Discurso durante a 228ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apoio ao pronunciamento do Senador Arthur Virgílio. Registro da apresentação de emendas ao PPA e ao Orçamento Federal, em favor da infra-estrutura e economia do Estado de Minas Gerais.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TRIBUTOS. POLITICA DE TRANSPORTES. ORÇAMENTO.:
  • Apoio ao pronunciamento do Senador Arthur Virgílio. Registro da apresentação de emendas ao PPA e ao Orçamento Federal, em favor da infra-estrutura e economia do Estado de Minas Gerais.
Publicação
Publicação no DSF de 11/12/2007 - Página 44593
Assunto
Outros > TRIBUTOS. POLITICA DE TRANSPORTES. ORÇAMENTO.
Indexação
  • APOIO, PRONUNCIAMENTO, POSIÇÃO, ARTHUR VIRGILIO, SENADOR, LIDER, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), OPOSIÇÃO, PRORROGAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF).
  • COMENTARIO, EMPENHO, ORADOR, MELHORIA, TRANSPORTE, INFRAESTRUTURA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), REGISTRO, APRESENTAÇÃO, PROPOSTA, PLANO PLURIANUAL (PPA), ORÇAMENTO, PREVISÃO, INVESTIMENTO, OBRAS, AUMENTO, RODOVIA, ATENDIMENTO, TRAFEGO RODOVIARIO, DESTINAÇÃO, RECURSOS, AMPLIAÇÃO, METRO, LIGAÇÃO, REGIÃO, SUPERIORIDADE, DENSIDADE, POPULAÇÃO, EXPECTATIVA, GOVERNO FEDERAL, APLICAÇÃO, EXECUÇÃO, BENEFICIO, ECONOMIA, PAIS.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Papaléo Paes, Srªs e Srs. Senadores, inicialmente, eu quero dizer que as palavras ditas aqui pelo Senador Arthur Virgílio refletem exatamente o pensamento da nossa bancada. O Senador Arthur Virgílio foi reconduzido como Líder pela sexta vez. S. Exª tem conseguido, durante todo esse período, externar a opinião média, a opinião da bancada como um todo.

Da maneira como está a proposta do Governo em relação à CPMF, a nossa posição permanece a mesma.

Eu mesmo, que dentro da bancada defendi mais negociações e entendimentos que pudessem melhorar o projeto, tenho posição contrária ao projeto do modo que ele está. Meu voto é contrário à CPMF.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desde que assumi a cadeira de Senador, ainda em 2003, tenho tido como prioridade, aqui nesta Casa, a batalha por melhorias significativas nas áreas de transporte e infra-estrutura, em nosso País, mais particularmente, evidentemente, defendendo o meu Estado - Minas Gerais -, já que ele concentra 28% das rodovias federais.

Nesta tribuna já estive para alertar sobre a situação de calamidade em que se encontram algumas das nossas estradas; não todas, felizmente. Citei números de acidentes e os pífios investimentos feitos pela União nas rodovias; enfim, cobrei providências e sugeri soluções.

Não foram poucas as vezes em que pedi ao Governo Federal mais celeridade no processo de concessão de rodovias. Finalmente, depois de quatro anos e meio, o Governo caminha para formalizar o processo em sete rodovias federais, que está sendo concluído agora, quase na metade do segundo Governo do Presidente Lula.

O Governo não faz e não deixa fazer, dizia eu a certa altura, aqui nesta tribuna, por acreditar que a iniciativa privada poderia investir, como certamente investirá, na melhoria das nossas rodovias.

Também não sei quantas vezes cobrei do Governo a devida execução do Orçamento da União. E mais, a efetiva aplicação dos recursos da Cide, que acumula bilhões e que deveria ser destinada integralmente à infra-estrutura.

Aqui, entre todos os nossos colegas, sempre mostrei a luta para conseguir os recursos e efetivamente iniciar as obras de duplicação da rodovia que liga Belo Horizonte a Brasília, a BR-040, entre Sete Lagoas e o trevo para Curvelo.

Essa obra vai beneficiar, sobretudo, as regiões central, norte e noroeste de Minas Gerais, que fazem fronteira com o Centro-Oeste brasileiro e será importante vetor para o desenvolvimento econômico mineiro e brasileiro como um todo. Essa é uma rodovia de ligação nacional.

Depois de cinco anos de muita luta, a duplicação foi iniciada em julho deste ano, inclusive com verbas de R$45 milhões, previstas em emendas de minha autoria ao Orçamento da União.

Essas obras estão, felizmente, agora, em andamento depois de muitas idas e vindas e de muitas contramarchas. Não pretendo diminuir o meu trabalho em favor da infra-estrutura, na segunda metade do meu mandato. Pelo contrário, emenda de minha autoria, apresentada pela Bancada mineira, prevê para o Orçamento de 2008 investimentos de 150 milhões na duplicação da BR-135, que vai do trevo para Curvelo até Montes Claros. Esse é um trecho onde há um número de acidentes ainda muito grande e é a principal via de ligação das regiões central e sudeste com o Nordeste brasileiro.

Mas, a despeito de sua importância para o País, essa rodovia se encontra em estado precário, com grande número de acidentes. Nessa rodovia, portanto, a duplicação - há terceira faixa em alguns trechos - é muito importante porque nós teremos a duplicação de Belo Horizonte até esse trevo que bifurca para Brasília e para o norte de Minas. Logo, nessa rodovia que passa por Montes Claros e todo o norte de Minas Gerais, região tão importante já com a BR-135, é necessário que haja investimentos não só para sua conservação, mas para sua ampliação, no sentido de adequá-la ao tráfego crescente que apresenta.

Portanto, essa emenda que apresentei, em nome da Bancada mineira, para a efetiva duplicação da BR-135 é da maior importância.

Apresentei, também, Sr. Presidente, duas emendas ao Plano Plurianual, o PPA, destinadas à infra-estrutura e ao transporte. Quero aqui falar um pouco da importância dessas duas emendas não só para o povo mineiro, mas também para o Brasil. A primeira emenda prevê investimento de 140 milhões em quatro anos, na continuidade da duplicação por sua vez, entre Belo Horizonte e o Rio de Janeiro.

Está duplicada a estrada de Belo Horizonte até o trevo que vai para Ouro Preto - cerca de 20 km. Daí há o trecho da chamada multivia com a terceira pista, mas sem a divisão de duas pistas, sem a duplicação efetiva, até próximo a Juiz de Fora. Há outro trecho já duplicado, também fruto de uma emenda que eu apresentei, na região de Santos Dumont.

Então, vejam bem! Do Rio até Juiz de Fora é duplicado e de Juiz de Fora até o Trevo de Ouro Preto não. Não é possível que a estrada que liga Belo Horizonte ao Rio, construída ainda por Juscelino Kubitschek, tenha apenas terceira pista. Nós precisamos é da duplicação efetiva. Essa é, repito, uma rodovia construída há mais de 50 anos.

A duplicação é necessário e urgente para atender a esse aumento de tráfego na região. É uma via estruturante por onde passa grande número de veículos de cargas e de passageiros. Além disso, os dados de acidentes ali registrados são também alarmantes, aumentando a demanda por uma estrada em melhores condições de circulação.

Ainda para o PPA, Sr. Presidente, apresentei uma emenda destinando R$600 milhões em quatro anos para a implantação do trecho Barreiro-Calafate, do metrô de Belo Horizonte. Essa obra do metrô é de suma importância para a população da capital e da região metropolitana de Belo Horizonte, que chega hoje em torno de 4 milhões e 500 mil habitantes. Esse trecho faz parte da configuração do metrô de Belo Horizonte, de acordo com o projeto de expansão concluído recentemente pela CBTU. Sua implantação permitirá a ligação de uma região de alta densidade populacional, Barreiro, com cerca de 500 mil habitantes, à zona central da capital, acarretando significativa redução no já caótico trânsito belo-horizontino.

Sr. Presidente, nobres colegas Senadores e Senadoras, as obras do metrô de Belo Horizonte se arrastam há mais de 30 anos. Quando Governador do Estado, pude dar impulso importante para a sua conclusão, em parceria com o Governo Federal, naquela época também do meu Partido, o PSDB.

O Governo Federal, agora na gestão do PT, não tem tido a mesma boa vontade, embora o mesmo Partido ocupe, há quase 16 anos, a Prefeitura de Belo Horizonte. Citarei apenas um exemplo: o orçamento deste ano destinou escassos R$9,7 milhões para o metrô da capital, beneficiando apenas a parte do trecho Eldorado-Vilarinho.

Veja bem, Sr. Presidente Antonio Carlos Valadares, ao metrô de uma capital serem destinados nove milhões em um orçamento, é muito pouco. E nós precisamos entender que o metrô é a solução para todas as grandes cidades brasileiras.

Eu costumo dizer que sou um otimista. Acredito que alguma coisa venha mudar num panorama que até agora não recebeu o devido cuidado, o devido investimento. Acredito que o Governo Federal conseguirá finalmente deixar de lado as pompas que cercam os anúncios de investimentos e os criativos nomes que costuma dar a seus programas, para se dedicar efetivamente à aplicação dos recursos, à execução das obras, e, como conseqüência primeira, ao crescimento do Brasil.

Alguns pontos me levam a ser um pouco mais otimista. Apesar da demora - repito aqui -, finalmente, o Governo caminha para a concessão das rodovias à iniciativa privada. Porém, é muito pouco ainda. Há necessidade urgente de mais recursos na infra-estrutura; há necessidade de uso da Cide para sua real destinação; há necessidade de investimentos nos metrôs das grandes capitais brasileiras; há necessidade de duplicação das rodovias que tanto tráfego têm e onde tantos acidentes assistimos, em todos os grandes feriados, em todos os momentos de maior tráfego.

Sr. Presidente, espero, portanto, que, com essas duas emendas ao PPA e com a emenda ao Orçamento Federal, Minas Gerais possa ter recursos adicionais para o próximo ano, beneficiando a infra-estrutura e a economia no Estado como um todo.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/12/2007 - Página 44593