Discurso durante a 224ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo ao Governandor para evitar o fechamento na Bahia das duas unidades da empresa Dow Chemical.

Autor
Antonio Carlos Júnior (DEM - Democratas/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Apelo ao Governandor para evitar o fechamento na Bahia das duas unidades da empresa Dow Chemical.
Publicação
Publicação no DSF de 06/12/2007 - Página 43630
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, A TARDE, ESTADO DA BAHIA (BA), REGISTRO, FECHAMENTO, FABRICA, INDUSTRIA QUIMICA, MUNICIPIO, CAMAÇARI (BA), ARATU, ALEGAÇÕES, EMPRESA, REFORÇO, ESTRUTURAÇÃO, CUSTO, OPERAÇÃO INTERNA, AMBITO INTERNACIONAL.
  • ESCLARECIMENTOS, SINDICATO, SETOR, PETROQUIMICA, AUMENTO, PREÇO, MATERIA-PRIMA, CONCORRENCIA, PRODUTO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, EXCESSO, CARGA, TRIBUTOS, PROVOCAÇÃO, FECHAMENTO, FABRICA, ESTADO DA BAHIA (BA).
  • CRITICA, INEFICACIA, GESTÃO, GOVERNADOR, ESTADO DA BAHIA (BA), PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), IMPEDIMENTO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, REDUÇÃO, ARRECADAÇÃO, TRIBUTOS, NUMERO, EMPREGO, ATRAÇÃO, INVESTIMENTO, EMPRESA PRIVADA, ADVERTENCIA, GRAVIDADE, PREJUIZO, ECONOMIA, AMBITO REGIONAL, COMPARAÇÃO, ANTERIORIDADE, GOVERNO ESTADUAL.

            O SR. ANTONIO CARLOS JÚNIOR (DEM - BA. Pela liderança do DEM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Bahia, nas últimas décadas, notabilizou-se por um acelerado processo de industrialização. Graças a políticas desenvolvimentistas de Governadores como Antonio Carlos Magalhães, Paulo Souto e César Borges, o Estado tornou-se centro de atração de grandes empresas, nacionais e estrangeiras, e criou pólos industriais como o de Camaçari. Rompia-se, assim, o falso paradigma de que o Nordeste não era adequado para investimentos vultosos.

            Infelizmente, essa realidade ameaça modificar-se. E modificar-se para pior, Sr. Presidente. Os jornais baianos de hoje informam que a Dow Chemical pretende fechar duas das cinco unidades fabris que mantêm no Estado: uma em Aratu e outra em Camaçari. “Dow fecha fábricas na Bahia”. “Dow fecha fábricas e agrava crise no Pólo”. O jornal A Tarde, no seu editorial “Pólo vazio”, diz:

A notícia do fechamento de duas unidades da Dow Chemical, uma em Camaçari e outra na região de Aratu, chega num momento em que se contabiliza a perda para outros Estados de três novos investimentos, bem como o final de nove empreendimentos. São, ao todo, 11 negócios geradores de emprego, renda e tributos, que se volatilizam.

            A empresa alega que o fim dessas operações faz parte de um esforço para melhorar a estrutura de custos de suas operações globais. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores no Ramo Químico/Petroleiro, o fechamento das indústrias foi motivado pelo alto custo da matéria-prima, pela concorrência dos produtos chineses e, principalmente, em função da alta carga tributária.

            Sr. Presidente, eu nem vou discorrer agora sobre essa questão da alta carga tributária, assunto sobre o qual venho dedicando quase todos os meus pronunciamentos.

            Mas o caso é emblemático...

            Por isso, peço, mais uma vez, a atenção daqueles que se mostram surdos aos apelos generalizados por uma diminuição da carga tributária.

            Ouçam a voz da economia, que vem dizendo já não suportar tanto imposto.

            Senadora Kátia Abreu, olhe a carga tributária.

            Esse caso baiano, Srªs e Srs. Senadores, poderá ser mais um a vir juntar-se a tantos outros, vítimas da sanha arrecadadora do Governo.

            Mas quero chamar a atenção para outro aspecto, que nós baianos temos observado no Estado, agora sob governo petista. Que o Partido dos Trabalhadores não costuma se empenhar para levar empresas para os Estados que governa nós já sabemos. Foi por conta de um governo petista que não queria levar uma indústria automobilística para o seu Estado, que a Bahia, no tempo em que lá governavam aqueles que queriam o progresso e o desenvolvimento do Estado, levou, por exemplo, a fábrica da Ford. Agora a Bahia parece viver um momento de refluxo, de ressaca desenvolvimentista.

            O que esperamos é que o Governador Jacques Wagner lute, pelo menos, para que a Bahia não regrida e não venha a perder essas e outras empresas.

            Não nos amedrontam apenas os prejuízos diretos e imediatos ao Estado, com a queda de arrecadação e perda de empregos. A fuga de empresas, Sr. Presidente, poderá gerar, além de fator psicológico desfavorável para a atração de novos empreendimentos, um outro grave reflexo na economia, à medida que as lacunas na cadeia produtiva instalada no Estado forem se acentuando.

            O Governo baiano não pode permanecer omisso! O Governador precisa se empenhar mais, precisa demonstrar, por seus atos mais do que por seu discurso, que a Bahia continua viável para novos investimentos e um porto seguro para essas e outras indústrias que lá se encontram sediadas.

            Há que ter firmeza na defesa dos interesses do Estado! O trabalhador baiano está assustado. Ele se lembra muito bem de governos recentes em que a palavra de ordem era a atração de investimentos, geração de empregos e desenvolvimento, de governos que criavam pólos de desenvolvimento ao invés de desmontá-los, que traziam empresas ao invés de espantá-las e que voltarão a fazê-lo em um futuro próximo, quando voltarem ao poder. Afinal, todo um esforço de décadas para levar desenvolvimento à Bahia não pode ser posto a perder pela falta de iniciativa do atual Governo do Estado. O povo baiano não merece isso.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/12/2007 - Página 43630