O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Garibaldi Alves Filho, pedi a V. Exª um minuto porque não poderia, assim como o Senador Efraim Morais, deixar passar este momento histórico por que passa o Senado.

     Ouvimos a Senadora Rosalba Ciarlini e o Senador José Agripino falarem de um conterrâneo que é de outro partido com entusiasmo, com amor e com respeito, pelo passado que ele representou e que tão bem, mais do que qualquer um de nós, V. Exªs conhecem.

     Portanto, praticamente nada poderia ser acrescentado.

     O Senador Garibaldi Alves Filho, democraticamente, submeteu-se à sua Bancada com outros Senadores de nome e de respeito desta Casa: o nosso Senador Valter Pereira, Pedro Simon, que aqui se encontra, e Neuto de Conto. Portanto, V. Exª, democraticamente, foi escolhido e indicado pelo Partido. Ainda brinquei: “Como vamos votar secretamente em alguém que já foi denominado Presidente da Casa?”. Disseram que o Regimento obrigava a ter a votação para constar da Ata.

     Senador Cristovam Buarque, se V. Exª me permite, eu diria que teríamos de nos erguer e ficar eretos para mostrar que este Senado tem o poder de representar o Poder Legislativo, que tem de viver em harmonia com o Poder Executivo e Judiciário, mas não submisso a nenhum deles. Temos de enfrentar as adversidades e, sem dúvida, mostrar que o comportamento ético da grande maioria poderá, sim, ser respeitado e aplaudido pelo povo.

     Concordo com V. Exª: hoje, estamos de joelhos, ou por vergonha ou por submissão.

     Está na hora de nos erguermos, de levantarmos a cabeça e mostrar que o Presidente Garibaldi Alves Filho vai recuperar a imagem do Senado, com a colaboração dos 80 Senadores da Casa.

     Senador Cristovam Buarque, V. Exª mencionou uma proposta que, se eu não a assinei, gostaria de assinar. Minha esposa é diretora de escola. Há alguns anos, ela se aposentou - a Senadora Rosalba Ciarlini deve saber isso tanto quanto ela, porque também foi diretora. Ela dizia: “O ensino público está caindo. Vai ser o pior do continente, provavelmente pela falta de estrutura e de apoio aos professores”. Hoje, os professores chegam com má-formação e sem condições de trabalho. Para que tenham um trabalho que dê para sobreviver, eles têm de dar aula em quatro, cinco escolas, sem tempo de preparar nenhuma das aulas. Ela diz que saiu entristecida, sem mais condições de comer giz. O tempo passou, e ela sentia, a cada tempo, a deterioração do ensino pela falta de apoio dos governos. Isso não é de hoje, Senador. Isso já vem de há algum tempo. Portanto, a sua reação, a sua bandeira é uma bandeira que os 81 Senadores têm de seguir.

     Quando falaram em CPMF, eu perguntei: “Por que não para a saúde e para a educação? Por que para outras coisas que não trazem nenhum resultado à sociedade que vem atrás de nós, para as crianças e para o amanhã?”. Em todas as provas a que V. Exª se referiu e nas quais o Brasil se faz representar, é o último colocado, meu Deus do céu! E o que vamos sentir? Vergonha? Não. Desejo de melhorar. Que se volte a ter condições de enfrentamento para que a educação prevaleça, meu Presidente, sob a égide de V. Exª. Que dentro desta Casa se comece a pensar na educação e na saúde. E V. Exª tem ao lado um homem que pensa nas minorias, que tanto sofrem: o Senador Paulo Paim.

     Só peço a Deus que o abençoe. E não tire esse sorriso de sua fisionomia, com a certeza da tranqüilidade, da ética e do equilíbrio que sempre demonstrou em todas as funções que aqui exerceu. Sei porque participei de algumas delas, sob sua direção, e sei que V. Exª representa dignidade e respeito.