O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, só quero registrar - isto estava nas minhas anotações - algumas palavras sobre o Dia Nacional do Doador, a que se referiu o Senador Mão Santa. Isso é muito importante.

O Estado do Espírito Santo realiza muitos transplantes de rim e também transplantes em diversas outras áreas. Temos avançado muito nesse sentido, a despeito das dificuldades por que passa a Saúde no Brasil. E o apelo do Senador Mão Santa ao Ministro Temporão vale também para meu Estado.

Quero, neste dia, abraçar uma pessoa, amiga de São Paulo: Eliane. V. Exªs acompanharam, no ano passado, o drama dessa mulher, transplantada de fígado. Quinze anos depois, o organismo dela rejeitou o fígado, e ela entrou em processo de falência múltipla. Ainda não era a primeira da fila, e o marido, Wagner, precisou ir para os Tribunais para conseguir o transplante. Travou uma luta incansável nos Tribunais, e seu esforço foi recompensado. Deram prioridade à esposa dele, e ela recebeu um fígado, mas precisaram retirá-lo, porque o fígado estava com problemas. Ela passou meses a fio com a barriga aberta, na iminência de perder a vida, esperando a chegada de um fígado. Essa mulher venceu a morte. Parabéns à pessoa que doou o fígado!

Senador Paim, diante do quadro da Eliane, o Brasil inteiro falou sobre o assunto. Senador Mão Santa, transmitiram as imagens, que eram tremendas! Ela ficou com a barriga aberta, sem que pudesse fechá-la. Na semana passada, estive na casa dela e vi as imagens. Ela testemunha para o Brasil inteiro o milagre que Deus fez na vida dela. É uma coisa tremenda, Senador Paim! Ela virou símbolo dessa luta.

O indivíduo que precisa de transplante não tem de ser registrado pelo número na fila, mas pela necessidade. A fila não pode valer pelo número de inscrição, mas pela necessidade do indivíduo. O cidadão pode ser o vigésimo da fila, mas pode estar morrendo; e o primeiro pode ainda não estar morrendo e ter possibilidade de viver por dois ou três anos tranqüilamente, até que chegue sua vez; e, se o caso dele se agravar, que seja o primeiro da fila! Que a fila caminhe dentro da necessidade de cada um! Foi isso que o quadro da Eliane mostrou, com a cobertura da mídia.

Então, neste dia, quero incentivar as pessoas - não tão-somente fora da nossa realidade, mas na nossa própria família -, para que sejamos todos doadores. Dizia o Senador Mão Santa, antes de encerrar sua fala, que, quando se doa, está se doando a própria vida para alguém que precisa dela.

Portanto, este dia é muito importante.

Abraço a Eliane e o Wagner, esse casal de amigos que se tornou símbolo dessa luta em todo o País. E, aqui, não estou fazendo merchandising, porque não conheço, nem sei qual é o plano de saúde de ninguém, mas a Amil, que era o plano de saúde dela - a conta dos transplantes dessa mulher foi coisa de milhões - cobriu os custos.

Hoje, temos um grande problema com plano de saúde, que quer saber se a pessoa espirra muito de noite, porque, se espirrar, já é um preço diferente, vai gastar mais remédio; quer saber se a pessoa levanta muito à noite, se tem a bexiga solta, se não tem. Para fazer um plano de saúde, perguntam qual é sua idade, e, aí, faz-se o plano de saúde, mas, na hora da necessidade, ele não cobre as despesas.

Então, Senador Paim, quero aqui, hoje, conclamar todos os brasileiros, para que sejamos doadores da vida.

Muito obrigado.