O HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, é possível nesta Casa se manter debates acirrados, debates esclarecedores, mas nós não podemos faltar com a precisão dos números e das informações.

     Eu estou pedindo a palavra pela ordem porque, há pouco, num debate que tive com o Senador João Pedro, figura pela qual eu tenho apreço, S. Exª anunciou um dado errado. Não é culpa dele; é culpa da assessoria do Governo que, na sofreguidão de convencer as pessoas, joga aos Senadores e aos Deputados números falsos.

     O Senador João Pedro anunciou que, quando Fernando Henrique deixou o Governo, o dólar estava a R$3,53. Isso em decorrência da briga sobre quem ocupa a Avenida Paulista no Brasil - quem conhece.

     Eu quero lembrar - além de discordar do número, porque em nenhum momento o dólar no Brasil chegou à casa dos R$4,00 - ao meu colega Senador João Pedro o seguinte: o dólar, em junho , vamos botar em maio, estava R$2,52. À medida que a campanha do Lula foi crescendo, o dólar foi aumentando; chegou em setembro a R$3,89. Foi aí que descobriram o confortável caminho da Avenida Paulista e lançaram aquela “Carta ao Povo Brasileiro”, confortando e tranqüilizando a todos com relação ao mercado, Senador.

     No mês seguinte, o dólar baixou já um pouco, porque juraram que não iam tomar aquelas medidas, deixaram de xingar o FMI - V. Exª foi na campanha e lembra bem disso -, mudaram o discurso, assumiram um pacto.

     Em dezembro, quando Fernando Henrique deixou o Governo, o dólar estava R$3,53. Já estava baixando.

     Mas aí já tinha sido anunciado o Meirelles como Presidente do Banco Central, banqueiro internacional, tucano, dando continuidade à mesma política, e o dólar então foi descendo até chegar, em abril de 2003, a R$2,88 e até os números atuais.

     Quero mostrar isso para que o povo brasileiro, que está atento - porque recebi alguns e-mails sobre essa questão - saiba que esta Casa também tem informações precisas e informações oficiais. Essa é do Banco Central. Na realidade, o pique maior do dólar no Brasil foi na campanha de Lula para Presidente. Quando Sua Excelência compôs com o Fundo Monetário e com os banqueiros brasileiros, dando confiança ao mercado, o dólar voltou novamente a cair.

     Era o que eu queria dizer, Sr. Presidente.

     Muito obrigado.