O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Agradeço ao Senador Sérgio Zambiasi.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em meu nome e em nome dos Senadores Renato Casagrande e Magno Malta, saúdo a posse, neste sábado, dia 15, em ato solene na catedral da cidade de São Mateus, do novo Bispo daquela Diocese, Dom Zanoni Demettino Castro.

A solenidade de ordenação episcopal foi realizada no dia 24 do mês passado, em Vitória da Conquista, na Bahia, tendo como bispos ordenantes Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Celso José Pinto da Silva, Arcebispo de Teresina, e Dom Aldo Germa, agora arcebispo emérito de São Mateus.

Dom Zanoni respondia pela Arquidiocese de Vitória da Conquista, sua cidade natal, desde que o capixaba Dom Geraldo Lyrio Rocha foi designado Arcebispo de Mariana.

Apesar de jovem, com 45 anos, Dom Zanoni é possuidor de um extenso currículo, que inclui notável experiência pastoral e pedagógica. Durante sua formação, estudou Filosofia no Seminário Maior Arquidiocesano, de Brasília, e na Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, São Paulo. Formou-se em Teologia no Instituto de Teologia de Ilhéus, na Bahia, e possui especialização em Liturgia, pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, além de mestrado em Teologia Sistemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Em seus vinte anos de sacerdócio, Dom Zanoni lecionou Doutrina Social da Igreja, no Curso de Filosofia Nossa Senhora das Vitórias, em Vitória da Conquista, e foi professor de Cristologia e Antropologia Teológica no Instituto de Teologia de Ilhéus. Exerceu as funções de vigário nas paróquias de São Pedro, Santo Antônio e Nossa Senhora das Vitórias, e de assessor diocesano da Pastoral da Juventude, da Pastoral Carcerária de Vitória da Conquista e das Comunidades Eclesiais de Base. Foi vigário regional do Vicariato São João, vigário geral e administrador diocesano da Arquidiocese de Vitória da Conquista. Por onde passou, deixou sempre marca inconfundível de seu trabalho de evangelização e de difusão da palavra divina.

Na saudação que dirigiu ao povo da Diocese de São Mateus, Dom Zanoni acentua a honra e a responsabilidade de suceder a Dom Aldo Gerna e lembra o trecho final do discurso do Santo Padre Bento XVI, ao inaugurar a Quinta Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, durante sua visita ao Brasil: “Ficai, Senhor, com aqueles que nas nossas sociedades são mais vulneráveis, ficai com os pobres e humildes”.

São palavras apropriadas, que encerram um dos fundamentos da fé cristã, a opção preferencial pelos pobres, e que também remetem à história do santo a quem o Município, um dos mais antigos do Espírito Santo, situado no norte do Estado, deve seu nome. O evangelista Mateus, coletor de impostos na Palestina, abandonou recursos e poder para seguir Jesus, tornando-se um dos 12 apóstolos. É em seu evangelho, o primeiro a ser lido publicamente nas comunidades cristãs, que encontramos o belíssimo Sermão da Montanha, em que Jesus diz: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas”.

Caberá a Dom Zanoni Castro, como ele próprio assinala em sua mensagem, o desafio de dar continuidade ao trabalho de Dom Aldo Gerna, que, em dezembro do ano passado, comemorou seus cinqüenta anos de ordenação sacerdotal, 35 anos como bispo da Diocese de São Mateus, e 75 anos de vida, idade em que, pelas leis do Direito Canônico, o bispo deve pedir ao Papa seu afastamento da função. A missa que festejou o cinqüentenário de seu sacerdócio, realizada na catedral de São Mateus, com a presença de bispos do Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, reuniu mais de duas mil pessoas.

Nascido em Arigna, na província de Sondrio, na Itália, Dom Aldo foi ordenado sacerdote em Roma, em dezembro de 1956, e chegou ao Brasil em 1957. Em agosto de 1971, sucedeu ao primeiro bispo de São Mateus, o saudoso Dom José Dalvit, que renunciou à Diocese por motivos de saúde, em 1970.

Gostaria de citar, por sua pertinência e adequação aos tempos atuais, um trecho da homilia que, às vésperas de deixar a função, Dom Aldo pronunciou na festa do padroeiro do Município, em 21 de setembro deste ano. Ele lembrou que o lugar dos cristãos no mundo é entre grupos e movimentos onde exista vontade de colaboração, “para não só melhorar, mas transformar sociedade e mundo”, para lutar contra a mentira e a corrupção. Homens e mulheres capazes de encarnar o Cristianismo em todas as situações, de seguir o exemplo de São Mateus, que viveu os ensinamentos de Jesus com intensidade ímpar e com ardor missionário inspirador.

Assim é que D. Aldo Gerna se despede do Bispado para viver em Guriri, entre seus irmãos, os missionários combonianos.

Em Dom Zanoni Castro, Dom Aldo terá um digno sucessor, tão empenhado e tão dotado de perseverança quanto ele próprio na propagação da palavra divina. Como seu antecessor, ele saberá seguir a recomendação de São Gregório Magno, para quem o pastor de almas “deve dialogar com Deus, sem esquecer os homens e dialogar com os homens, sem esquecer a Deus”.

Era o que tinha dizer, cumprimentando, em nome do Senador Renato Casagrande e do Senador Magno Malta, o novo Bispo da cidade de São Mateus, baiano, conterrâneo de V. Exª, Sr. Presidente.