Discurso durante a 227ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa de maior envolvimento dos brasileiros com a preservação da Amazônia. Sugestões de ações convergentes entre as prefeituras e secretarias de meio ambiente, bem como entre os governos federal e estadual para a formulação de políticas públicas destinadas a combinar desenvolvimento econômico com qualidade de vida.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE. ENERGIA ELETRICA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Defesa de maior envolvimento dos brasileiros com a preservação da Amazônia. Sugestões de ações convergentes entre as prefeituras e secretarias de meio ambiente, bem como entre os governos federal e estadual para a formulação de políticas públicas destinadas a combinar desenvolvimento econômico com qualidade de vida.
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 08/12/2007 - Página 44333
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE. ENERGIA ELETRICA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • DEFESA, NECESSIDADE, CONSCIENTIZAÇÃO, POPULAÇÃO, IMPORTANCIA, FLORESTA AMAZONICA, DEMONSTRAÇÃO, INTERESSE, PAIS ESTRANGEIRO, EXPLORAÇÃO, REGIÃO, INFLUENCIA, SUPERIORIDADE, RIQUEZAS.
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, DEMONSTRAÇÃO, REDUÇÃO, DESMATAMENTO, FLORESTA AMAZONICA, DEFESA, NECESSIDADE, AUMENTO, PRESERVAÇÃO, REGIÃO, IMPEDIMENTO, CHUVA, PREJUIZO, REGIÃO AMAZONICA, BRASIL.
  • ANUNCIO, LICITAÇÃO, LEILÃO, USINA HIDROELETRICA, RIO MADEIRA, ELOGIO, ATUAÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MELHORIA, INFRAESTRUTURA, FORNECIMENTO, ENERGIA, BRASIL, EXPECTATIVA, AUMENTO, DISTRIBUIÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), ESTADO DE RONDONIA (RO), INCENTIVO, CRESCIMENTO, QUALIDADE DE VIDA, ATENDIMENTO, EXIGENCIA, AGROINDUSTRIA.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Um abraço aos estudantes.

Sr. Presidente Mão Santa, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, abordo, nesta manhã de sexta-feira, alguns acontecimentos, alguns fatos que estão ocorrendo na nossa região, a Amazônia Brasileira.

Quero, primeiramente, destacar a importância estratégica dessa região para o Brasil. A Amazônia não pode deixar de ser pensada, refletida todos os dias.

           A Amazônia - e eu aqui faço parênteses - não podemos desconhecer que é cobiçada, é estudada, é desejada por países além do nosso Brasil. A propósito a Amazônia precisa ser cobiçada muito mais por nós brasileiros. Nós precisamos cobiçar mais a Amazônia e tratar esse bem, esse patrimônio nosso, do Brasil, da sociedade brasileira, com políticas profundas, que possam romper com o pragmatismo, com o imediatismo.

           A imprensa, a mídia nacional, está registrando hoje que diminuiu o desmatamento na Amazônia neste último ano. Mesmo assim, Senador Paim, 11.224 km² foram desmatados. E o estudo do Prodes, que é um programa que calcula o desflorestamento da Amazônia, mostra que muitas partes desses 11.224 km² deveriam ser áreas protegidas e foram desmatadas.

Esse número - 11.224 km² - significa sete vezes a cidade de São Paulo. Sete vezes a cidade de São Paulo!

Ora, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os números mostram que muito precisa ser feito. Lamentavelmente, o Pará é o Estado campeão do desmatamento, do desflorestamento, da irracionalidade, da irresponsabilidade, do desrespeito a esse patrimônio do nosso País que são as florestas ou a Floresta Amazônica.

Então, se nós temos a comemorar a diminuição do desmatamento em 20% neste último ano, mantemos a preocupação com aquilo que está sendo desmatado, derrubado, queimado, de forma irracional, de forma irresponsável.

A Amazônia, sem dúvida nenhuma, carece principalmente de uma convergência de responsabilidade de ações das prefeituras municipais, das secretarias de meio ambiente, dos governos estaduais, do Governo Federal. Nós carecemos de uma sintonia para construirmos políticas públicas na qual possamos compatibilizar desenvolvimento com qualidade de vida, com respeito ao meio ambiente. São vários os estudos.

A nossa floresta tem um papel fundamental. Ela está relacionada, Senador Paim, a chuvas. Derrubar a floresta significa diminuir as chuvas, não só na Amazônia, mas no Brasil. E vai além do Brasil, as chuvas no Sul do nosso continente, as chuvas na América Central acontecem em função da importância da floresta amazônica. E daí não é só a floresta da Amazônia brasileira, mas a floresta Amazônica que é composta por oito países.

Então, é preciso que a nossa sociedade, é preciso que o capitalismo de hoje tenha a responsabilidade de tratar esse imenso território florestal, esse imenso bioma que é a Amazônia com o cuidado, com uma visão de futuro, com a responsabilidade do presente, para não comprometermos a vida no Planeta Terra!

Sr. Presidente, os números que estão hoje, no Brasil, nos grandes jornais, mostram que muito precisa ser feito para coibir o desmatamento na Amazônia brasileira. Senador Paulo Paim, deseja um aparte?

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador João Pedro, gostaria muito de fazê-lo.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Senador Paulo Paim, é um prazer ouvi-lo.

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Primeiramente, para cumprimentar V. Exª pelo seu mandato. V. Exª está aqui há praticamente um ano e já é reconhecido entre todos da Casa e tenho a certeza pela sociedade brasileira como um Senador já de quatro, cinco, seis anos de mandato, pela forma de atuar, sempre defendendo, com brilhantismo, as suas posições. Se me permitir, quero lembrar aqui sobre o episódio da menina violentada e estuprada no Pará, em que um requerimento de V. Exª, que foi aprovado por unanimidade na Comissão de Direitos Humanos, para que a justiça acompanhe lá e no País essa situação. Isso, depois, resultou no afastamento da própria juíza. Faço esse destaque a V. Exª, que já devia tê-lo feito em outra oportunidade.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Muito obrigado.

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Em segundo lugar, V. Exª parece que vem preencher um espaço, nesta Casa, também nessa área ambiental. E dá uma verdadeira aula sobre a Amazônia - como nós gostamos muito de dizer. Gostei muito do termo que V. Exª usou. Em outras palavras, nós temos de nós apaixonar mais pela Amazônia. Nós, os brasileiros. Não só dizer que a Amazônia...

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Cobiçar. Nós precisamos cobiçar. Os brasileiros precisam cobiçar mais.

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Cobiçar mais, amar mais, gostar mais, se apaixonar mais, porque ali está o pulmão, principalmente do Brasil, embora muitos gostem de dizer que é o pulmão do mundo. Eu já recebi e-mails que criticam essa posição. Tem de ficar claro que a Amazônia é pulmão do Brasil. Não há problema nenhum de o mundo também gostar dela. V. Exª aqui dá detalhes do que está acontecendo, da sua visão, a interferência no clima e na chuva. Enfim, eu fiquei aqui mais uma vez muito bem impressionado pela análise que V. Exª faz, com conhecimento de causa, da nossa querida Amazônia. Por isso o aparte vem nessa linha de cumprimentar pelo seu mandato e não somente pelo pronunciamento feito no dia de hoje. Parabéns, Senador João Pedro.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Obrigado, Senador Paulo Paim. Muito obrigado mesmo.

É claro que, a cada dia, como representante do Estado do Amazonas, eu procuro trabalhar e me empenhar no sentido de fazer o melhor para contribuir com os debates travados aqui e principalmente pautar a Amazônia.

Na segunda-feira, Presidente Mão Santa, irá acontecer a licitação, o leilão para a hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira. O Governo do Presidente Lula vem trabalhando esses dois grandes empreendimentos no rio Madeira, que tem como objetivo melhorar a infra-estrutura e o fornecimento de energia em nosso País. São duas grandes obras: Santo Antônio e Jirau.

Na segunda-feira, haverá o leilão da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, no Estado de Rondônia, uma obra orçada em R$9 bilhões. Esse projeto deve produzir 3.340 mil MW de energia. Sem dúvida nenhuma, é uma das grandes obras na Amazônia. E espero que ela, diferentemente das outras grandes obras que ocorreram naquela região, seja viabilizada, respeitando rigorosamente as questões ambientais, os ribeirinhos da Amazônia e os povos indígenas que estão nessa área ou no entorno dessa hidrelétrica.

É verdade que tecnologias avançaram e não haverá mais grandes lagos represados em razão da obra da hidrelétrica. Espero que a obra do nosso Governo atenda à necessidade e à demanda do fornecimento de energia, que deve vir para melhorar a qualidade de vida, primeiramente das pessoas e das populações que vivem na Amazônia e em Rondônia. Espero que essa grande obra venha para fazer o bem, para melhorar a vida das pessoas, que atenda à exigência da agroindústria, das indústrias, do consumo de energia do dia-a-dia das famílias, das donas-de-casa, das escolas, do comércio.

Enfim, espero que ocorra, na segunda-feira, o leilão da hidrelétrica de Santo Antônio. Pela previsão, segundo o planejamento, ela entrará em funcionamento em 2012. E que seja um marco esse projeto do ponto de vista da diferenciação, que ele venha qualificar obras que marcam a vida dos povos da Amazônia.

As experiências dos anos 70 e dos anos 80, de hidrelétricas na Amazônia, foram danosas e machucaram principalmente as populações que vivem na Amazônia.

Depois de alguns anos - acho que foram uns vinte anos sem grandes obras -, nós teremos essa obra. Ela não será grande do ponto de vista do espaço físico, mas será grande do ponto de vista da sua conseqüência. O Brasil precisa de energia, sem a qual não vamos longe. A nossa economia vai bem e exige que nós cresçamos com infra-estrutura, e aí a energia é fundamental.

Então, faço o registro do leilão que vai acontecer nessa segunda-feira para a construção da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, no Estado de Rondônia. Espero que isso sirva fundamentalmente para melhorar a vida das populações da Amazônia e que ajude o Brasil a crescer, a gerar emprego e a melhorar o padrão de vida de todos nós brasileiros.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/12/2007 - Página 44333