia. Tivemos a ditadura de Getúlio Vargas; tivemos o período militar por, mais ou menos, 20 anos. Sempre tivemos dificuldades na área da economia, na área do desenvolvimento e, principalmente, na hora de investir na área do conhecimento. Nesse período inteiro, as classes sociais brasileiras jamais tiveram a oportunidade de chegar aonde chegaram.

Fico muito feliz pelo fato de o PT, não sozinho, ter trabalhado para chegar aqui, formando também alianças, consolidadas alianças políticas. E hoje estamos na iminência de realizar mais uma de nossas eleições.

Acredito ser o PT o único Partido brasileiro, hoje, que realiza eleição direta para suas direções. Desconheço outra experiência como tal. E haveremos de sair dessa eleição o mais fortalecido possível internamente, para que possamos avançar com a nossa experiência em outras prefeituras na eleição do ano que vem, administrando o maior número possível de cidades pequenas, médias e grandes.

Em 1985, começamos com 12 Municípios e, hoje, estamos administrando mais de 400 Municípios e 5 Estados.

Tivemos excelentes experiências, como foi o caso do Distrito Federal - Cristovam Buarque implantou algumas políticas sociais, como o Bolsa-Escola -, e o caso de Porto Alegre, em cuja prefeitura inovamos ao criar o orçamento participativo. Então, são muitas as contribuições que o nosso Partido deu ao povo brasileiro. Agora, esta experiência no Governo Federal.

Sei que não é fácil para muitos a relação entre o Partido e as instituições do Poder Público: onde há um Prefeito do PT, a relação com a Direção Municipal; onde há um Governador, a sua relação com a Direção Estadual; e, agora, a experiência do Governo Federal em relação à Direção Nacional do Partido. Mas, acima de tudo, a contribuição que temos dado para o sucesso do Governo do Presidente Lula, o sucesso de cada um dos Governadores e de cada um dos Prefeitos e das Prefeitas e, principalmente, a unidade interna do PT, que discute como sempre, aquilo em que sempre acreditou ao longo da história, as bases conceituais do nosso programa político.

Então, aproveito este momento para chamar a atenção de todos os filiados do PT. Já somos perto de um milhão de filiados. Que compareçamos em massa no dia 02 de dezembro, para fazer a escolha da nova direção para o plano nacional, para os planos estaduais e para os planos municipais. Quem sabe até evitemos o segundo turno. Instituímos que, nas instâncias em que há mais de dois candidatos, se nenhum deles alcançar 50% mais um dos votos, não poderá tomar posse de imediato, e será feito um segundo turno.

Espero que não precisemos disso, que as filiadas e os filiados compareçam a essa eleição e façam o depósito de seu voto confiantes naquilo que é o forte do nosso histórico: a unidade do Partido dos Trabalhadores.

Pela governabilidade do Brasil, dentro dos propósitos com que trabalhamos até aqui, pelo fortalecimento da municipalidade, por conta das eleições do ano que vem, e pelo sucesso de cada um dos Governadores que temos hoje - Binho Marques, no Acre; Ana Júlia Carepa, no Pará; Jaques Wagner; na Bahia; Marcelo Déda, em Sergipe; e Wellington Dias, no Piauí -, que façamos a cada dia a demonstração dos propósitos daquilo que alimentamos como sendo o socialismo eminentemente brasileiro.

Em nome disso, conclamo a família petista a comparecer, em massa, no dia 02 de dezembro, para que possamos dar mais um banho de democracia e de fortalecimento desta importante sigla partidária do nosso País que é o Partido dos Trabalhadores.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/11/2007 - Página 41863