O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Município de Anchieta homenageia com seu nome o padre jesuíta fundador de São Paulo, que escolheu o litoral capixaba para catequizar índios nos últimos anos de sua vida. Fica a pouco mais de 100 quilômetros ao Sul de Vitória, e é lá que começa a nascer um Pólo Industrial e de Serviços que abre novas e promissoras perspectivas para a economia do Espírito Santo.

Uma parceria entre a Baosteel, o maior grupo siderúrgico chinês, e a Companhia Vale do Rio Doce, para a construção de uma siderúrgica, que produzirá 5 milhões de toneladas de placas de aço por ano, deve desencadear investimentos iniciais de até US$6 bilhões e gerar cerca de 18 mil empregos diretos durante as obras. Com a usina em funcionamento, serão 3 mil e 500 empregos diretos e 15 mil indiretos. Trata-se do maior investimento privado do País, em siderurgia e logística. Numa segunda etapa, a produção poderá ser expandida para 10 milhões de toneladas de placas de aço anuais.

Empreendimento-âncora do Pólo, a Companhia Siderúrgica Vitória, como será denominada, deve entrar em operação no início de 2011. O complexo a ser erguido em Anchieta inclui também um superporto de águas profundas e um ramal ferroviário de 140 quilômetros, a chamada Ferrovia Litorânea Sul, que vai ligar a Estrada de Ferro Vitória-Minas a Anchieta, para transportar minério de ferro e outros produtos, como mármore e granito.

Quanto ao porto, na área da Ponta de Ubu, será multimodal, uma vez que, além de atender à siderúrgica, poderá ser utilizado por outras empresas. Com um calado de 28 a 30 metros, será o primeiro terminal de águas profundas do País, superando o porto do Maranhão, que tem um calado de 23 metros, e poderá receber os maiores navios de carga do mundo, com capacidade para transportar 450 mil toneladas.

A região já conta com o terminal portuário da mineradora Samarco, que mantém na região duas usinas de pelotização de minério para exportação. A construção de uma terceira usina, em andamento, elevará a produção anual, em 2008, de 14 milhões para 22 milhões de toneladas anuais. Ao novo pólo siderúrgico, deve juntar-se um terminal de apoio às plataformas marítimas mantidas pela Petrobrás para a exploração de gás e petróleo.

O complexo inclui ainda uma usina termelétrica com potência de 400 a 500 megawatts, que funcionará com a utilização dos gases gerados na aciaria, coqueria e alto-forno da siderúrgica.

            Esse empreendimento - que pode, sem exagero, ser qualificado de monumental - está sendo planejado e executado com cuidado, pela iniciativa privada, Governo do Estado e Prefeitura de Anchieta, para não descaracterizar a região, de reconhecida importância histórica e turística, e também para que, durante e depois das obras, seja aproveitado o maior número possível de moradores do município e das regiões vizinhas nas vagas de emprego.

            Para a capacitação da mão-de-obra, o Governo estadual pretende articular “mutirão de qualificação profissional”, com a participação da Universidade Federal do Espírito Santo, Federação das Indústrias do Estado e outras entidades, e já está sendo estudada a criação de uma unidade local do Senai, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.

Com o surgimento do Pólo Industrial e de Serviços de Anchieta, o Governo do Espírito Santo consolida a política de descentralização do processo de desenvolvimento do Estado. O estímulo à instalação de empresas fora da Região Metropolitana da Vitória está gerando benefícios para todas as regiões do Estado e promovendo um crescimento econômico harmônico e equilibrado, com a necessária atenção para a sua dimensão social.